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COLUNA DO JAECI

Galo marca dois para valer um. Contra o Corinthians é sempre assim

O árbitro e o bandeira tentaram tirar do Galo uma vitória no dia em que o alvinegro fez sua melhor partida na temporada

postado em 30/04/2018 12:20

Bruno Cantini/Atlético

O árbitro e o bandeira tentaram tirar do Galo uma vitória no dia em que o alvinegro fez sua melhor partida na temporada. Até conseguiram, ao anular, de forma equivocada, o primeiro gol de Róger Guedes, porque a bola tocou na mão de Ricardo Oliveira. Porém, olhando várias vezes pela tevê, é possível entender que não houve da parte do atacante a intenção de tocar na bola. Ela bateu na mão dele de forma involuntária. Não foi mão na bola. Mas os deuses do futebol, sempre atentos a tudo, não poderiam deixar os jogadores atleticanos sem uma recompensa. No fim do segundo tempo, em cruzamento de Patric numa bola quase perdida, Róger Guedes apareceu outra vez e fez novamente o gol. Desta vez não havia como o árbitro anular. É sabido que o Corinthians é o time mais ajudado no país. Uma vergonha. Porém, o Galo foi superior em tudo ontem. Em chutes a gol, passes, desarmes e, no fundamental, botando duas bolas na rede para valer uma: 1 a 0 incontestável para o melhor time em campo.

A postura do Corinthians foi covarde. Há tempos eu digo que a diferença de um time bem armado para um em formação é pequena, e que não existe nenhuma equipe referência no Brasil. Apenas equipes já montadas há tempos com o mesmo técnico e praticamente os mesmos jogadores. Mas ontem o Galo mostrou que quando se joga em busca do gol e da vitória o resultado é alcançado. Não há um destaque individual sequer no Atlético. Os jogadores merecem boas notas pelo coletivo, pela entrega e pela qualidade. O Timão só deu seu primeiro chute a gol aos 15 minutos do segundo tempo. O goleiro Victor, a rigor, fez uma única defesa, em chute de Rodriguinho de fora da área. Já o Galo mandou bola na trave com Otero e Blanco, obrigou Cássio a grandes defesas e teve o gol mal anulado de Róger Guedes. Em nenhum momento o Atlético correu riscos defensivos ou deixou de atacar. Foi uma partida brilhante sob todos os aspectos, provando aquilo que o presidente Sérgio Sette Câmara vem dizendo: “O Atlético não deve nada a nenhum time brasileiro”. Acho a equipe carente em algumas posições, mas desde que o técnico Thiago Larghi optou por jogar com Róger Guedes o ataque funcionou. Outro que eu vinha pedindo há tempos é o volante Adílson. Esse atleta equilibrou o meio-campo. Gustavo Blanco a cada dia encanta mais. Para quem não sabe, foi indicação do assessor da presidência, Cacá Moreno, ainda quando Daniel Nepomuceno era presidente. Blanco e Adílson não formam dupla caipira, mas tem uma afinação perfeita.

Como pode uma equipe ser considerada a melhor do país praticar futebol tão pobre? Que o técnico Fábio Carille explique isso, pois um time que dá dois chutes a gol em 95 minutos é mesmo preocupante. Vi programas na semana passada, quando alguns companheiros já apontavam o Corinthians como campeão por duas vitórias em dois jogos. É aquele velho problema de trabalhar com a camisa do time por baixo. Temos muito campeonato pela frente e muito tempo para mudar de ideia. A vitória de ontem não põe o Atlético no patamar dos times que vão disputar a taça. Ainda não. Mas que dá moral para uma boa sequência e a possibilidade de o time crescer, não há dúvida.

O futebol é curioso. Otero não marca, mas chuta como poucos e sabe dar assistências. Ontem, o vi correndo desde o primeiro minuto até o final. Disputando cada palmo do gramado, dividindo bolas, atuando como deve atuar um cara que veste a camisa alvinegra. Não poderia haver outro resultado que não fosse a vitória do Galo. Foi mais time, procurou o gol o tempo todo, teve muita qualidade. Uma vitória marcante, que pode dar ao Galo um novo norte. Gostei muito da equipe por sua postura. É isso o que o torcedor quer ver daqui pra frente. Para ganhar o Brasileiro é preciso ter grupo e time. 

Quero abrir um capítulo especial para Róger Guedes. Excelente jogador, que foi criticado e crucificado pela torcida. Havia alguns dirigentes do clube a favor da saída dele. Sugeriram ao presidente rescindir seu contrato e devolvê-lo ao Palmeiras. Sette Câmara bancou e resolveu apostar nele. Larghi ouviu o presidente e o resultado está aí. A melhor partida dele no clube, com uma dedicação ímpar, muita qualidade e bola na rede. Teve de fazer dois gols para valer um. Mas o torcedor já está acostumado, quando se trata de Corinthians como adversário. Ainda falta Larghi ter a coragem de pôr o ataque que venho sugerindo, com Róger Guedes, Ricardo Oliveira e Erik. O meio-campo com Adílson, Blanco, Elias e Otero ou Cazares. E com a chegada do lateral-direito Emerson, quem sabe haverá mais qualidade pelo setor direito. O “caiu no Horto tá morto” voltou a funcionar . Em dois jogos ali pelo Brasileiro, 100% de aproveitamento. É isso o que a Massa quer, é isso o que o Galo tem de fazer.

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