Futebol Nacional

CAMPEONATO BRASILEIRO

Série A tem o melhor G-8 da história dos pontos corridos

Diferença entre o líder e o oitavo colocado é a menor da história do torneio neste formato

postado em 03/08/2015 12:21

Lucas Vidigal - Especial para o Correio

A três rodadas da metade do Campeonato Brasileiro deste ano, o torneio se apresenta como o mais embolado da história dos pontos corridos. Se o torcedor se acostumou com o termo G-4, nesta temporada deve usar “G-8” durante mais algumas rodadas. Todos desse grupo têm chances reais de título.
Miguel Schincariol/Folhapress

Com os resultados da 16ª rodada, em especial a surpreendente derrota do Palmeiras para o Atlético-PR em casa (leia reportagem abaixo), somente oito pontos separam o líder, o Atlético-MG, do Grêmio, oitavo colocado na tabela. É a menor diferença entre o ponteiro e o meio da tábua de classificação desde que o atual formato passou a valer. Essa curta distância repete as edições de 2007 e 2013, quando oito pontos separavam primeiro de oitavo. A diferença é que, juntos, eles nunca fizeram tantos pontos. Na competição deste ano, eles somam 236, contra 210 de 2007 e 211 de 2013. O Brasileirão não está só embolado. Está nivelado por cima.

O Galo soma 35 pontos ao fim de 16 rodadas — quatro a mais do que os 31 do Botafogo, em 2007, e do Cruzeiro, em 2013. Desses dois, a Raposa conseguiu segurar a curta vantagem até o fim e levou o título brasileiro. Há oito anos, o Bota caiu de rendimento e terminou o Brasileirão num insosso nono lugar. O São Paulo se sagrou vencedor daquela edição.

Diferentemente daqueles dois anos, o campeonato de 2015 se destaca por manter a disparidade de um grupo sobre o restante dos times e, mesmo assim, continuar disputado dentro do pelotão. Na edição de 2012, por exemplo, os oito primeiros tinham incríveis 244 pontos, mas o Atlético-MG liderava com folga na 16ª rodada daquela época. Eram 38 pontos do Galo contra tímidos 25 do Flamengo, o oitavo naquele momento.

A tabela de 2015 também formou, ao menos até agora, um limbo entre a nona colocação e a zona de rebaixamento. A Chapecoense soma 23 pontos, nove a mais que o Goiás, que encabeça o Z-4. O clube goiano está a três de Avaí e Santos, ambos com 17. Sobra, então, o grupo dos deixados para trás, com Joinville, Vasco e Coritiba empatados com 12.

Com isso, começa a ficar claro quais serão as brigas de cada equipe — quem luta pelo título ou Libertadores, e quem se engalfinha para fugir da Série B. Ainda não há sinais de que esse grupo dos oito vá se desfazer até o término do primeiro turno. Nem na próxima rodada será possível à Chapecoense, nona colocada, alcançar o Grêmio: quatro pontos separam os dois times.

O Tricolor Gaúcho desperdiçou a oportunidade de colocar uma diferença ainda maior no pelotão dos oito, com a derrota para o Fluminense, no sábado. Caso a rodada tivesse terminado com vitórias gremista e são-paulina, a Chapecoense precisaria de cinco pontos para chegar ao grupo de elite. E mais: se o Corinthians tivesse perdido para o Vasco no meio da semana, a distância do líder para o último do Top-8 ficaria em apenas quatro pontos, algo jamais visto no formato atual.