O ex-maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima relembrou — guardadas as devidas proporções — a emoção de carregar a tocha na abertura dos Jogos do Rio-2016, quando acendeu a pira olímpica. Na noite desta quinta-feira (16/11), o único latino-americano outorgado com a Medalha Pierre de Coubertin — a maior condecoração de cunho humanitário-esportivo concedida pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) — fez parte do revezamento da tocha que marcou o início dos Jogos Escolares da Juventude 2017, no Ginásio Nilson Nelson.
“O momento mais esperado é o da tocha, de acender a pira. A emoção é de como se fosse a primeira vez”, comentou o medalhista olímpico, muito assediado pelos estudantes-atletas em meio à cerimônia de abertura do evento.
Desta vez, porém, o ex-maratonista não foi o último a conduzir a tocha. Ele passou a honra para a judoca Érika Miranda, dona de quatro medalhas em campeonatos mundiais. A brasiliense acendeu a pira, que ficará reluzindo por nove dias. “Um evento como esse é um mini Jogos Olímpicos. E estar dentro da minha cidade, além de servir de motivação para esses jovens, me deixa com uma satisfação muito grande”, orgulha-se Érika. Ela confessou nervosismo antes de entrar. “Lutar é bem mais fácil”, brinca. “Foi muita emoção, lembrei dos Jogos Olímpicos. Parece que a gente realmente entra no clima de competição.”
Outro atleta olímpico de Brasília teve papel de destaque. Medalhista de bronze da marcha atlética no Campeonato Mundial de atletismo de Londres 2017, Caio Bonfim entrou no ginásio com a tocha dos Jogos Escolares na mão. “Eu me lembro como era nessa faixa etária, quando ia competir e voltava para casa com a sensação de que era um atleta. Talvez eles cheguem aqui sem serem atletas ainda, mas vão sentindo tudo isso e voltam para casa pensando em fazer isso para a vida toda, ou seja, pensando que são competidores”, pontua.
Ao todo, nove atletas olímpicos participaram do revezamento da tocha na cerimônia de abertura: Joanna Maranhão (natação); Hugo Hoyama (tênis de mesa); Emanuel Rêgo (vôlei de praia); Fabiana Silva (badminton); Henrique Avancini (ciclismo); Francielly Pereira (ginástica rítmica); e Laís Nunes (lutas), além de Érika, Caio e Vanderlei.
Todos os chamados embaixadores dos Jogos Escolares foram devidamente tietados pelos jovens talentos nacionais. Eles não perderam a oportunidade de registrar nos celulares o encontro. “É um evento incrível, já dá para se sentir mais atleta”, comemorou a estudante Franciele Soares, 17 anos, jogadora do vôlei de praia de Palmas (TO).
A festa contou ainda com apresentações de dança, de capoeira e com o tradicional desfile das delegações, que, neste caso, foram compostas por representantes dos 26 estados, do DF e do Japão, única nação estrangeira convidada pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), na natação e no atletismo. Autoridades do esporte acompanharam o governador Rodrigo Rollemberg nos discursos em cima do palco. O evento teve apresentação da banda brasiliense Scalene.
A competição reúne 3,5 mil atletas, com idades entre 15 e 17 anos. Serão disputadas 14 modalidades em 21 locais da cidade.