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AUTOMOBILISMO

Emerson Fittipaldi cobra reabertura do Autódromo de Brasília

Autódromo da capital federal completou 45 anos de existência sem funcionar

postado em 05/02/2019 15:38 / atualizado em 05/02/2019 16:23

Arthur Menescal/Esp. CB/D.A Press
Foram 11 temporadas na Fórmula 1 e 13 na Fórmula Indy. Dois títulos mundiais na primeira e outro na segunda. Mesmo assim, Emerson Fittipaldi, hoje com 72 anos, lembra com detalhes de um dos dias mais emocionantes de uma carreira que começou em 1964 e terminou, oficialmente, em 1996: a inauguração do Autódromo de Brasília. No último sábado, o local — que hoje leva o nome de Nelson Piquet, outro ídolo do automobilismo internacional — completou 45 anos de existência. Infelizmente, sem funcionar. O que, para Fittipaldi, é uma perda para o esporte nacional.

“Brasília tem muita tradição no automobilismo. A minha esperança é de que o autódromo seja reinaugurado o mais rápido possível”, afirmou Fittipaldi, que esteve na capital, ontem, a convite do ex-piloto Luiz Garcia Júnior, e se encontrou com o governador Ibaneis Rocha para pedir pela pista. Fechado desde 2014, o autódromo entrou em um processo de parceria público-privada (PPP). Duas empresas ligadas a ex-pilotos apresentaram propostas para administrar o local: a Comercial Calbox, com o apoio de Amir Nasr, da Federação de Automobilismo do DF e de investidores de Goiás; e o consórcio das empresas RNGD Consultoria e a Rígido Engenharia, com Affonso Giaffone.

Arquivo CB/CB/D.A Press
“No lugar onde fica e com a tradição que existe aqui, não pode ficar fechado. Além disso, o automobilismo gera emprego, renda e entretenimento”, argumenta Fittipaldi, lembrando de quando esteve na capital para a inauguração, em 1974. Uma semana antes, ele havia corrido e vencido o GP Brasil de Fórmula 1, com uma McLaren, em Interlagos. Depois, diversos pilotos da categoria vieram para Brasília a fim de inaugurar o autódromo com uma corrida. A prova teve a chancela da organização da Fórmula 1, apesar de não valer ponto para o campeonato. No grid, alinharam-se: Carlos Reutmann, Emerson Fittipaldi, Jody Scheckter, José Carlos Pace, Arturo Merzario, Jean Pierre Beltoise, Wilson Fittipaldi Jr., Jochen Mass, Henri Pescarolo, Howden Ganley, Hans-Joachin Stuck e James Hunt.

“Foi um envolvimento muito grande da cidade com o autódromo. Em Brasília, sempre se respirou automobilismo”, lembra Fittipaldi, que correu diversas vezes no centro da cidade, em um circuito de rua que passava, inclusive, pela Rodoviária do Plano Piloto. “Eu adoraria vir para a reinauguração. Acho que todos os grandes campeões brasileiros deveriam vir para uma grande festa”, espera o bicampeão mundial, lembrando que guarda um carinho especial pela capital: aos 13 anos, testemunhou a inauguração da cidade ao lado do pai, o jornalista Wilson Fittipaldi, que fez a cobertura do evento.

Arquivo CB/CB/D.A Press


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Hoje, o ex-piloto se dedica à construção de um carro na Europa e à carreira do filho mais novo, também de nome Emerson, de 11 anos. “Com três filhos homens, ele foi o único a levar a sério o automobilismo. Emerson corre desde os 6 anos de idade e é apaixonado. Temos, sim, um projeto para ele”, afirma o pai coruja. Aliás, avô coruja também, porque faz questão de lembrar dos netos Pietro, de 22 anos, e Enzo, de 17. 

Fittipaldi também acompanha outros pilotos brasileiros e as novas categorias, como a Fórmula E, de carros elétricos. E não se intimida de dar opinião sobre as últimas notícias. Entre elas, o bate-boca entre Felipe Massa e Nelsinho Piquet, que se estranharam no Marrocos. “O pessoal fica com medo de falar por causa de patrocinadores. Mas eu acho legal os dois discutirem. Depois, eles vão se entender, com certeza”, ensina.