Dez de setembro de 2017 foi um dia marcado na carreira do meia Leandrinho. Cria da base do Botafogo à época, o jogador estava em campo para disputar o clássico contra o Flamengo, no Nilton Santos. Mas aos 47 minutos do primeiro tempo, viu o sonho de dar os primeiros passos e consolidar a curta carreira como profissional cair por terra. Diagnosticado com uma lesão no ligamento cruzado do joelho direito, ficou nove meses fora dos gramados. Após ter disputado apenas um jogo em 2018, alternando entre tratamentos e renúncias, o cenário que Leandrinho vive hoje é o oposto.
No Sport, o jogador deu a volta por cima e garantiu um triunfo importantíssimo na carreira, além de ter se consolidado na equipe titular. Com 1874 minutos jogados, o meia rubro-negro alcançou a maior minutagem da carreira jogando pelo Leão, algo que nunca ocorreu desde 2016, seu primeiro ano como jogador profissional do Alvinegro carioca. Para se ter uma ideia, no mesmo ano, quando teve sua passagem mais regular no Botafogo, Leandrinho disputou 30 jogos, marcando três gols. Nesta temporada, ainda com a Série B em andamento, a marca já foi alcançada no Rubro-negro pernambucano.
Ter sido diagnosticado com o ligamento do joelho rompido, no entanto, não foi a única lesão que acompanhou o jogador. Antes dessa, mais grave, Leandrinho já havia sofrido com uma sequência de problemas na coxa esquerda. Depois de muitos exames, os médicos encontraram uma solução, até certo ponto, inusitada: em um resultado de raio-x dentário. O meia teve que retirar os quatro sisos. Dali em diante, tinha ficado ‘zerado’ até contrair uma nova lesão.
Se a reviravolta na carreira não foi fácil de acontecer, a caminhada de Leandrinho para se firmar no Sport também não foi. Contratado ainda no início da temporada, em janeiro, o meia conseguiu prestígio com o então técnico do Leão, Milton Cruz. Mas a ‘vida fácil’ foi embora desde a chegada de Guto Ferreira, que assumiu a equipe após a derrota no Clássico das Multidões diante do Santa Cruz, na 6ª rodada do Campeonato Pernambucano.
Na Série B, no entanto, o cenário começou a mudar. E positivamente. Mesmo ficando no banco de reservas, o meia do Sport sempre ficava à sombra do experiente meio-campista Sammir, então titular absoluto do time. Isso porque, na maioria das vezes, Leandrinho era alçado por Guto Ferreira no segundo tempo, funcionando como 12º jogador do time pernambucano.
Porém, a chance mesmo de se firmar no Rubro-negro veio com a saída do jogador croata para o NK Locomotiva. Desde então, não saiu mais entre o time titular - há seis jogos seguidos -, além de ter evoluído fisicamente. Inclusive, a queda brusca de ritmo de jogo durante as partidas era bastante cobrada pelos torcedores leoninos.
“O motivo da evolução física dele foi uma dedicação maior do jogador com os treinos. Está mais dedicado, focado, entregue. Passou a ter mais um pouco de cuidado com a alimentação, perdeu 1,5kg, baixou percentual de gordura. A evolução física dele é o fruto desses fatores. Na última quarta-feira, por exemplo, ele me disse que conquistou a maior minutagem dele na carreira”, explicou o fisiologista do Sport, Inaldo Freire.