CANDANGÃO

Brasília aposta na dispensa da concentração para vencer o Luziânia e se garantir na final

O aproveitamento do Colorado, sem isolamento antes das partidas, é de 71%

postado em 21/04/2015 12:17 / atualizado em 21/04/2015 12:30

Redação /Correio Braziliense


Às vésperas do principal desafio do Brasília neste ano, o técnico Luis Carlos Souza aposta mais uma vez em uma prática incomum no Brasil e inspirada nos superclubes europeus: liberar o elenco da concentração antes de jogos em casa. Uma derrota diante do Luziânia nesta terça-feira (21/4), às 16h, no Estádio Serejão, pode impor ao time do Distrito Federal um rombo de oito meses de inatividade como ocorreu com o Brasiliense, eliminado no sábado ao perder para o Gama. Ainda assim, o comandante descarta confinar os atletas, que lutam para levar a equipe à terceira final consecutiva do Candangão.

Apesar de rara entre clubes brasileiros, a ausência de concentração para os atletas é adotada em um dos principais times do país. O Atlético-MG acabou com a prática em abril, logo após a chegada do técnico Levir Culpi. No mesmo ano, o Galo conquistou os inéditos títulos da Recopa Sul-Americana e Copa do Brasil, terminou a Série A do Brasileirão em quinto lugar e é finalista no Campeonato Mineiro.

“Não vejo necessidade de deixar os jogadores concentrados e insatisfeitos. A não ser que joguemos em outro estado, porque não há outra solução”, justifica Luis Carlos Souza, que extingue o confinamento prévio desde que assumiu o Brasília, em março de 2014. Ele jura que, nesse período, não houve problemas de fuga de atletas no dia anterior a um jogo.

A equipe permaneceu em hotel antes de apenas quatro das 17 partidas jogadas nesta temporada, contra Paracatu, pelo Candangão, Independente-PA e Luverdense-MT, pela Copa Verde, e Náutico, pela Copa do Brasil. Nelas, o colorado somou 25% de aproveitamento e venceu somente o rival mineiro. Nos compromissos em que o elenco foi liberado da concentração, por outro lado, o desempenho é quase três vezes melhor: o time candango conquistou 71% dos pontos disputados, com oito vitórias, quatro empates e uma derrota — ainda que em jogos mais fáceis.

Dos 31 atletas do atual elenco do Brasília, 14 moram no alojamento do clube, no Park Way. O gerente de Futebol do Brasília, Régis Carvalho, conta que permanecer em hotel nos dias que antecedem os jogos é um pedido dos atletas. “Uma vez, concentramos em frente a uma casa de shows no Paranoá. Os jogadores poderiam ter ido para lá, mas me ligaram para reclamar por causa do barulho e mudei todo mundo de quarto”, relembra. Ele não descarta adotar a concentração caso o time avance à finalíssima, mas os atletas teriam de pedir à diretoria.

Confinados
Enquanto o elenco do Brasília descansa ao lado da família até duas horas antes do jogo de hoje, os rivais do Luziânia estão trancafiados na cidade goiana de mesmo nome. A equipe deve chegar ao Serejão somente a uma hora e meia do início da partida.

Para chegar à final e manter o sonho do bi, o atual campeão candango precisa de uma vitória simples. Um empate ou uma derrota, por outro lado, classifica o colorado, que tentaria apagar os fracassos das decisões de 2013, quando perdeu para o Brasiliense, e 2014, quando caiu diante do Luziânia.