Basquete

Brasília Basquete cobra na Justiça dívida milionária do patrocinador

Sem o pagamento do patrocínio da franquia, jogadores confirmam que o salário referente ao mês de outubro está atrasado

postado em 28/11/2019 09:39 / atualizado em 28/11/2019 15:09

(Foto: Minervino Junior/CB/D.A Press
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O Universo/Brasília está à beira do caos. Sem receber os valores estabelecidos em contrato de patrocínio, o gerente-geral do time, Bernardo Bessa, processa a Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedora da Universidade Salgado Oliveira (Universo), alegando que a instituição não repassou a quantia de R$ 1,5 milhão.

De acordo com o contrato assinado por Wellington Salgado de Oliveira, presidente da associação, e Bernardo Bessa, o Universo deveria ter pago 10 parcelas de R$ 150 mil, a começar em novembro de 2018 com término em novembro em 2019. Com a correção monetária, o valor da causa chega a quase R$ 2 milhões. Sem o pagamento do patrocínio da franquia, jogadores confirmam que o salário referente ao mês de outubro está atrasado.

Após meses de espera por um acerto, a LB Produções e Eventos LTDA-ME, representada por Bernardo Bessa, entrou com um processo de execução de título extrajudicial contra a Associação, em 17 de setembro, alegando que o Universo não realizou os pagamentos das parcelas contratualmente devidas ao time de basquete, apenas pagamentos esporádicos nos meses de julho e agosto de 2019, que somam R$ 310.739,43.

O processo mostra que, em 10 de julho de 2018, o Universidade Salgado de Oliveira enviou uma carta de intenção de patrocínio à Liga Nacional de Basquete (LNB). “Declaramos, para os devidos fins, que iremos patrocinar a equipe ‘Universo/Brasília’ com valor anual de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais) para participação do Novo Basquete Brasil, 11ªedição, organizado pela Liga Nacional de Basquete”. O documento foi assinado por Wellington Salgado de Oliveira, presidente da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedora da Universo.



Assim, desde agosto de 2018, a equipe adotou a marca Universo Brasília. Em setembro, lançou blusas com a logomarca da franquia e, em 13 de outubro do mesmo ano, estreou na temporada na 11ª temporada do Novo Basquete Brasil (NBB). No entanto, o contrato particular de patrocínio esportivo entre a Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, representada por Wellington Salgado de Oliveira, como contratante e a  LB Produções e Eventos LTDA-ME, representada por Bernardo Bessa, como contratada, foi assinado apenas em 8 de novembro. O acordo tinha vigência durante o prazo de um ano, contados da sua assinatura, podendo ser prorrogado pela anuência de ambas as partes.

O que dizem as partes envolvidas 

Segundo o presidente da associação, a falta dos repasses é justificada pelo descumprimento de acordos estabelecidos com o time. “No contrato, há um anexo que exige um documento assinado pelos jogadores reconhecendo que a Universo não tem nada a ver com a administração da equipe, com os jogadores e com as despesas. Antigamente os contratos dos jogadores eram assinados com a universidade. Dessa vez, eu queria um documento assinado por cada jogador reconhecendo que não há vínculo com a faculdade. No outro documento, assinado pelo Bernardo, a empresa dele deveria pagar 10 parcelas de R$ 40 mil para utilizar a franquia da Universo, pois, sem ela, teriam de começar de baixo”, alega o dirigente.

"Mas tudo isso deve acabar em um acordo. Eu nunca conheci o Bernardo, eu conhecia o Jorge (Bastos, presidente do Brasília). Decidi assinar esse contrato porque o Jorge pediu, mas aí ele pediu para colocar o nome do Bernardo. O Jorge que era o meu amigo, meu companheiro", prossegue. Não renovei para a nova temporada e, enquanto não resolver, eu não renovo. Antes a gente tem que sentar e ajustar. O cara que tem que acertar é o Jorge”, conclui.

 

“Não falo sobre nenhum processo publicamente. Está tudo nos autos. O verdadeiro dono do time não fez o repasse. Tudo será esclarecido judicialmente. É a única coisa que posso dizer”, esquivou-se Bernardo Bessa.

 

Instabilidade no NBB 


Desde o retorno do Universo/Brasília na 11ª edição do NBB, a equipe passa por instabilidade dentro e fora de quadra. Além das sequências de derrotas na temporada 18/19, a equipe do DF conviveu com atrasos salariais. Diante do Pinheiros, em 16 de março, o principal pontuador, o ala-armador Zach Graham, se recusou a jogar e assistiu à partida do banco de reservas.

Na atual temporada do NBB, a equipe brasiliense conseguiu o patrocínio do Banco de Brasília (BRB) de R$1.500.000. O time ocupa a 11ª colocação, entre 16 participantes, com três vitórias e cinco derrotas (37,5% de aproveitamento). O próximo compromisso do Universo/Brasília será no sábado, contra o São José (14º), no interior paulista, às 18h.

 

*Estagiária sob a supervisão de Fernando Brito