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Presidente abre contas, nega crise financeira no Sport, mas admite pendências com elenco

Arnaldo Barros reconheceu dificuldade orçamentária, débitos com atletas, mas levou documentos para justificar viabilidade do clube na temporada

postado em 23/03/2018 17:25 / atualizado em 23/03/2018 19:31

Anderson Freire/Sport
Não acostumado a dar entrevistas com muita frequência, o presidente Arnaldo Barros deixou claro o motivo principal da coletiva desta sexta-feira, na Ilha do Retiro. Antes mesmo de iniciá-la, disse que foi convencido a prestar esclarecimentos para desmistificar "mentiras" ou "meias verdades" sobre o clube. O mandatário abriu parte das contas do Rubro-negro. Em tom áspero e defensivo em quase todas as respostas, admitiu dificuldades, pendências com o elenco, mas negou uma crise financeira no Leão.

Na visão de Arnaldo, raros os clubes no Brasil estão imunes aos problemas nas finanças. Segundo ele, a situação econômica nacional é que tem agravado o quadro dos times do país. Mas rechaça recessão no Sport.

"Você tira uns cinco que não passam por dificuldade. Não por conta de gestão, mas de um momento econômico vivenciado desde o ano passado, quando houve até um certo fôlego pelos resquícios das cotas de televisão. Fora Atlético-PR, Palmeiras, Flamengo... quem não está passando por dificuldades. A palavra crise é muito pesada", pontuou o presidente.

Sem deixar de admitir problemas nos pagamentos, após ter negado reiteradamente atrasos com o elenco, Arnaldo reconheceu dívidas com os jogadores referentes a dois meses de imagem e mais o 13º salário dos remanescentes de 2017.

"Eu sou um técnico que responde ao que me perguntam. Se perguntam se o Sport tem atrasos, não tem. Tínhamos com os atletas até a semana passada uma folha atrasada, pagamos. Agora se você me pergunta sobre outros tipo de remuneração, aí tem imagem, que são contratadas com empresas. Se me perguntam se temos atrasos em imagem, sim. O 13º dos atletas também estão atrasado e fizemos propostas de pagamentos."

Sobre atrasos em premiações e pendências com empresários de jogadores, o mandatário falou que não tinha a resposta no momento. Com os agentes, admitiu a possibilidade de elas existirem. Funcionários estão com os vencimentos em dia, assegurou.

Arnaldo negou também que Sport tenha sido superavitário. Mas levou à coletiva documentos para defender a viabilidade da sua gestão, entre elas uma certidão negativa de débitos trabalhistas, um extrato de conta com R$ 327.832,90 para bancar eventuais condenações nos tribunais e ações de apenas seis atletas contra o clube (Felipe Azevedo, Maicon Leite e outros quatros jogadores da base), que garante serem as únicas em tramitação de 87 ações no Rubro-negro.

O presidente leonino ainda minimizou os efeitos a curto prazo das verbas pelas vendas de Diego Souza ao São Paulo e de André André, e até mesmo o empréstimo de Rithely ao Internacional. Como serão de forma parcelada, diz que as cifras não são capazes por si só de alçar o clube a um patamar financeiro mais confortável de imediato.

"Sempre se faz uma análise mais fácil. Ninguém vai a fundo. Dizem que não é possível que o Sport recebendo tanto não tenha dinheiro. Isso é uma análise simplória. Ninguém na crise está em condições de comprar atletas à vista", destacou.

Sport sem imagem arranhada no mercado?

Apesar de tais dificuldades que garante ser inevitáveis, Arnaldo rechaçou a ideia de que o Sport esteja com a sua imagem arranhada no mercado após as notícias sobre atrasos e sobre a ingerência junto a jogadores e empresários. "O Sport continua muito respeitado no Brasil. A imagem do Sport continua como dever ser: como maior clube do Nordeste, cumpridores dos seus deveres, sério e com administração correta. Agora dificuldade pontual tem."