Leslie Smith é presidente da Project Sperhead, entidade que busca regulamentar a relação empregatícia dos lutadores com o UFC. Ela considera que a demissão foi uma espécie de retaliação da organização por lutar pelos direitos dos atletas. A norte-americana revelou ao programa The MMA Hour que receberia a bolsa integral e o bônus pela vitória, mesmo com o cancelamento do confronto em Atlantic City. “O que o UFC fez foi ilegal. Eles criaram uma situação que incentiva o sentimento de medo para quem quer lutar pelos direitos no UFC”, alegou.
“Ao criar um clima de medo, eles infringem as leis. Esse é o objetivo do Conselho Nacional de Relações Trabalhistas e das leis que estão nele. Estou surpresa, acho que isso mostra como eles se sentem com as minhas atividades organizando os lutadores”, assegurou a lutadora, que explicou por que tentou renegociar o duelo para peso casado.
“Sinto que seu lutasse, abriria mão de tudo o que defendo. Por isso eu não consegui aceitar a luta depois que eles me ofereceram US$ 62 mil (aproximadamente R$ 215 mil), porque eu lutaria de graça. E é isso que estou indo contra esse tempo todo. Não deveríamos agir por orgulho. Precisamos nos enxergar como negócio e lutar pela alta quantia que merecemos. Se eles cortam meu contrato assim, para que eu saia de cena, mostra que o Project Sperhead é significante”, ressaltou.
Leslie Smith, de 35 anos, enfrentou a brasileira Cris Cyborg no UFC 198, em Curitiba, em confronto no peso casado de 63,5kg, e acabou nocauteada no primeiro assalto. Em sete duelos no octógono da organização, ela tem quatro vitórias e três derrotas. A norte-americana vinha de triunfos seguidos, diante de Irene Aldana (decisão unânime) e Amanda Lemos (nocaute técnico).