Apesar de erro do adversário norte-americano, brasileiro Matheus Rheine fica com a prata

Glasgow — A única medalha da seleção brasileira paralímpica de natação, no segundo dia de competição do Mundial da modalidade, em Glasgow, na Escócia, ficou indefinida por 15 minutos. Por desclassificação do adversário ao fim da prova, o ouro dos 400m estilo livre da categoria S11 (cego total) foi — muito — comemorado por Matheus Rheine. Recurso da delegação norte-americana reverteu resultado e brasileiro levou a prata.

A apreensão pelo resultado começou quando Bradley Snyder, favorito na prova, errou a virada. Sem encostar o pé corretamente, ele recuou e repetiu o movimento. Campeão paralímpico, que ficou cego lutando no Afeganistão, o norte-americano, saiu da piscina sem comemorar e reconhecendo que havia falhado, mas que caberia à organização da prova checar se houve irregularidade.

Avisado sobre a desclassificação do adversário, Matheus Rheine — que já comemorava com entusiasmo a prata — se exaltou ao acreditar que ficaria com a prata. “Na hora quem faz sou eu, mas nunca digo que estou sozinho”, creditou o bom resultado também a sua equipe.

Além do técnico, o atleta desta categoria recebe uma ajuda especial de um tapper, profissional que fica à beira da piscina com uma espécie de bastão com espuma na ponta. O toque do equipamento é fundamental para que o nadador cego saiba o momento correto de virar ou parar.

Quinze minutos após o fim da prova, contudo, a organização do Mundial — que havia desclassificado o norte-americano — acatou recurso e Bradley Snyder, com o tempo de 4min37s13, subiu ao pódio para receber o ouro; enquanto o brasileiro, que fez 4min45s45, recebeu a prata. O bronze ficou com Tharon Drake (4min58s40), também dos Estados Unidos.

Outros sete atletas, além de Matheus Rheine, conquistaram vagas em finas nesta terça-feira (14/7), mas sem pódio. O Mundial Paralímpico vai até 19 de julho.