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COLUNA DO JAECI

Jogão no Indepa e em Kiev

Que saudades do Maraca lotado, do Mineirão entupido para ver a genialidade de Reinaldo e Zico, os gols antológicos de Éder e a habilidade de Adílio

postado em 26/05/2018 12:00 / atualizado em 26/05/2018 09:47

Juarez Rodrigues/EM/D.A. Press
Atlético e Flamengo reeditam um dos principais clássicos do futebol brasileiro esta noite, no Independência. O Galo, líder isolado do Brasileirão. O Flamengo, na cola. A lamentar, dois fatos: saber que um jogo dessa importância será disputado às 21h de um sábado e num estádio tão acanhado. Era partida para o Mineirão, às 16h de domingo. Porém, como os tempos mudaram no futebol, é o que tem para hoje. O Galo leva uma grande vantagem, pois treinou a semana inteira a espera da partida. O Flamengo tem o desgaste do jogo contra o River Plate, quarta-feira, em Buenos Aires, além da viagem. Se prevalecer aquela máxima de que “caiu no Horto, tá morto”, vai dar Galo na cabeça. Antes que algum amigo meu pergunte se vou torcer pelo Flamengo, digo, de bate pronto, que não. Trabalho em Minas, sou quase que irmão do presidente Sérgio Sette Câmara e quero o sucesso dele. Portanto, que o Galo ganhe, e bem. Porém, quando meu Mengão não joga contra os times mineiros, aí eu sofro e torço por ele, é claro. Sinceridade à parte, o Atlético está se arrumando, ganhando corpo e alma, pondo medo nos adversários. E a gente sabe que há um fator decisivo e determinante: a fanática e fantástica torcida. Não os bandidos, travestidos de torcedores, mas, sim, o anônimos, que têm no preto e branco a segunda pele.

Uma vez, conversando com minha querida amiga Adriana Branco – que carinhosamente apelidei de “A dama de ferro” –, eu disse que se um dia eu fosse presidente do Flamengo, ela seria minha primeira contratação, como diretora executiva. Ela riu, olhou pra mim e disse que era mais fácil o “papa virar muçulmano”. Eu já sabia que a resposta seria essa. Apaixonada pelo clube, ela representa o que há de melhor nessa gente alvinegra. E participou da gestão mais importante e vencedora do clube, sob o comando do eterno presidente, o mais vencedor, Alexandre Kalil. Kalil é aquele “Messias”, que leva milhões de seguidores a amar e se apaixonar ainda mais pelo clube. Conversando com Assis, em Miami, onde ele tem apartamento, me disse que o Ronaldinho Gaúcho jogou em vários clubes do mundo, mas que foi no Galo o lugar onde ele sentiu amor e afeto, que jamais havia sentido em clube nenhum. Isso é marcante. Quando falamos em Alexandre Kalil, com ele ou Ronaldinho, ambos dizem: “Nosso pai Kalil”. Um carinho e agradecimento extremos.

Isso é o Atlético, uma paixão inexplicável. Vi e vivi os maiores clássicos da história entre Atlético e Flamengo. Numa época em que o rubro-negro ganhou tudo em sua história, em que a Seleção Brasileira de Telê Santana era formada por metade do time do Galo e outra metade do Flamengo. Que saudades do Maraca lotado, do Mineirão entupido para ver a genialidade de Reinaldo e Zico, os gols antológicos de Éder e a habilidade de Adílio. Tive o privilégio de ver grandes jogos, grandes gênios da bola, partidas memoráveis. Claro que o jogo de 1981, pela Libertadores, no Serra Dourada, fez o torcedor alvinegro odiar o Flamengo. Porém, Zico, Andrade, Adílio e cia., nada têm a ver com as lambanças de José Roberto Wright. Costumo dizer que se aqueles times jogassem 10 vezes, teríamos 4 vitórias para cada lado e dois empates, tamanha e igualdade em termos técnicos e de craques. 

O Galo vai em busca de uma grande vitória, que o deixe cada vez mais confiante na busca pelo bi. É cedo, dirão alguns! É verdade. Mas os pontos conquistados agora, em que as grandes equipes estão preocupadas com a Libertadores, serão de suma importância para o cômputo geral. O Galo vai pegar uma sequência boa até a parada da competição para a Copa e se faturar 15 pontos em 18 ficará numa situação bastante confortável. A partir do jogo de hoje, terá Sport, fora de casa; América e Chapecoense, no Horto; assim como Fluminense e Ceará. O Galo está mais forte do que imaginávamos e se ajeita a cada jogo. Há muita carência, é lógico, mas também há um consenso de que a equipe está mais madura e consciente. O técnico, Thiago Larghi tem o apoio do grupo e isso é fundamental. Porém, não se iludam: ainda vai errar muito para conseguir atingir seu objetivo. Nas horas ruins é que vai precisar do apoio dos torcedores. Que tenhamos um grande jogo. 

Liga dos campeões

Real Madrid e Liverpool decidem hoje a Liga dos Campeões da Europa, em Kiev, na Ucrânia. O Real chega à sua quarta final em cinco anos, sendo que ganhou três das quatro disputas, tornando-se o maior vencedor da competição, com 12 taças. Eu apostaria 70% das minhas fichas em nova conquista do Real, mas guardaria 30% para apostar em Salah, Mané e Firmino. No momento, o Liverpool vive uma fase melhor, mas o Real em decisão é quase imbatível.

Londres

Embarco para Londres esta noite para acompanhar a Seleção em sua preparação na terra da Rainha. E de lá, dia 8 de junho, sigo para Moscou. Desta vez, não ficarei grudado na Seleção Brasileira. Ficarei radicado em Moscou e, de lá, só sairei para ir aos jogos do Brasil. No geral, porém, acompanharei a Copa em sua essência. A cobertura será para o Estado de Minas, blogs.uai.com.br/alterosanoataque e para a Rádio Tupi do Rio de Janeiro. 

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