Presidente do Santa Cruz justifica demissão de Martelotte e rebate críticas de Ricardo Bueno

O presidente Alírio Moraes atendeu a reportagem do Superesportes após uma tarde inteira de reunião com a direção de futebol na tarde desta quarta-feira. O tom da voz não mudou. A calma que ele sempre apresentou, desde que assumiu o clube, seguiu comandando as suas palavras. Mas o tom do discurso foi duro. O mandatário se defendeu como pôde das críticas que vem sendo alvo desde o início da derrocada coral. 

"O clube vem de um retrospecto muito negativo e sabemos que não é culpa exclusiva do treinador. Temos uma admiração pela atuação dele defendendo o Santa Cruz, seja como jogador e como treinador. Acho que ele conseguiu colocar o time para jogar melhor, mas o resultado não veio."

 

"Claro que isso influencia também porque, falando dessa questão da paralisação, temos três situações. Temos três situações financeiras no elenco. Atletas com dois meses de atraso, três meses e jogadores em dia. Estamos buscando recursos para deixarmos todos em uma boa condição. Estamos mostrando com clareza e as conversas com Marcelo foram muito claras. Nossos diretores sempre tiverem uma relação clara e esperamos que o treinador, como funcionário do clube, abrace a causa do clube. O treinador tomando a bandeira dos jogadores complicou. Acho que ele deveria procurar abrandar. Pesou além do retrospecto."

"Provavelmente será Adriano. Essa é uma tarefa da direção de futebol e achamos que será ele mesmo."

"Deixaremos essa comissão técnica do menor tamanho possível para facilitar o trabalho de uma futura gestão. Deverá ter outros diretores de futebol e a ideia foi em função disso. Emagrece esse ambiente."

"Essas situações podem afastá-lo. Isso está em estudo. Também será definida essa situação. Ele é muito respeitado pela gente. Ele teve a possibilidade de ir para o Goiás,  aumentamos o salário dele e,  além de aumentarmos (o salário), ainda antecipamos o salário dele de novembro. Ele só tem um mês de salários atrasados. Ele tem uma situação privilegiada e essa postura de greve é muito inadequada. A gente vê isso com muita tristeza."

"Passamos a tarde em reunião e foi paralisada porque tínhamos outros compromissos. Iremos nos encontrar novamente na manhã desta quinta-feira. O jogador que não quiser, por qualquer motivo, mais vestir a camisa do Santa Cruz, ele se sinta liberado. Não haverá retaliação. É melhor do que tentar dar declaração dúbia e colocar a torcida contra a diretoria. Já é difícil trabalhar com nossos problemas e, com isso, tem sido pior ainda. Não somos nós que não estamos jogando e perdendo gols. Estamos lutando e exigimos respeito."

"Ontem, tivemos a reunião e esclarecemos essa questão de pagamentos e colocamos a datas (promessa de pagar comissão/funcionários na sexta e atletas na quarta). Estarei fazendo um esforço especial até para tentar antecipar e para deixar os jogadores em um nível de conforto muito grande para representar o Santa Cruz nesses dois últimos jogos."