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Para não perder jovens destaques, Atlético tem observador especialista em áreas de vulnerabilidade social

'Olheiro' acompanha jogos em comunidades e até mesmo embaixo de viadutos

postado em 04/04/2020 10:30 / atualizado em 04/04/2020 02:51

(Foto: Arquivo pessoal)

O Atlético vem investindo nas divisões de base para encontrar talentos por todo o país. Com um grupo grande de observadores, o clube avaliou mais de 3.700 jogadores nos últimos seis meses. E a rede de 'olheiros' é bem dividida. O clube tem, inclusive, um funcionário que é especialista em áreas de vulnerabilidade social.

Esse observador (que não teve o nome divulgado) acompanha partidas nas comunidades, principalmente da Grande São Paulo, e até mesmo embaixo de viadutos. O clube acredita que possa encontrar talentos fora das categorias de base de equipes tradicionais.

“Temos um especialista em áreas de risco, ele faz avaliações hoje embaixo de viadutos, em comunidades, naqueles campos e locais que ninguém consegue entrar. É o cara que vai no futebol-raiz. Então, nós temos um observador especializado nisso na grande São Paulo, porque lá existe muito disso ainda, como tem no Rio de Janeiro e várias metrópoles. Mas, na grande São Paulo, nós temos umas áreas que necessitam pessoas especializadas, uma pessoa que tenha uma relação muito próxima com as comunidades para poder entrar. Essa pessoa além de fazer a avaliação tradicional, é especializada nisso”, disse Júnior Chávare, coordenador das categorias de base do Galo.

(Foto: Arquivo pessoal)

A principal avaliação do Atlético, no entanto, acontece em Minas Gerais. Logo quando chegou ao clube, Júnior Chávare selecionou potenciais destaques do Campeonato Mineiro Sub-20 e colocou os garotos em período de testes no clube. Entre esses atletas estava o meia Wesley, comprado pelo Galo no fim de janeiro. Ele assinou por quatro anos com o alvinegro. Outros, porém, não foram aprovados.

Para o dirigente, o Atlético não pode deixar de dar oportunidades para jogadores do estado que tenham potencial.

“Saíram jogadores que ficaram com a gente aqui, outros chegaram e já foram, acabaram não ficando, mas porque não entra na minha cabeça que nós não varremos o quintal da nossa casa e o quintal da nossa casa é Minas Gerais. Tem que ter uma varredura 24 horas por dia. Eu tenho que conhecer cada atleta de cada equipe que ele joga, eu preciso saber pelo nome e pela característica, eu não posso perder o jogador para clube de fora”.

No entanto, a situação não é tão tranquila. O Atlético tem um bom projeto para a base, mas ainda assim não consegue concorrer com o poder econômico de outros clubes, que apostam em investimentos altos para contratar jovens atletas.

“Muitas vezes perdemos jogadores porque tem questões econômicas, hoje tem algumas equipes de base que têm o poder econômico impossível de a gente competir. Mas eu garanto uma coisa: o estado de Minas Gerais é completamente mapeado. Nós sabemos quem exatamente nos interessa e como nos interessa”, concluiu.

Recentemente, o Atlético mandou observadores para todas as sedes de disputa da Copa São Paulo de Futebol Júnior. O clube selecionou 17 atletas e assinou com seis desses garotos. A maioria das contratações mantém o mesmo padrão: empréstimo gratuito com opção de compra.

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