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JUDÔ

Ex-judocas minas-tenistas e da Seleção disputam Mundial da Rússia por Líbano e Portugal

Brasil virou exportador de judocas e, ao todo, cinco defendem outras nações

postado em 28/08/2014 16:31 / atualizado em 28/08/2014 17:12

Ivan Drummond /Estado de Minas

EM/D.A Press


A quinta-feira, quarto dia de disputa do Campeonato Mundial de Judô, realizado em Chelyabinsk, na Rússia – vai até domingo –, trouxe algumas surpresas como, por exemplo, o fato de dois judocas, ambos da categoria meio-médio, formados no Minas Tênis Clube e com passagem pela Seleção Brasileira, estarem defendendo outros países. São os casos de Nacif Elias, que lutou pela bandeira do Líbano, e Carlos Luz, que compete por Portugal. Ambos se naturalizaram.

Vê-los competindo por outros países surpreendeu o técnico do Minas, Floriano Almeida, que se recorda bem dos seus dois ex-comandados. “Nacif veio para o clube trazido por mim em 2008. Ele é de Vitória, no Espírito Santo. Como lutador do clube, conseguiu chegar à Seleção Brasileira. Disputou mais de uma edição do Campeonato Sul-Americano e uma edição do Grand Prix, disputado aqui em Belo Horizonte, no Marista Dom Silvério”.

Depois disso, Nacif se transferiu para a Universidade Gama Filho, no Rio, retornando em seguida para o Espírito Santo, competindo pela Universidade Saldanha da Gama.

A naturalização, lembra Floriano, aconteceu em 2013. “Ele, que é descendente de libaneses, conseguiu a cidadania e competiu no Mundial por equipes do ano passado, no Rio de Janeiro. Chegou também a disputar os Jogos da Comunidade Árabe, no ano passado. O mais curioso é que ele treina no Brasil, em vários lugares, custeado pela Federação Libanesa”.

A exemplo dele Nacif, Carlos Luz, do mesmo peso e nascido em Brasília, foi trazido para o Minas por Floriano Almeida. Veio junto com o irmão, Leonardo Luz, que segue como atleta do MTC. “O Carlos recebeu um convite para trabalhar em Portugal e foi para lá. Queria seguir com o esporte e conseguiu um clube para treinar lá. Acabou se naturalizando. Penso que recebeu um convite da federação local”, disse o técnico.

Nesta quinta-feira, nenhum dos dois conseguiu chegar ao pódio. Nacif disputou as quartas de final. Se vencesse, estaria na disputa de uma medalha. No entanto, acabou derrotado pelo japonês Takanori Nagase, por pontos, enquanto Carlos Luz ficou na terceira luta, perdendo para o georgiano Avtandili Tchrikishvili, que acabou conquistando a medalha de ouro.

Mais brasileiros

Nacif e Carlos não foram os únicos brasileiros a seguir esse caminho. Outros três que disputam o Mundial iniciaram a carreira em clubes daqui e hoje competem por outras nações.

Taciana Lima nasceu em São Paulo, no entanto, descobriu que era filha de um político de Guiné Bissau, a quem só conheceu no ano passado. Optou pela naturalização. Peso ligeiro, ex-reserva de Sarah Menezes na Seleção Brasileira, ela conta que aceitou a mudança de nacionalidade justamente por causa do sucesso da rival, que tinha se sagrado campeã olímpica.

A leve Camila Minakawa se tornou israelense. Ela é filha do árbitro Édson Minakawa, que trabalha no Mundial. Também esteve na Seleção Brasileira. Sua opção, segundo conta, é porque tinha maior apoio financeiro de Israel que do Brasil. O terceiro é um filho de um professor de judô do interior de São Paulo, o ligeiro Hernan Birbrier, disputou o Mundial pela Argentina.

Tags: Carlos Luz Nacif Elias portugal líbano minas-tenistas minas judocas