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Albirex cobra multa de 10 milhões de dólares por 'retorno' de Rony, e Cruzeiro estuda devolver atacante já emprestado ao Botafogo

Departamento jurídico do clube celeste foi notificado na última semana

postado em 14/01/2018 17:14 / atualizado em 14/01/2018 19:25

Reprodução
O Cruzeiro recebeu uma manifestação extra-oficial do Albirex Niigata, do Japão, cobrando multa de US$10 milhões de dólares (cerca de R$32,1 milhões) pelo retorno do atacante Rony ao Brasil antes do período acertado no contrato de venda. Conforme apurou o Superesportes, a Raposa já está ciente de que esse será um caso praticamente perdido caso vá para a esfera judicial. A diretoria estrelada já estuda, então, devolver o jogador ao clube japonês e informou a possibilidade ao estafe de Rony. O atacante se transferiu para o Botafogo em negociação por Bruno Silva, o que torna a história ainda mais complicada.  

“O Cruzeiro quer, na verdade, atender ao interesse de todo mundo. O jogador está com resistência de retornar ao Japão, ele quer ficar no Botafogo. São questões contratuais. A princípio, se o time japonês tiver exigência, firme nesse propósito, vai prevalecer o que está em contrato”, confirmou à reportagem o vice-presidente jurídico do Cruzeiro, Fabiano de Oliveira Costa. “Contudo, ainda não está definido. Há uma negociação para que ele fique no Botafogo. A gente ainda não pensa em multa, indenização. Vamos atrás da composição”, complementou.

O departamento jurídico do Cruzeiro recebeu a manifestação extra-oficial do Albirex por meio de Breno Tannuri, advogado que defende as causas do clube japonês no Brasil. Coincidentemente, ele também representa a Raposa em algumas ações na Fifa. “É multa prevista em contrato de trabalho. Um eventual retorno ao Brasil e ao Cruzeiro poderia eventualmente implicar no pagamento de multa. Eu, particularmente, indiquei ao Cruzeiro que não cabe entrar numa celeuma”, reiterou Tannuri. Num primeiro momento, o Albirex exige o retorno de Rony ou o pagamento da multa. 

Quando antecipou o interesse do Botafogo em ter Rony na troca por Bruno Silva, o Superesportes já informava que o Cruzeiro precisaria compor com o Albirex para o retorno do jogador ao Brasil. Isso porque, embora tivesse seus direitos federativos ligados à Raposa, o meia-atacante não pertencia mais ao clube na prática. Ele foi vendido aos japoneses, que depositaram 1,2 milhão de dólares na conta do Cruzeiro em dezembro de 2016. Na ocasião da transferência, porém, o clube japonês solicitou que a negociação fosse feita em formato de empréstimo – modelo de negócio semelhante ao de Robinho e Fabrício (lateral-esquerdo). A nova direção do clube entendia que os japoneses estavam devolvendo Rony por terem sido rebaixados no campeonato local.

Em entrevista coletiva na Toca da Raposa II, antes de Rony ser oficializado no Botafogo, o vice-presidente de futebol do Cruzeiro, Itair Machado, informou que caso o atacante não chegasse a um acordo com os cariocas, a Raposa pagaria mais R$1 milhão ao alvinegro por Bruno Silva. Num primeiro momento, o clube celeste já desembolsou R$5 milhões pelo volante (R$4 milhões ao Botafogo + R$1 milhão para a Ponte Preta, então detentora de parte dos direitos). 

Rony foi contratado pelo Cruzeiro em 2015. A Raposa desembolsou cerca de R$700 mil para adquirir os direitos econômicos que pertenciam ao Remo – atualmente, os mineiros são donos de 20%. Ele integrou a equipe Sub-20 do clube celeste antes de seguir para o Náutico, onde se destacou. Em 2016, foram 51 jogos e 14 gols pelo Timbu. A boa campanha despertou o interesse de equipes japonesas. Primeiro o Kashima Antlers e depois o Albirex Niigata, que acabou acertando a contratação intermediada pela Traffic. Em 2017, Rony registrou 36 jogos e 8 gols marcados na Ásia.

A reportagem não conseguiu contato com o novo presidente do Botafogo, Nelson Mufarrej, até o fechamento desta nota.

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