Vôlei

SUPERLIGA FEMININA DE VÔLEI

Com eliminação precoce da Superliga, Paula Pequeno cogita deixar o Brasília Vôlei

Equipe do Osasco sonda a bicampeã olímpica, que se diz aberta a negociações

postado em 28/03/2015 15:17

Maíra Nunes

(Carlos Vieira/CB/D.A Press - 27/1/15)
Nitidamente frustrada após a eliminação precoce do Brasília Vôlei na Superliga Feminina — ainda nas quartas de final, diante do Sesi-SP, sem ao menos a necessidade do terceiro jogo — , Paula Pequeno está na mira do Osasco. Terceiro colocado da fase de classificação, o tradicional time paulistano almeja ter duas estrelas de volta: a capitã da equipe do DF, cujo contrato termina em maio, e a oposta de Seleção Brasileira Sheilla, que atua na Turquia, com vínculo até 2016.

“Costumo chegar até as finais e pensar nas negociações só depois. Mas, como neste caso já saímos da Superliga, estou aberta às propostas. É uma fase complicada, em que recebo muitas sondagens e, muito discretamente, vou ouvindo”, confessa Paula Pequeno, três vezes campeã da Superliga durante os 10 anos que defendeu o Osasco — de 1999 a 2009.

Com a Nestlé como patrocinadora máster, o Osasco já conta com um elenco que figura entre as maiores folhas salariais da Superliga. Mesmo assim, a ideia é abrir ainda mais o cofre para quebrar o jejum de dois anos sem ganhar o título da maior competição nacional da modalidade — o Rio de Janeiro sagrou-se campeão nas duas últimas edições e é o maior vencedor do torneio, com sete títulos, contra cinco do Osasco.

Mesmo que a boa relação com a ex-equipe e o carinho pelo Brasília Vôlei sejam evidentes, a bicampeã olímpica ressalta que a decisão por um ou outro clube “não é questão de preferência”. “Acho que hoje podemos contar com grandes times no Brasil. No Osasco, tenho uma história bonita; o Brasília tem um projeto bonito e está dentro da minha cidade; Rio de Janeiro e Sesi são supercompetitivos; o Minas conseguiu se reerguer…”, pondera.

Balanço
Ao retornar à cidade natal, Paula Pequeno rapidamente se transformou no símbolo do Brasília Vôlei. Competitiva e acostumada a acumular marcas vitoriosas, a ponteira não esconde a insatisfação com os resultados da temporada. “A sensação é de que poderíamos ter ido muito melhor. Eu vi uma apatia que nesta fase não é normal”, desabafou logo após a eliminação. “O espírito dentro do time dá um certo tipo de impotência, de que, por mais que você queira, não consegue contagiar as outras jogadoras.”

Sob o comando das ex-atletas Leila Barros e Ricarda Lima, a equipe que representa o Distrito Federal na Superliga assumiu a cara da capital com a promessa de chegar à semifinal no segundo ano de projeto. Mas não deu. Nesta temporada, repetiu a campanha da estreia. Para piorar, não levou nenhuma partida desta edição ao Nilson Nelson, como havia feito antes. No ano passado, os confrontos contra Praia Clube e Rio de Janeiro arrastaram 10,1 mil torcedores ao principal ginásio da cidade.

Diante do risco de perder uma das maiores referências do time, o Brasília Vôlei tem agora a missão de assegurar outras estrelas da casa. Os contratos do elenco, incluindo Paula Pequeno, Érika Coimbra, Elisângela, Michelle Pavão, Verê, Ednia e Angélica, acabam em maio. As sondagens, porém, não respeitam nem o abatimento pela eliminação da Superliga.

“Agora, começa um trabalho de renovar com os patrocinadores e buscar novos. Só depois de sabermos o montante disponível é que decidimos quais jogadoras vamos tentar”, diz o técnico Sérgio Negrão, que assumiu a função de Leila e Ricarda após a saída das duas para a política, no início do ano.