NEGÓCIOS

Brasil deve pensar economicamente a gestão do futebol

"Não amadurecemos a percepção de que é um esporte rentável", critica especialista

postado em 10/07/2014 10:23 / atualizado em 10/07/2014 12:48

Jéssica Raphaela /Correio Braziliense , Thaís Cunha /Correio Braziliense

Daniel Ferreira/CB/D.A Press

O vexame de terça-feira diante da Alemanha pode servir para que o futebol brasileiro ganhe mais torcedores — e mais dinheiro. O exemplo viria justamente dos algozes do Mundial de 2014 (leia reportagem na página 10). “Os alemães hospedaram uma Copa em casa, em 2006, e a diferença é que isso reforçou o pensamento no processo que envolvia o futebol no país”, avalia Creomar de Souza, professor de comércio internacional da Universidade Católica de Brasília.

Segundo o especialista, o revés pode ser lição para que o Brasil também pense economicamente na gestão do futebol até chegarmos à próxima Copa. “Não amadurecemos a percepção de que é um esporte rentável e não conseguimos pensar nele como um produto”, critica. A tarefa se tornará mais difícil ao longo dos próximos anos, já que os patrocínios generosos de algumas empresas ao Campeonato Brasileiro tendem a cair. “A iniciativa privada não está tão ligada ao futebol porque não é atraente para eles”, conclui Souza.

O legado da derrota, porém, pode provocar mudanças na gestão do futebol nacional. Para Pedro Trenegrouse, professor de marketing esportivo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), os financiadores do espetáculo têm um papel importante: “Vão ficar mexidos, mas não devem abandonar a tarefa”, destaca. Ele recomenda, inclusive, que os brasileiros apoiem programas de sócio-torcedor para ajudar a fortalecer os clubes. (JR e TC)

Inglaterra sofre baque

A eliminação da Inglaterra ainda na fase de grupos resultou em prejuízos concretos. De acordo com levantamento publicado pelo jornal britânico Daily Mirror, o país deve deixar de lucrar mais de R$ 4 bilhões até o fim da Copa do Mundo. O montante viria do consumo em bares e restaurantes nos dias de jogos da equipe e de artigos esportivos, que entraram em liquidação assim que o time foi eliminado, após derrotas para Itália e Uruguai.

Gangorra no mercado Veja os setores que faturaram com o Mundial e os que tiveram prejuízo

Os que ganharam
Bares e restaurantes, hotéis, transporte e comércio de eletroeletrônicos e de
materiais esportivos

Os que perderam
Setores de combustíveis,
farmácia e perfumaria e
outros níveis do varejo
Fonte: Confederação Nacional do Comércio