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Sport diz que vendeu André abaixo do preço e detalha negócios de Rithely e Diego Souza

Presidente Arnaldo Barros acredita que transação poderia ser mais lucrativa para o clube se atacante não tivesse forçado saída ao se negar a jogar

postado em 23/03/2018 18:40 / atualizado em 23/03/2018 18:51

Lucas Uebel / Grêmio FBPA
A venda de André ao Grêmio não foi pelo valor que o Sport realmente desejada. O presidente Arnaldo Barros afirmou que o atacante valia mais do que os 2,5 milhões de euros, cerca de R$ 10 milhões, que serão pagos parceladamente pelo Tricolor Gaúcho ao Rubro-negro. Não porque o clube queria, mas por causa do próprio jogador - segundo o mandatário. Arnaldo ainda deu detalhes sobre as negociações de Diego Souza e Rithely - vendido pelo São Paulo e emprestado ao Internacional, respectivamente.

Após o Leão ter comprado 70% de André no ano passado por 1,6 milhões de euros (cerca de R$ 5,2 milhões), no maior investimento da história do clube, Arnaldo entende que o repasse dos direitos econômicos ao Grêmio poderia ser muito mais lucrativo não fosse a conduta do próprio jogador, que havia se recusado a atuar pelo Rubro-negro durante as conversas para deixar a Ilha do Retiro.  

“Vendemos André pelo dobro do preço que investimos. Recebemos um ano de retorno desportivo, midiático, mas eu acho que não foi o melhor negócio. André vale mais que isso, só que a postura dele nos levou a fazer esse negócio, o que foi ruim”, falou o presidente. 

Arnaldo conta que antes da oferta do Tricolor Gaúcho, André tinha um comportamento totalmente diferente no clube. No entanto, se viu de mãos atadas para punir o atleta de alguma forma quando ele manifestou vontade de deixar o Sport. 

“Antes a postura dele foi espetacular, um líder dentro de campo, exortando todo mundo a jogar bola, comprometido. A partir do interesse do Grêmio, passou a ter postura verdadeira, mas condenável: ‘eu não quero mais jogar’. Você tem contrato. Tive que tomar atitudes dentro da lei. Não posso decidir com o fígado em colocar o camarada a treinar em separado, cortar o salário dele. Gente, a legislação é protetiva do empregado e do atleta. Se eu fizesse isso, estaria construindo um passivo incalculável para o clube por danos morais”, alegou o mandatário.

Diego Souza

Já a venda de Diego Souza ao São Paulo foi melhor: R$ 10 milhões parcelados depois de comprá-lo por R$ 2,5 milhões. “Conseguimos vender Diego por (quase) dez (sic) vezes o valor investido. Tivemos retorno desportivo e midiático”, avaliou Arnaldo, que também elogiou o comportamento do meia após as negativas do Rubro-negro desde quando o Palmeiras o procurou, ainda em 2017.

“Diego teve essa compreensão desde quando o Palmeiras veio buscá-lo. Ninguém tirou o jogador depositando a multa, que era de R$ 90 milhões para o Brasil e 600 milhões de euros para fora (do país). Quem no Brasil já comprou atleta por metade disso. Não tinha expectativa de vender por esses valores, mas esses valores forçam a abrir negociação. Palmeiras ofereceu algo que não foi justo, e Diego Souza mesmo reconheceu e não foi. Não fez corpo mole.”

Arnaldo ainda se mostrou convicto no recebimento de todo o valor, visto que o Fluminense, que tinha metade dos direitos econômicos de Diego, notificou o Leão exigindo R$ 5 milhões referentes a metade do valor da venda. O presidente passa a bola para o São Paulo.

“Recebemos o valor de entrada, que possibilitou dar uma saneada no clube. No contrato, está dito que Sport vende parte dele e que as partes acordam ainda, fora o pagamento do Sport, que o valor devido ao Fluminense pela conclusão do presente negócio será de responsabilidade do São Paulo Futebol Clube. Está aqui, está escrito. É por isso que temos confianças que esses recursos virão ao Sport integralmente."

Rithely

Com Rithely emprestado ao Internacional até o fim de 2019 por R$ 1,2 milhões, o Sport terá ainda responsabilidades financeiras com o jogador, com necessidade de cirurgia no tornozelo, segundo o Colorado. Barros confirmou ainda que o Leão pagará o salários de volante até que ele se recupere. "Como Rithely não tinha passado no exame do Internacional, a responsabilidade é do Sport, que vai custear quantidade limitada de meses até se recuperar. Isso é justo.”

Arnaldo cravou as vindas de Ernando, Cláudio Winck e Andrigo como contrapartida do negócio e avisou que o trio terá vencimentos compartilhados com o Internacional. "O Inter paga uma parte, o Sport outra”, frisou.