Os árbitros do Distrito Federal não receberam o pagamento referente a 66 jogos do Campeonato Brasiliense deste ano. O torneio se encerrou em maio. A dívida contraria o Estatuto do Torcedor, lei federal que prevê o pagamento aos profissionais da arbitragem antes das partidas.
Ao Correio, dois árbitros do quadro da federação e o presidente do Sindicato dos árbitros do Distrito Federal (SAF-DF), Raimundo Lopo, afirmam não ter recebido dinheiro algum desde a terceira rodada do Candangão. O débito da Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF) passaria de R$ 128 mil.
“O presidente da FFDF disse vai nos pagar essa semana. Esperamos um desfecho bom para os dois lados”, disse Lopo, sem afirmar que entrará na Justiça caso a promessa não seja cumprida. “Vamos aguardar”, limitou-se a dizer.
Erivaldo Alves, presidente da entidade, não quis comentar o assunto. “Não vou me posicionar, pois não é verdade. Hoje (ontem) mesmo fiz pagamentos para juízes”, comentou o dirigente. Até o fechamento desta edição, nenhum árbitro contatado pela reportagem havia confirmado o recebimento do dinheiro.
Segundo as súmulas do Candangão, no site da própria federação, o quarteto de arbitragem deixou de ser pago em 66 das 80 partidas da competição — em 82,5% dos jogos, a FFDF desobedeceu a lei federal. Os gastos com a arbitragem e delegados são de R$ 1.950 por partida, de acordo com os boletins financeiros da entidade.
O artigo 30 do estatuto prevê que “é direito do torcedor que a arbitragem (...) seja independente, imparcial, previamente remunerada e isenta de pressões”. A leia sublinha que a remuneração do árbitro e de seus auxiliares é de responsabilidade da entidade ou da liga organizadora do evento.
*Estagiário sob a supervisão de Braitner Moreira