Mais Esportes

ESPORTE PARALÍMPICO

Prata na Rio-2016, Evânio Rodrigues disputa, em Brasília, etapa de circuito de halterofilismo

Após competir por dois anos na categoria olímpica até descobrir a versão paralímpica do esporte, medalhista na Rio-2016 começa hoje ciclo para Tóquio

postado em 07/04/2017 06:00 / atualizado em 06/04/2017 19:36

O primeiro halterofilista do Brasil a conquistar uma medalha nos Jogos Paralímpicos saiu do interior da Bahia com o irmão para ganhar a vida em São Paulo. “Trabalhei em restaurante, com pintura, em empresa de remédios, vendendo caipirinha na praia”, lista Evânio Rodrigues, hoje com 32 anos. Aos 23, o baiano vítima de poliomielite ainda bebê, aos 6 meses, não imaginava encontrar o halterofilismo. E ele mal sabia os frutos desta “descoberta”: além da medalha de prata conquistada nas na Rio-2016, ele se orgulha da academia que abriu, em janeiro, na cidade dele.

Na melhor fase da carreira, Evânio é uma das estrelas na disputa do Circuito Loterias Caixa — Regional Centro-Leste, disputado a partir das 10h desta sexta-feira (7/7) até domingo. O torneio reúne competidores de atletismo e natação dos estados de Tocantins e Minas Gerais, além do Distrito Federal, neste sábado (8/4) e domingo (9/4). A etapa também terá disputas de halterofilismo a partir de hoje, sexta-feira, com atletas de todo o país, inclusive medalhistas paralímpicos, caso de Evânio, que lamenta não ter descoberto o esporte paralímpico mais jovem.

Só depois de dois anos disputando competições olímpicas no halterofilismo, Evânio descobriu o esporte paralímpico. “Comecei tarde, não conhecia o esporte paralímpico.” Neste caso, Evânio ainda teria a boa surpresa ao saber que a modalidade está entre as 23 disputadas nas Paralimpíadas — ao contrário da Olimpíada.
 
Cezar Loureiro/MPIX/CPB
 
Após a “descoberta”, Evânio passou a dedicar cada vez mais tempo e esforço para conseguir levantar mais peso. Nos Jogos de Londres-2012, apenas 1kg o tirou da sonhada classificação às Paralimpíadas. Quatro anos após a frustração de ter chegado tão perto, ele não só disputou os Jogos do Rio-2016 como voltou com a primeira medalha do Brasil na modalidade — para realizar a façanha, ergueu 210kg. Na festa, o brasileiro ainda contou com vibração de pai, mãe e primos nas arquibancadas cariocas.

Vontade de praticar um esporte

 
“A força para essa conquista veio da vontade de praticar um esporte. Como eu tinha deficiência e vivia em uma cidadezinha pequena, não tinha conhecido o esporte paralímpico”, lamenta o baiano de Cícero Dantas, município com cerca de 34 mil habitantes. Por causa da poliomielite e dos poucos recursos financeiros da família, Evânio só começou a andar com 5 anos. O pai era vigilante e a mãe trabalhava em uma clínica. Depois de vencer uma série de dificuldades, o garoto passou por uma cirurgia que colaborou para o desenvolvimento motor.

A partir desta sexta-feira — a primeira competição brasileira do halterofilismo no ano —, Evânio começa um novo ciclo de olho em repetir o feito nas Paralimpíadas de Tóquio-2020. Claro, com a diferença de a cobrança agora ser maior. “As pessoas vão querer sempre me ver em cima do pódio e me cobram mais nos treinos. Eu fico ainda mais focado e quero melhorar”, anima-se.
 
 

Promessas brasileiras

 
Há menos de um mês, os atletas mais jovens que vão competir no Circuito Loterias Caixa da região Centro-Oeste disputavam os Jogos Parapan-Americanos de Jovens, que reuniu competidores de 13 a 21 anos de 20 países em São Paulo. Vivenciar uma competição internacional nos moldes de uma Pan-Americano é importante para desenvolver futuros campeões. Alguns deles provaram que o potencial tem virado realidade. Caso daqueles que chegam para a competição adulta após terem conquistado medalhas no evento da categoria deles. 

No atletismo, Ilquias Lopes Pereira levou o bronze 100m, categoria T47; Gabriela Vieira da Silva saiu com o ouro nos 100m, categoria T11; e Marcel Martinez Carrato ganhou o ouro no salto em altura, T44. NAs piscinas, dois atletas prometem complicar a vida dos mais experientes. Laila Suzigan Garcia, da classe S6, abocanhou quatro ouros, nos 50m, 100m e 400m livre e 100m peito. Lucas Teodoro Fernandes, SB8, também levou a prata nos 100m peito. 

Serviço

Circuito Loterias Caixa - etapa regional Centro-Leste
Quando: de sexta-feira (halterofilismo) a domingo, a partir das 10h
Local do atletismo: no CIEF - SGAS 908, atrás do colégio Elefante Branco
Local da natação e do halterofilismo: CECAF — Centro de Capacitação Física — Setor Policial Sul QD 4, Lt 5, Brasília - DF