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Roth elogia Charles e entende vaias

Volante se descontrolou durante a partida e deixou o gramado chorando no intervalo

postado em 05/08/2012 22:41 / atualizado em 05/08/2012 22:48

Alexandre Guzanshe/EM/D.APress

O volante Charles roubou a cena na metade final do primeiro tempo na partida contra a Ponte Preta, neste domingo, no Independência. Vaiado após errar um lance fácil no meio-campo, ele se descontrolou e pediu para a torcida vaiar mais. Depois disso, o torcedor se dividiu nas arquibancadas, em xingamentos e aplausos.

Charles então disse a Celso Roth que poderia ser substituído, caso o treinador quisesse. Na saída para o intervalo, o volante deixou o gramado chorando. No fim da partida, Roth explicou que o jogador se expressou por livre e espontânea vontade e não desrespeitou a hierarquia do comandante.

”Ele não retrucou, até porque eu não falei com ele. O que aconteceu foi que ele foi vaiado uma, duas vezes. E se ofereceu para sair. É bom colocar isso publicamente. O profissional que está no Cruzeiro, não só o Charles, tem que ter equilíbrio suficiente. Para isso somos pagos. Não pode se iludir no elogio e ficar preocupado na vaia. O que torcedor fez é manifestação de torcedor, ele é passional, positivamente ou negativamente. E aqui vai um elogio ao torcedor que, no intervalo, gritou o nome do Charles”, disse Roth.

”Mas, com derrota, o torcedor fica desiludido, bravo, quem não tiver equilíbrio para trabalhar com isso não pode trabalhar no futebol. Tanto que ele (Charles) fez segunda etapa bem equilibrada. São coisas que acontecem e nós temos que tirar lições disso. Torcedor não está errado, está corretíssimo. Agiu como achava que deveria, pois houve um erro e ele fixou alguém. Normalmente é o treinador, né? E o treinador tem que agüentar”, completou.

Roth ainda revelou que o grupo todo incentivou Charles no intervalo e houve um consenso de que o atleta deveria retornar à partida no segundo tempo. “No intervalo, conversamos bastante sobre a situação, um pouquinho fora da normalidade, com o Charles. Achamos que ele deveria voltar, todos nós naquele momento, então a solidariedade pesou mais”.