Cruzeiro
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DA ARQUIBANCADA

Maiores, muito maiores

Nos títulos que ganhamos, nos cansamos de dizer: eles anulam um e a gente faz três, simples assim

postado em 22/11/2017 13:00 / atualizado em 22/11/2017 13:04

Washington Alves/Light Press/Cruzeiro

Eis que o ano caminha para o final. Para o cruzeirense, 2017 confirmou algo que já sabíamos, mas que ficou esquecido por conta dos títulos incontestáveis de 2003, 2013 e 2014, ganhos com muitas rodadas de antecipação: nossa camisa pesa toneladas e, quando o trem fica feio em campo, ela ganha títulos. Ganhamos com méritos a Copa do Brasil, porém passamos mais apertos do que o normal e a camisa mais bonita e mais pesada do Brasil, somada à estrela de Fábio e cia., nos trouxe outro caneco.

Também não podemos deixar passar em branco, neste fim de ano, a incompetência administrativa da atual gestão, que vai se despedindo com grandes títulos, mas deixando um legado constrangedor: cobranças milionárias na Fifa, algo até então inédito para o Cruzeiro, além de investimentos bizarros, simbolizados pelo contrato com o uruguaio Latorre que, sem nunca ter entrado em campo pelo time principal, nos deixa uma dívida cujo montante é mais que o dobro do que ganhamos com a venda do ótimo Diogo Barbosa. Apesar dos pesares, ganhamos mais um título importante e estamos novamente na Libertadores.

Por isso, precisamos, neste final do ano, também agradecer. Agradecer por torcermos pelo único time grande do estado. Afinal, que o Cruzeiro é maior que o “rival” pelos títulos de relevância ou porque tem uma torcida muito maior, não é novidade e nem objeto de disputa, pelo menos entre os analistas sérios.

Porém, uma interessante diferença, muitas vezes esquecida até mesmo pelo cruzeirense, precisa ser destacada: nossos grandes ídolos – Tostão, Raul, Piazza, Dirceu Lopes, Natal, Joãozinho, Dida, Sorín, Alex, Éverton Ribeiro, Fábio – nunca vestiram a camisa do rival. Do lado de lá, o maior deles, Reinaldo, já vestiu azul.

Fomos, ao longo da história, muito mais prejudicados por arbitragens que o “rival”. Perdemos os brasileiros de 1974 e 2010 claramente no apito. Nem assim, o cruzeirense fica nessa ladainha de reclamar dia e noite de juízes. Tanto que, nos títulos que ganhamos, nos cansamos de dizer: eles anulam um e a gente faz três, simples assim. Nossos títulos – mais importantes e numerosos que as poucas conquistas do “rival” – são obtidos na bola e no merecimento, sem apagar refletores durante jogos decisivos. Ganhamos na bola. O Cruzeiro trata seu torcedor e o torcedor visitante com respeito, mandando jogos em um estádio confortável, sem pontos cegos, com estacionamento e instalações dignas para locais e visitantes.

E, claro, somos reconhecidos no Brasil e no exterior como o único time grande de Minas, e adivinhem quem comprova isso? Os números, que tanto perturbam o atleticano. Somos o único time de fora do eixo RJ-SP que nunca foi rebaixado. Somos a maior torcida fora do eixo RJ-SP, somos o único campeão brasileiro dos pontos corridos fora do eixo RJ-SP e o maior campeão da Copa do Brasil. No Brasileiro dos pontos corridos, iniciado há 14 anos, fomos campeões de público três vezes. Bi da Libertadores, tetra do brasileiro. De bônus, podemos colocar a mão pro céu e dizer que nossa torcida não grita olé quando o adversário toca a bola, como a torcida do “rival” fez no jogo contra o Bahia no primeiro turno. Haja vergonha!

Não posso deixar de dar um salve especial para a colega Isabelly Morais, locutora da Rádio Inconfidência. Você é uma pioneira e merece ser aplaudida de pé! Você representa o protagonismo feminino em sua melhor forma. Isabelly, você é letal para o machismo e o preconceito. Letal!!!