Vôlei

Superliga feminina

Brasília Vôlei faz jogo duro, mas perde para o Pinheiros

Meninas do time candango vendem caro a derrota no tie-break para equpe paulista e deixam a torcida frustrada na volta para casa. Equipe não atuava na capital do país há 36 dias

postado em 27/01/2015 23:19

Maíra Nunes - Especial para o Correio

Carlos Vieira/CB/D.A Press
 

Depois de 36 dias sem jogar em casa, o Brasília Vôlei sabia que enfrentaria uma pedreira no reencontro com a torcida no Sesi-Taguatinga, na noite desta terça-feira (27/1). Diante de defesas bem armadas, o confronto foi de ataques fortes e defesas incríveis. Resultado: ralis de levantar a torcida e ideais para consagrarem uma nova promessa a ídolo da equipe candanga: a ponteira Bruninha. Ela substituiu a capitã Paula Pequeno no segundo set e, sem decepcionar, deixou a campeã olímpica no banco a maior parte do restante do jogo. Apesar de todo empenho em uma partida de viradas, as paulistas levaram a melhor e fecharam o jogo em 3 sets a 2 (parciais de 25/15, 24/26, 23/25, 25/20 e 15/12).

Atual campeão da Copa do Brasil, o Pinheiros começou embalado, enquanto o time da casa se mostrava sonolento. Da arquibancada lotada, os gritos indicavam o caminho para que o Brasília Vôlei conseguisse furar a defesa adversária: “Mete a porrada”. Era jogo para as pancadas da oposta Elisângela, maior pontuadora da partida com 24 pontos. A resposta em quadra, porém, não foi exatamente instantânea: os torcedores precisaram assistir às paulistas fecharem a primeira parcial em 25 x 15.

Enquanto Cibele, do lado do Pinheiros, e Paula Pequeno, para o Brasília, se destacavam com quatro pontos cada, Bruninha ainda vestida com o casaco, aquecia do lado de fora. Apesar do bom desempenho de Paula Pequeno, o técnico Sérgio Negrão experimentou todas as substituições possíveis na segunda parcial. Entre elas, Bruninha, que havia entrado no primeiro set apenas em uma oportunidade para sacar, assumiu o lugar da capitã.

A liguinha usada para amarrar o cabelo combinava com o laranja do tênis. Mais que a vaidade, a ponteira caiu nas graças dos candangos por compensar com raça e carisma a baixa altura de 1,71m. “Acho que meu segredo é ser o efeito surpresa”, avalia a jogadora de 26 anos, que começou a atuar de forma efetiva apenas neste ano, há quatro jogos. “Para mim é uma super responsabilidade, porque sempre fui fã da Paula Pequeno e sou diariamente, mas acho que quando sou requisitada é a hora de entrar para fazer alguma coisa diferente, tentar buscar o jogo e, depois que entro, esqueço esse peso de substituí-la”, conta.

Foi sob os esforços de Bruninha, as cortadas de Elisângela e as defesas da líbero Verê que o Brasília Vôlei fez o ginásio tremer. Ao fim de pontos que pareciam intermináveis, o barulho soava ensurdecedor. Dessa forma, o time da casa arrancou a suada vitória em 26 x 24 no segundo set e emendou a virada por 2 sets a 1, ao fechar a terceira parcial em 25 x 23.

Mas não é por falta de méritos que o Pinheiros está na quarta colocação da Superliga feminina. A equipe comanda por Wagão se reencontrou em quadra no resto do jogo: cedeu apenas dois pontos de erros para o adversário e, em dia inspirado da ponteira Cibele, venceu os dois sets finais.