Mineira volta ao UFC para duelo de brasileiras especialistas no jiu-jitsu

Confiança de sobra para buscar a segunda vitória consecutiva no peso palha do Ultimate Fighting Championship. Esse é o sentimento de Amanda Ribas, mineira de Varginha, que vem de triunfo na estreia e terá um desafio de especialistas no jiu-jitsu contra uma atleta bem conhecida dos fãs brasileiros e norte-americanos: Mackenzie Dern, que nasceu nos EUA e tem cidadania no Brasil. As duas se enfrentarão no UFC em Tampa, na Flórida, neste sábado. 

Amanda Ribas, de 26 anos, vem de triunfo por finalização sobre Emily Whitmire, por finalização com mata-leão, em junho deste ano. Iniciada nas artes marcais no judô, é faixa-preta de jiu-jitsu e foi formada pelo pai, Marcelo Ribas, que comanda a Marcelo Ribas Team, em Varginha, e ainda é o head coach da lutadora. 

Amanda tem vários pontos em comum com a adversária no UFC em Tampa. Mackenzie Dern também tem 26 anos e começou no jiu-jitsu, sob a orientação do pai, o condecorado Wellington 'Megaton' Dias, referência no jiu-jitsu no Rio de Janeiro. Natural de Phoenix (EUA), a americana-brasileira venceu as sete lutas que disputou no MMA, duas pelo UFC, ambas em 2018 - bateu Ashley Yoder (decisão dividida) e Amanda Cooper (finalização com mata-leão). Mackenzie se ausentou do octógono por 15 meses por causa da gravidez. Em junho passado, ela deu à luz Moa, fruto de seu casamento com o surfista Wesley Santos.

Em entrevista ao Superesportes, Amanda Ribas disse que está confiante em mais uma boa exibição pelo UFC, até pela preparação utilizando a estrutura da conceituada academia American Top Team, na Flórida. A mineira garantiu estar pronta para duelo tanto no chão, focado no jiu-jitsu, como em pé, na trocação, e destacou o apoio incondicional do pai na carreira. Ao mesmo tempo, ela não deixa de valorizar as origens e prometeu elevar o nome de Varginha no cenário esportivo. 

Sim, com certeza. Mostrou que o trabalho de preparação foi muito bem feito e estou tentando repetir na próxima luta.

A preparação foi positiva. Dei muita atenção no meu inglês, a princípio (risos). Mas também dei muita atenção no striking, no chão e no boxe para estar sempre preparada para o que vier nesse próximo confronto. 

Fiz metade do meu tempo em Minas, no sul de Minas, na cidade em que eu nasci e a outra metade eu fiz aqui na American Top Team. As duas academias foram muito importantes para o meu camp. Treinar na American com os atletas de UFC realmente mostra que o meu principal objetivo está dando certo e o que importa é a sua disposição, vontade e amor em fazer o que você gosta.

Particularmente eu não vejo tanta diferença. Antes de estrear no UFC eu estava parada também, há dois anos, mas acredito que vai ser uma boa luta.

Eu sou faixa preta de judô e jiu jitsu, a Mackenzie é de jiu jitsu. Acho que nós vamos lutar e quem conseguir passar do jiu jitsu plano para o jiu jitsu de MMA vai se dar melhor. Acredito que vai ser uma luta dinâmica, estou treinando boxe também para estar preparada para o que vier.

Eu procuro nem pensar muito nisso. Eu foco em mim, na estratégia dessa luta. Se ela bater o peso beleza, mas se ela não bater tudo bem também, eu ganho mais dinheiro com isso (risos).

Sim, meu pai sempre me acompanhou desde que eu me entendo por gente. Eu, a minha mãe, ele, todo mundo é desse universo da luta. Meu pai me dá uma base porque não tem como todo mundo saber como que é a pressão no UFC, mas com ele aqui eu relaxo e fico mais tranquila pra lutar. 

Na primeira luta eu não esperava tanta gente assistir como foi. Eu fui à igreja depois e tinha um senhorzinho que me perguntou “você é aquela menina da luta?”, eu fiquei muito feliz com isso. Eu sou de uma cidade pequena e esperava que o público que iria me assistir fossem os mais jovens, mas vi que alcancei muita gente que eu não esperava. O meu principal objetivo é esse, poder influenciar as pessoas, principalmente as crianças. Além deles, eu tenho muito apoio também da minha família tanto quanto por parte de mãe ou de pai, eles me apoiam muito.

UFC Tampa