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CIRCUITO MUNDIAL DE SURFE

Batido por Slater, Filipinho revela 'momento de pânico' após queda em bateria

Com show, lendário norte-americano elimina brasileiro na última bateria do dia

postado em 17/12/2018 09:40 / atualizado em 17/12/2018 09:45

AFP / brian bielmann

O brasileiro Filipe Toledo deu adeus à disputa do título mundial de surfe. Ele acabou sendo derrotado pela lenda Kelly Slater na última bateria do dia, válida pela terceira fase do Pipe Masters, a etapa final do Circuito Mundial. O norte-americano deu um show em Pipeline e ganhou de 15,60 a 6,77, avançando na competição no Havaí.

"Tive uma queda, foi um momento de pânico, meu pescoço está doendo, mas está tudo bem. Foi um ano longo, fiquei longe da família e dos meus filhos, o que é complicado, mas estou orgulhoso de mim mesmo pelo que fiz. Estou bastante triste, mas disse para o Kelly que foi uma honra surfar com ele essa bateria", comentou Filipinho, ainda abalado pela eliminação.

"Sinceramente, não me sinto bem de ter tirado o Filipe, tivemos uma batalha boa no final, mas faz parte do esporte. Até tentei ajudá-lo em alguns momentos, mas queria vencer a bateria. Foi divertido, vi grandes ondas vindo, com ótimas oportunidades para surfar", afirmou Slater, que evitou dar seu palpite sobre o campeão. "Quem quiser mais, vai vencer", disse.

Para o brasileiro, a ajuda de Slater foi muito bem-vinda. "Depois de Portugal, tivemos algumas conversas, fiz perguntas para ele porque ele sabe tudo aqui, é 11 vezes campeão mundial e fez coisas incríveis até antes de eu nascer. Faz parte do jogo perder, então é bola para frente", explicou.

Agora restam na briga pelo título mundial o brasileiro Gabriel Medina e o australiano Julian Wilson. A definição deve ocorrer nesta segunda-feira, a partir das 16h (horário de Brasília), quando haverá uma nova chamada para a realização do evento. Medina, que busca o bicampeonato, é o favorito para a disputa por ter vantagem no ranking.

Apesar de não chegar ao título que tanto queria, Filipinho sabe que não pode reclamar de sua temporada, a melhor que já fez na elite do surfe. Ele chegou a liderar a competição, venceu duas etapas, o Oi Rio Pro, no Brasil, e o Corona Open J-Bay, na África do Sul, e só foi cair de rendimento nas três últimas etapas.

Com um 13º lugar no Quiksilver Pro France e outro no MEO Rip Curl Pro Portugal, o brasileiro somou 3.330 pontos na perna europeia do calendário enquanto Gabriel Medina conquistou 12.170 e o australiano Julian Wilson fez 14.745. Isso acabou sendo fatal para as pretensões do garoto de Ubatuba, no litoral paulista.

De qualquer forma, o brasileiro deixa o Havaí ciente de que chegou ainda mais perto do troféu que tanto sonha para sua carreira. Com um estilo arrojado, baseado em manobras modernas e grandes aéreos, Filipinho espera ter um 2019 mais sólido, com um pouco mais de regularidade, para tentar novamente o troféu.

Desde que se mudou para a Califórnia, Filipinho melhorou seu surfe de competição e passou a ser sempre cotado para a disputa do título mundial. Ele tem enorme talento para extrair ótimas notas dos juízes e é treinado pelo seu pai Ricardinho, que também foi um grande surfista. Apesar de não conseguir seguir adiante no Pipe Masters, ele espera retomar as energias para brigar novamente pelo título em 2019.