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OPINIÃO

Coluna de Fred Figueiroa: 'Uma dupla de meio-campistas que chegou tarde demais no Sport?'

Colunista do Superesportes viu com bons olhos as entradas de Marcão e Jair

postado em 18/09/2018 08:50 / atualizado em 18/09/2018 09:20

Williams Aguiar/Sport
A impressão deixada no 2º tempo do jogo contra o Cruzeiro se confirmou. A dupla de volantes Marcão e Jair deu ao meio de campo do Sport uma dinâmica que não se via desde a saída de Anselmo para o futebol árabe. Não que o desempenho do setor seja o mesmo das primeiras nove partidas. Claro que não. A fase que Anselmo atravessava era acima da média dele, inclusive. Mas Jair tem algumas características parecidas que permitem um meio de campo que ganha força de marcação e também uma qualidade maior na distribuição da bola e na aproximação da área. A experiência de colocar Neto Moura à frente dos dois, atuando como um meia de criação não resultou em um encaixe perfeito, mas diria que gerou sinais de que pode dar certo. Ou seja, taticamente, o time rubro-negro parece enfim ter encontrando um mínimo de solidez. O problema é que faltam apenas 13 jogos para o fim e uma evolução lenta dificilmente será suficiente para evitar o rebaixamento. Até porque organização tática é só o começo...

A implosão da confiança 

A derrota para o Corinthians no último domingo foi o retrato do quanto o encaixe tático tornou o Sport mais competitivo, mas não impediu os erros pontuais que comprometem as partidas. Depois de abrir 1 a 0 ainda no 1º tempo, a equipe pernambucana correu poucos riscos de sofrer o empate. E, menos ainda, de levar a virada. O primeiro gol corinthiano saiu de uma jogada originada por um erro relativamente grave de arbitragem, já que dois jogadores impedidos participaram do início da jogada que terminou com o belo chute de Jadson no ângulo de Magrão. Eram 13 minutos do 2º tempo. E até quase os 43 minutos, o time da casa não criou uma única chance real. A melhor oportunidade de gol, aliás, foi do Sport - em um chute de fora da área de Neto Moura, que raspou o travessão de Cássio, que apenas olhou. O empate era um resultado fundamental não só para a classificação, mas para restabelecer o mínimo de confiança no elenco. Era.

A desatenção que custa caro 

O gol de Ávelar que sentenciou a oitava derrota consecutiva do Sport fora do Recife foi - mais uma vez - fruto de absoluta desatenção dos marcadores. Uma bola que havia sido roubada por Sander na esquerda, acabou espirrando de novo para Jadson que cruzou na primeira trave. Romero e Leo Ortiz subiram e dividiram a bola no ar. Ela cruzou a pequena área e sobrou para o paraguaio finalizar sem goleiro na barra. Ernando e Marcão, que estavam na pequena área, ficaram imóveis. Rogério, que acompanhava Ávelar, também não se mexeu. Um segundo de desatenção e mais um ponto perdido. E, naturalmente, um golpe violentíssimo no já abalado moral do grupo. O Sport desabou para a penúltima posição, já está a quatro pontos do 16º (Chapecoense) e tem uma tabela duríssima nas próximas quatro rodadas. Analisando friamente, a projeção de pontuação é baixíssima e a tendência é que o time entre na reta final do Brasileiro com uma distância de mais de uma rodada (talvez até duas) para deixar a zona de rebaixamento.

A missão quase impossível 

Por pior que seja o cenário matemático e psicológico, resta ao Sport buscar forças nas mínimas chances de permanência e no pouco de esperança de evolução trazida nas duas últimas atuações do time.  Na ponta do lápis, a missão é de somar mais 19 ou 20 pontos para chegar aos 43 ou 44. Com 43, a chance de queda é de  17%. Com 44, cai para apenas 5%. Ainda assim, o time precisaria de um aproveitamento de quase 50%. Basicamente o desempenho do 7º colocado. Não existem razões lógicas para acreditar que isso será possível, mesmo com o encaixe tático citado acima. De toda forma, dividir os 13 jogos restantes em quatro blocos para tentar montar um meta minimamente factível de pontuação para chegar aos 44. Segue abaixo:

Bloco 1: 4 pontos nos próximos 4 jogos
Jogos com alto grau de de dificuldade: Palmeiras (C), Atlético/MG (F), Inter (C) e Atlético/PR (F). 

Bloco 2: 9 pontos nos jogos obrigatórios
Vencer Vasco, Ceará e Vitória em casa. 

Bloco 3: 7 pontos em 4 jogos difíceis
Fluminense (F), Chapecoense (F), Flamengo (C) e Santos (C). 

Bloco 4: Jogos com dificuldade extrema
Grêmio (F) e São Paulo (F)