Entenda por que bater Cuba no Pan é essencial por sonho de top-10 olímpico

Plano brasileiro passa por superar caribenhos como segunda potência das Américas

postado em 17/04/2015 09:28

Rodrigo Antonelli /Correio Braziliense

AFP PHOTO/RODRIGO BUENDIA

Renegados por muitas seleções principais porque normalmente ocorrem em ano de mundiais pré-olímpicos, os Jogos Pan-Americanos não devem ser deixados em segundo plano pela delegação brasileira neste ano. No Canadá, em julho, o país tem um objetivo muito claro: se tornar a segunda força olímpica das Américas, atrás apenas dos Estados Unidos, e mostrar ao mundo que mudou de patamar, se credenciando para brigar, sim, pelo Top-10 nas Olimpíadas do Rio, em 2016.

Para isso, o Brasil levará os melhores atletas a Toronto e tentará superar Cuba no quadro geral de medalhas pela primeira vez em cinco décadas. A última ocasião em que o país conseguiu o feito foi em 1963, quando São Paulo sediou os Jogos e os caribenhos ainda começavam a investir no esporte olímpico. “Nas duas edições passadas (Rio-2007 e Guadalajara-2011), conquistamos mais medalhas que eles, no total. Agora, o objetivo é superar o número de ouros”, disse Ricardo Leyser, secretário executivo do Ministério do Esporte, em entrevista ao Correio, no mês passado.

Pesa contra a delegação nacional, porém, a força dos rivais nos esportes individuais — e que distribuem muitas medalhas. Em Guadalajara-2011, por exemplo, a disputa entre Brasil e Cuba pela segunda colocação geral foi acirrada durante toda a primeira metade dos Jogos, quando ocorrem competições de modalidades por equipes. Nos últimos dias, no entanto, os cubanos abriram vantagem com medalhas individuais. No fim, foram 10 ouros de diferença em relação ao Brasil (veja arte).

Em Toronto-2015, a expectativa do país é diminuir essa vantagem de Cuba nas modalidades individuais. Isso porque, no atletismo, no judô e na natação a delegação verde-amarela deve manter os bons resultados de edições passadas, mas novas medalhas parecem prováveis em esportes menos tradicionais, como boxe, canoagem, levantamento de peso e pentatlo moderno, que acumulam bons resultados no atual ciclo olímpico.

“É resultado do maior investimento no esporte que veio com as Olimpíadas e que ficará de legado. Não estava em nossa estratégia apoiar mais esportes que dão maior número de medalhas, mas o pouco apoio a mais que demos a essas modalidades já foi muito importante”, ressalta Leyser. Ele cita o exemplo de Marcus Vinícius, vice-campeão da Copa do Mundo de Tiro com Arco, no ano passado, como um dos atletas de maior sucesso.

Canadá

Anfitriões da edição deste ano, os canadenses correm por fora para tentar ficar com o segundo lugar geral no quadro de medalhas. Na edição passada, a diferença de ouros do Canadá para o Brasil foi de 18 (28 em relação a Cuba), e o sonho da vice-liderança parece pouco provável. O desempenho no Pan de 1999 — também disputado em casa, em Winnipeg —, porém, deve deixar o sinal de alerta ligado para o time verde-amarelo: com a força da torcida naquela edição, os canadenses alcançaram seu melhor resultado na história (64 ouros, 52 pratas e 80 bronzes) e terminaram muito à frente do Brasil (25 ouros, 32 pratas e 44 bronzes) no quadro geral de medalhas.