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ARQUIBANCADA

Torcida do Movimento Verde Amarelo busca resgatar sentimento pela Seleção Brasileira

Aflitos e Arena de Pernambuco estão na programação do grupo para no mês

postado em 08/10/2019 10:09 / atualizado em 07/10/2019 19:27

<i>(Foto: Divulgação/MVA/Arquivo Pessoal)</i>
O calor que envolve a essência do povo brasileiro desde o berço, mostra não conseguir dar conta de acompanhar a Seleção Brasileira com o passar do tempo. Pelo menos, é o que pode ser observado de uns anos para cá, sendo até possível sentir a distância em que a torcida se colocou em relação aos atletas. Seja em campo, pista, mesa ou quadra. As comemorações parecem não ter o mesmo significado que antes, os ídolos parecem vir acompanhados de um prazo de validade e a paixão parece que esfriou. Buscando reverter esse quadro e resgatar o sentimento de patriotismo no esporte, o Movimento Verde Amarelo, criado em 2008, tem como principal objetivo a reunião de pessoas em prol da Seleção. A torcida é a mesma para qualquer modalidade ou atleta. E para fazer parte do movimento, o único requisito obrigatório é saber torcer. Em prol do país, claro.
 
O grupo ganhou bastante atenção e visibilidade com a criação da música “Mil Gols”, durante a Copa do Mundo de 2014, sediada pelo Brasil. A canção é lembrada e cantada até hoje pela torcida verde e amarela. Mais recentemente, na Copa do Mundo da Rússia, no ano passado, outro destaque aconteceu, dessa vez com o lançamento da música “Único penta é o Brasilzão”, que também caiu nas graças da torcida.
 
Desde sua existência, o grupo de torcedores do Movimento Verde Amarelo (MVA) é presença garantida na torcida pelas mais diferentes modalidades da Seleção, entre os compromissos já registrados no calendário, estão: Copa América da Argentina (2011), Olimpíadas de Londres (2012), Copa das Confederações do Brasil (2013), Olimpíadas do Rio (2016), Copa do Mundo da Rússia (2018) e Copa América deste ano. Aproveitando os dois amistosos que a Seleção Olímpica do Brasil fará em Pernambuco neste mês, o grupo local de torcedores pretende espalhar ainda mais o espírito das cores nacionais. Os próximos encontros estão marcados nas arquibancadas do dia 10 e 14. Próxima quinta, nos Aflitos, às 21h30, em jogo contra a Venezuela. E, quatro dias depois, às 16h, na Arena de Pernambuco, diante do Japão.
 
A ideia de criar essa verdadeira torcida organizada veio a partir de um grupo de estudantes da Universidade de São Paulo (USP) e hoje, possui várias embaixadas, inclusive fora da fronteira nacional. O MVA tem espaço nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal, além dos continentes do mundo todo. São cerca de 100 mil pessoas envolvidas e engajadas na reconstrução de um cenário de proximidade entre a Seleção Brasileira e sua torcida. A embaixada pernambucana foi criada no início do mês de junho, e segundo o embaixador estadual Paulo Machado, serve como “modelo”, por causa das muitas ações elaboradas em pouco tempo de fundação. “A gente acredita que o esporte é um fator de inclusão e desenvolvimento social, e o trabalho do movimento é muito importante para os atletas se sentirem amparados e acolhidos.”
 
Uma causa levantada pelos membros é a igualdade na torcida pelos esportes brasileiros. Para as arquibancadas do MVA, o futebol é “apenas” mais um motivo de união. Com espaço igualado aos outros esportes. “Além da Seleção Brasileira de futebol, a gente acompanha outros esportes, já fomos para mundial de basquete, futsal down, jogos de handebol e vôlei, pólo aquático, luta de muay thai e rugby”, afirmou Paulo.
 
O representante, contou ainda que a iniciativa não possui fins lucrativos, e além da atuação nas arquibancadas, o movimento é destacado também por outros acontecimentos, como oficinas de bateria, projetos sociais, visita a hospitais, doação de sangue, recepção das delegações em hotéis e coleta de lixo nos estádios. 
 
Whendeo Felipe, de 17 anos, é um dos integrantes do Movimento Verde Amarelo aqui no Brasil. O garoto saiu da capital pernambucana com destino ao Rio de Janeiro para realizar o sonho de assistir à final da Copa América deste ano. A experiência da viagem garantiu para ele resultados além do 3 a 1 do Brasil em cima do Peru. Whendeo viajou sozinho, e no “esquenta” durante o pré-jogo conheceu outros conterrâneos, que faziam parte do movimento. “Estavam lá com o mesmo propósito que eu, foi aí que minha relação com o movimento começou. Para mim, é muito mais que uma simples torcida, é um projeto que estou sentindo orgulho de fazer parte. É muito bom estar participando desse processo de mudança na forma de torcer”, afirmou o integrante.