A torcida saiu do Mineirão feliz. O Cruzeiro continua sério candidato aos títulos que disputa, mas a prioridade, não há como negar, é a Libertadores.
O torcedor azul tem feito sua parte, lotando o Mineirão, apoiando incondicionalmente. O time não é a oitava maravilha, mas vai se ajustando jogo a jogo. Lucas Silva vive sua melhor fase, voltando aos bons tempos de 2013/2014. Uma pena que o Real Madrid queira emprestá-lo ao Celta, de Vigo. Tomara que o Cruzeiro contorne isso. Fábio e Dedé são dois monstros! Como jogam futebol. A lateral direita, sem Edílson, fica carente. Na esquerda, Egídio apoia bem, mas, na hora de cruzar, erra a maioria. Os saudosos mestres Telê Santana e Carlos Alberto Silva determinavam que os laterais cruzassem para os companheiros e não se livrassem da bola. Não adianta o cara ir ao fundo 50 vezes e errar todos os cruzamentos. Se ele se dedicar mais nesse fundamento, poderá ter êxito. Henrique continua jogando muito bem, dando equilíbrio ao meio-campo. Thiago Neves faz jogos medianos. Não consegue encontrar o futebol que o consagrou no Fluminense. De Arrascaeta é craque e, no ataque, Sassá faz uma boa partida e outra ruim. Mas tem força física, sabe proteger a bola e precisa de mais confiança. Raniel é um jovem promissor. Precisa aprender um pouco mais para se firmar. No geral, porém, o Cruzeiro é um time organizado, que sabe o que fazer com a bola.
A Libertadores vira copa a partir de agora. Os cruzeirenses torcem para que o sorteio os entregue um adversário, teoricamente, mais fraco. Vejam bem: teoricamente, pois, em Libertadores já vimos muito porco magro sujando a água. Claro que qualquer equipe que caia como adversário saberá respeitar o Cruzeiro, por sua grandeza e pelo futebol que tem jogado. Eu acredito que Mano Menezes não esteja de todo satisfeito, pois a equipe oscila muito. No jogo contra o Racing, muita gente diz que o time recuou e tirou o pé. Não foi isso. Do outro lado havia um adversário forte e qualificado, que também impôs seu jogo. Por isso a partida foi excelente do ponto de vista técnico. Achei até que o empate teria sido mais justo pelo que as duas equipes apresentaram. Assim como no 4 a 2 que o Racing aplicou no Cruzeiro achei injusto, pois o empate teria sido o resultado normal, pelo que o Cruzeiro apresentou. Mas no futebol o “se” não existe. Cada jogo conta uma história diferente e o de terça-feira deve servir de modelo para que a escola sul-americana volte a nos brindar com espetáculos de qualidade. O Cruzeiro está forte e muito vivo em busca do tri. A torcida já sonha com o Mundial Interclubes, mas é preciso esperar um pouco mais. Mano, por exemplo, já disse que prefere evitar pegar um time brasileiro, agora. E ele tá certo. Uma hora, caso continue avançando, terá que cruzar, mas que seja numa semifinal, por exemplo. Com o futebol de terça-feira, o Cruzeiro se impôs na Libertadores como o grande adversário a ser batido. Estou feliz por poder elogiar um jogo na América do Sul. O de terça não ficou devendo em nada aos grandes jogos da Liga dos Campeões da Europa.