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ESPORTES URBANOS

Parkour começa a ganhar espaço em escolas e academias no DF

A prática surge como opção para tirar crianças e adolescentes do sedentarismo

postado em 17/12/2018 14:26 / atualizado em 18/12/2018 12:20

Douglas Carega/Divulgação
A modalidade francesa Parkour ganha adeptos e espaço em academias em Brasília. Famosa por ser praticada em ambientes urbanos, consiste em ultrapassar obstáculos de forma rápida e eficiente, usando técnicas como corrida, saltos, rolamentos, equilíbrio e escalada. Há lugares fechados que ensinam como desenvolver essas habilidades, mas o esporte continua a fazer sucesso mesmo é nas áreas abertas da capital. Os setores comerciais das Asas Sul e Norte e do Sudoeste e o Parque de Águas Claras são pontos de encontro de atletas veteranos. 

O Parkour, porém, não é só para os grandões. Na verdade, a busca por uma infância mais ativa para a filha foi um dos motivos que levaram Odacyr Timm Neto a apresentar a modalidade a Ayla, de 9 anos. Um dos pontos positivos destacados por ele é o fato de as crianças deixarem os celulares em casa. “Ela sempre gostou de atividades ao ar livre e, no mundo dos games, curtia os jogos de ação. Um colega da escola dela comentou, e fomos conhecer. Já tem mais de um ano que ela pratica”, afirma Odacyr. 

Para Yana Sotomayor, mãe de Tito, oito anos, o parkour consegue desenvolver a concentração, a confiança e o equilíbrio dos pequenos. “Minha geração brincou na rua. Hoje, as crianças que moram em apartamentos ficam menos tempo fora de casa. Então, essa atividade retoma a ocupação de praças e quadras”, diz. “Tito pratica há mais de um ano e, desde a primeira aula, vimos que ele melhorou alguns medos e aumentou o controle motor e a socialização.” 

As duas crianças aprenderam a dar os primeiros saltos com Poliana Souza. A brasiliense se interessou pelo esporte em 2005. Hoje, é a mulher que pratica há mais tempo na cidade. Formada em Educação Física, resolveu transformar o hobby em negócio. Em 2011, começou a oferecer oficinas e, cinco anos depois, fundou a Drop and Leap, uma escola que tem como alvo crianças e adolescentes. “Nosso público principal é o infantojuvenil. de 7 a 16 anos, mas, recentemente, começamos com o parkour bab, fr 4 a 6 anos, no qual os pais participam das aulas”, comenta. “Queremos ensinar as crianças a se movimentar, com o objetivo de resgatar a infância ativa e divertida na rua.” 

Segundo Poliana, a modalidade pode ser praticada por pessoas de todas as idades. A única necessidade é a de adaptá-la à individualidade e às condições físicas de cada um. “No começo do ano que vem, a Drop and Leap se unirá ao Instituto Steinkopf. Eles oferecem um trabalho de musicoterapia para pessoas autistas. O parkour contribuirá com o desenvolvimento e a estimulação psicomotora dos participantes do programa”, explica a professora. 

Treinamento 

Criado como um método de treinamento na década de 1980, o esporte agora integra a Federação de Ginástica (FIG), o que abre caminho para conseguir um lugar nos Jogos Olímpicos. A FIG faz parte do Comitê Olímpico Internacional que tem autorização para regulamentar novas práticas. Em competições, existem duas categorias de parkour: speed-run e freestyle. Nas provas de velocidade, os atletas precisam vencer os obstáculos no menor tempo possível. No estilo livre, o julgamento serpa a partir das performances, analisando a criatividade e a perfeição dos movimentos. 

No calendário de competições 

Neste ano, a Federação Internacional de Ginástica lançou a Copa do Mundo de Parkour. Ela foi dividida em duas etapas: a primeira ocorreu; a segunda, na França. No ano que vem, serão três, com a entrada da China no calendário. Em outubro, o esporte foi incluído nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Buenos Aires. Antes, integrou os Jogos Olímpicos de INverno, em 2016, na Noruega. 

No Brasil, as escolas e academias ainda não focam em formar atletas para grandes disputas. Quem quebra esse bloqueio é a paranaense Camila Stefaniu, de 15 anos. “A Camila é a única brasileira a participar de competições organizadas pelas instituições especializadas em parkour. Quando a Confederação Brasileira de Ginástica formalizar a prática, acredito que nascerão outras exigências, e a formação de atletas será um processo natural”, justifica Poliana Souza, fundadora da escola Drop and Leap. Por enquanto, ainda não existem competições em Brasília. As cidades centrais do esporte são Curitiba e São Paulo. 

Por meio da assessoria, a Confederação Brasileira de Ginástica informou que a FIG fará um congresso neste ano com todos os presidentes das federações nacionais. A partir de então, a CBG vai tratar da implantação  da modalidade no país. 

Serviço

Escola Drop and Leap
Quartas- Feiras  - 308 Sul (Praça dos Cogumelos)
Turma 07 a 10 anos  - 16h30
Turma + 11 anos     - 17h30

Sábados
Turma Feminina - 11h  -  308 Sul

Sábados  - 303 Sul (Praça dos Blocos Coloridos) 
Turma 07 a 10 anos  - 15h30
Turma 11 anos - 17h00 

Contato - (61) 99810-4000

UBT - Asa Norte 
Dentro do Clube de Vizinhança Norte

Segunda e Quarta - 13h30 às 14h30 e 18h às 19h 
Contato - Professor Filipe (61) 99118-1157

Parkour Generations Brasil 

Aulas Indoor (Espaço fechado) 

Terça e quinta - 17h iniciantes e 18h iniciados 
Local - Galpão Instrumento de Ver, Vila Planalto 

Aulas Outdoor (Espaços urbanos)

Sábado - 10h - Turma Teen 11 a 14 anos
Sábado - 11h - Turma Warriors acima de 14 anos 
Sábado - 9h - Turma Kids 7 a 10 anos 

Local: Em praças da Asa Sul 
 
*Estagiária sob a supervisão de Cida Barbosa