CANDANGUINHO

Disputa judicial põe em risco vagas de Brasília na Copa São Paulo Júnior

Campeão em campo, Real vê Ceilândia abrir guerra contra a federação e tentar anular a final

Assessoria Real FC
Envolvida num imbróglio judicial com o Ceilândia por conta da final do Campeonato Brasiliense Júnior 2017, que seleciona os dois clubes do DF para a Copa São Paulo 2018, a Federação de Futebol do Distrito Federal tem (FFDF) até novembro para definir as equipes que disputarão a competição paulista. O Ceilândia pleiteia a anulação da final, que teve o Real FC como campeão no última dia 8 ao golear o Cruzeiro por 6 x 1 no placar agregado, e sua inclusão na disputa. A diretoria está disposta a recorrer ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

Nos últimos cinco anos, a edição de 2013 foi a que teve a tabela divulgada mais cedo, em 10 de outubro de 2012. A Federação Paulista de Futebol (FPF), organizadora da Copinha, informou ao Correio, via assessoria de imprensa, que não tem prazo estabelecido para as federações indicarem seus representantes. No entanto, informou que divulgará os grupos e os detalhes da competição em novembro. Até lá, a justiça desportiva decidirá se atende ao Ceilândia e anula os dois jogos da final, ou ratifica o Real FC e o Cruzeiro como representantes do DF na Copinha.

A reclamação do Ceilândia tem como base um adendo ao regulamento feito pelo Departamento Técnico da FFDF, anulado por Erivaldo Alves, presidente da FFDF, 21 dias após a publicação. A confusão começou com as desistências do Samambaia e da ARUC de disputar o campeonato. Com a saída deles, dois dos quatro grupos ficaram com uma equipe a menos. Oficialmente, as chaves tinham cinco integrantes cada.

Com o regulamento original, o fato de disputar um jogo a menos prejudicaria os clubes dos grupos A e B, entre eles, Real e Ceilândia, que não poderiam alcançar a mesma pontuação das equipes do C e D — estatística usada como critério de desempate no caso de dois resultados iguais nas semifinais. No entanto, as regras continuaram inalteradas mesmo diante das desistências.

A bola rolou pelo Candanguinho em 19 de julho. Somente em 3 de agosto, com a competição na quinta e última rodada da primeira fase, o Departamento Técnico da FFDF publicou um adendo visando resolver o problema. Com a mudança, quem tivesse a melhor campanha nas quartas de final, e não em todo o campeonato, teria a vantagem de se classificar com dois resultados iguais nas semifinais.

A competição seguiu normalmente até as vésperas da primeira partida da semifinal. O Real FC, adversário do Ceilândia, entrou com um pedido de liminar na justiça desportiva para anular o adendo — que dava vantagem ao Ceilândia por ter dois gols a mais no saldo das quartas. Alberto Elthon Gois, presidente do Tribunal de Justiça Desportiva do Distrito Federal (TJD/DF), rejeitou a liminar em 25 de agosto.

Porém, na véspera da decisão do TJD/DF, o presidente da FFDF anulou o adendo — 21 dias após a publicação — alegando que o Departamento Técnico introduziu o documento de maneira “indevida e ilegítima”. Com a decisão de Erivaldo, tomada no intervalo entre os jogos da semifinal, o Real voltou a ter a vantagem. A confusão foi tanta que, após o término da segunda partida da semi, em 26 de agosto, os dois times comemoraram.

“Todas as nossas medidas foram negadas pela justiça até agora. Vamos continuar tentando a vaga porque achamos que aconteceu uma injustiça com o clube”, argumenta o coordenador da categoria júnior do Ceilândia, Gleyton Ariani.

Silêncio

Por meio da assessoria de imprensa, a FFDF informou que a instituição só se pronunciará sobre a questão quando for notificada oficialmente sobre qualquer processo, o que ainda não aconteceu. Também via assessoria, o Real FC afirmou que só se manifestará sobre o assunto caso seja notificado.

O Ceilândia tentou barrar a realização das finais, mas o presidente do TJD/DF decidiu manter a decisão do presidente da FFDF. Como o regulamento original foi restabelecido, o Real goleou o Cruzeiro por 4 x 0 na partida de ida, no último dia 2, e na volta fez 2 x 1 na sexta-feira passada. O Ceilândia recorreu da decisão, que foi ratificada pelo auditor Valnei Carvalho. A última instância do caso no DF é o pleno do tribunal, que deverá ter sua próxima sessão realizada em 19 de setembro, dez dias depois da realização do segundo jogo da final.

*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima

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