Mais Esportes

WAKEBOARD

Campeão latino-americano elege Brasília como melhor lugar para fazer wakeboard

Felipe Miyamoto também é vice-campeão na modalidade

Antonio Cunha/CB/D.A Press
A falta de chuvas, o calor e a baixa umidade, características da época de seca em Brasília, não são um problema para o atleta de wakeboard Felipe Miyamoto. Na verdade, para ele, essas condições transformam a cidade no “melhor lugar do mundo para andar de wake”. A prorrogação do período de seca permite mais treinos no Lago Paranoá e, consequentemente, a conquista de mais medalhas. As últimas foram de ouro e prata. O brasiliense ganhou o título do Campeonato Latino-Americano e foi vice-campeão do Pan-Americano da modalidade, na Colômbia, neste mês.

Ontem, Brasília registrou chuva em pontos isolados, mas, enquanto ela não chega de vez, Felipe aproveita para treinar visando o seu último campeonato de 2017. Em Araraquara (SP), ele participará da terceira etapa do Circuito Brasileiro de wakeboard, no fim de novembro. O brasiliense é o oitavo no ranking do circuito. Em 2016, terminou como vice-campeão nacional.

Esta temporada se mostrou diferente para o atleta, que se dedicou às disputas fora do país. “Foi um ano atípico. Não participei de todas as competições no Brasil. Descansei mais para focar nesses campeonatos internacionais”, explica. Com o objetivo de evitar ficar para trás em relação aos adversários, a meta do atleta é participar de pelo menos uma competição no exterior por ano. De acordo com ele, Austrália e Estados Unidos são os principais rivais no cenário mundial.

Para Felipe, o nível do Brasil é forte, mas ainda faltam praticantes. “Eles têm uma renovação muito grande de atletas. A proporção é muito maior”, garante, em relação aos países adversários. O brasiliense conhece bem o esporte no exterior. Chegou a morar na Austrália, terra dos principais atletas da modalidade — entre os cinco primeiros colocados do ranking mundial, quatro são de lá. Treinar wakeboard não era o principal objetivo do atleta durante o intercâmbio, mas ele conseguiu ganhar experiência. Em 2015, tornou-se vice-campeão mundial.

 

Início promissor 

Felipe Miyamoto se aproximou do wakeboard no Rio de Janeiro, por influência de um primo que competia na modalidade. “Depois que eu andei lá, eu me viciei e comecei a andar aqui com o pessoal”, conta. O brasiliense começou a competir aos 19 anos. Atualmente, aos 34 anos, vive do esporte. Foi em 2005 que se tornou um atleta profissional. Um ano depois, era vice-campeão brasileiro. Hoje, além das disputas, ele tem uma escola da modalidade. Com a ajuda do irmão mais novo, divide o tempo dos treinos com o trabalho de professor.

O esporte sempre foi presente na vida dele. Natação, capoeira, judô, tênis, saltos ornamentais e ginástica olímpica são algumas das modalidades que praticou. A família acreditava que o wake seria só mais um, não passaria de um hobby. “Acaba que esportes que pratiquei ajudam no wakeboard. A ginástica, pelas manobras na água, e o judô, pela disciplina”, avalia.