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Goleiro Ivan nega agressão a ex-noiva, diz que está sendo usado como 'bode expiatório' e projeta futuro na Chapecoense

Jogador afirmou que está tentando provar inocência; contrato com a Chape foi rescindido

postado em 17/03/2019 12:01

<i>(Foto: Sirli Freitas/Chapecoense)</i>
Na última quinta-feira, o goleiro Ivan, de 34 anos, até então da Chapecoense, foi considerado suspeito de agredir a ex-noiva, Laíse Fernandes, com faca, em Espinosa, no Norte de Minas, por causa de ciúmes. Além disso, ele foi acusado de roubar dois telefones, sendo o da ex-companheira e de um rapaz de 21 anos. Após a divulgação do caso, o clube catarinense rescindiu o contrato do jogador.

Em entrevista ao Superesportes, Ivan relatou sua versão do ocorrido. O goleiro negou que tenha ferido Laíse e confirmou que houve um desentendimento por conta de um desbloqueio de telefone. O jogador acredita ter sido usado como ‘bode expiatório’ por ser uma pessoa pública. 

“Acho que fui pego como bode expiatório com esse negócio de (lei) Maria da Penha e feminicídio. Por eu ser uma pessoa pública, acabou que um pequeno caso de discussão teve uma repercussão muito grande e desnecessária que me prejudicou e está prejudicando a Laíse também, sendo que nos fatos somos os dois envolvidos e estamos falando a versão verdadeira que não está sendo dado ênfase, pois a verdade nesse caso não é o que interessa, mas a repercussão e a audiência”, disse Ivan.

Por meio das redes sociais, Laíse Fernandes também negou que o goleiro tenha a agredido e confirmou que houve desentendimento entre as partes. "O Ivan não me feriu com faca ou qualquer outro tipo de faca. Houve uma discussão e desentendimento por conta da senha pessoal de desbloqueio do meu celular. Infelizmente os fatos tomaram uma dimensão fora do normal e podem acabar prejudicando tanto a minha vida profissional, quanto a dele", publicou.

Confira a entrevista do Superesportes com Ivan

Como você recebeu a decisão da Chapecoense em relação ao seu contrato?

Ainda não estou conseguindo assimilar e entender a decisão. Até porque foi aberto um inquérito e até o momento nada foi provado. E foi algo que não foi e não está sendo noticiado da forma correta, de como aconteceu realmente os fatos. Vou me reunir durante a semana com todos eles (diretores da Chapecoense), e ainda espero que possam me dar uma nova oportunidade de continuar a trabalhar e, principalmente, de provar minha inocência

Qual sua versão para os fatos que ocorreram com sua ex-noiva? Por qual motivo foi procurá-la?

Fui tentar reatar um relacionamento de três anos que tínhamos, por ter um sentimento muito grande pela Laíse. Mas a minha ida a Espinosa se deu por um sentimento muito grande que tenho por ela, foi por amor e jamais por ódio. Quem me conhece e convive comigo sabe da minha índole, do meu caráter, e que jamais eu teria coragem de fazer mal a alguém, imagina com alguém que você ama…

Eu cheguei no salão em que ela estava fazendo a unha, e tinha um rapaz sentado ao lado dela. Perguntei quem seria, ela disse que era amigo da dona do salão e ele a mesma coisa, e que não tinham nada um com o outro. Eu pedi a Laíse para ver o celular dela. Ela se negou a entregar. Eu consegui pegar o celular em cima da mesa, só que não tinha a senha. Quando voltei pra pedir a senha, ela não quis passar, começamos a discutir e fazer com que ela colocasse a senha, mas sem nenhum tipo de agressão, até porque ela mesmo confirmou isso em redes sociais e está aberta a esclarecimentos. Como não consegui, saí dali e logo após alguns minutos eu me lembrei da senha. Olhei o celular e mandei devolver. Segui pra Montes Claros porque tinha que ir pra Chapecó no outro dia para me apresentar ao clube. Quando estava no aeroporto de Viracopos (Campinas), no outro dia, eu recebi essa notícia e me assustei demais, até porque já imaginava o que poderia acontecer.

Você vai comparecer à polícia para prestar esclarecimentos? Quando? 

Sim, durante a semana pretendo me apresentar. Eu não fui notificado de nada, não existe mandado de prisão como está sendo dito. Eu estou na minha casa, em Chapecó. aguardando para que seja esclarecido todo esse assunto.

Qual é seu pensamento em relação ao seu futuro no futebol?

O meu pensamento é de continuar, eu não posso pagar por algo que não fiz, e isso será provado. Sou uma pessoa do bem, moro em uma cidade de 30 mil habitantes, convivi com milhares de pessoas ao longo da minha carreira, e todos sabem que eu não seria capaz de fazer o que está sendo dito.

Vai tentar acordo com a Chapecoense?

Na semana vamos nos reunir com o pessoal da Chapecoense e ver o que podemos fazer. Eu amo jogar futebol, é tudo o que sei fazer na minha vida e não vão me tirar esse direito.

Já tem outro clube em vista?

Ainda não. Estou tentando provar minha inocência, primeiramente, que é o que vai ser provado. Limpar essa imagem negativa e depois partir para algo e continuar minha carreira.

O que espera de agora em diante?

Acho que fui pego como bode expiatório com esse negócio de (lei) Maria da Penha e feminicídio. Por eu ser uma pessoa pública, acabou um pequeno caso de discussão tendo uma repercussão muito grande e desnecessária que me prejudicou e está prejudicando a Laíse também, sendo que nos fatos somos os dois envolvidos e estamos falando a versão verdadeira que não está sendo dado ênfase, pois a verdade nesse caso não é o que interessa, mas a repercussão e a audiência.

Ex-noiva prejudicada e pedido de desculpas

A cidade inteira está em choque com a repercussão que deu essa discussão. Muita gente triste com o que aconteceu. A Laíse não consegue nem sair de casa, isso tem prejudicado muito o trabalho dela. Aproveito a oportunidade para pedir desculpas aos pais dela e também a toda família, que sempre teve um carinho muito especial. Peço desculpas a minha família, a minha cidade e a todas as mulheres que se sentiram de certa forma atingidas com essa repercussão. Eu estou muito mal, não consigo sair de casa. Jamais seria capaz de agredir uma mulher. Tenho irmãos e tenho mãe e tenho princípios.

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