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S.O.S camisas 9: Nunes defende a criação do treinador de atacantes

Campeão por Flamengo e Atlético-MG, Nunes exalta Ricardo Oliveira, critica centroavantes rubro-negros e defende inclusão de novo profissional nas comissões técnicas

postado em 23/09/2018 15:49

Rodrigo Gazzanel/Futura Press
A escassez de camisas 9 no futebol brasileiro fez uma turma da velha guarda do Campeonato Brasileiro vislumbrar a possibilidade de criar uma nova profissão. Ídolos do Flamengo e do Atlético-MG, que se enfrentam neste domingo (23/9), às 16h, no Maracanã, Nunes e Reinaldo integram o grupo dos defensores da contratação do treinador de centroavantes. Cláudio Adão, Túlio Maravilha e Careca alimentam a tese.

“Com o mercado de atacantes sumindo, resolvemos criar esta nova função: o preparador de atacantes. Já estudei muito, fiz estágios e estou acompanhando todos os jogos. Estou à  disposição dos clubes”, avisa Nunes. Herói rubro-negro na conquista do título brasileiro de 1980 contra o Atlético-MG, por 3 x 2, o Artilheiro das Decisões foi o goleador isolado do campeonato em 1981, com 16 gols.

A preocupação dos ex-jogadores tem tudo a ver com a partida deste domingo. Flamengo e Galo são os times que mais finalizam nesta Série A — 145 e 141 vezes, respectivamente. No entanto, há enorme diferença na efetividade dos centroavantes das duas equipes. Ricardo Oliveira é o artilheiro do Atlético-MG na temporada com 19 gols. Acredite se quiser: aos 38 anos, o matador do Galo tem seis bolas na rede a mais do que todos os centroavantes disponíveis no elenco rubro-negro. Henrique Dourado contabiliza 10; Lincoln, 2; e Uribe, apenas um. Ex-dono da 9, Paolo Guerrero marcou apenas uma vez pelo Flamengo antes da transferência para o Internacional.

Em entrevista ao Correio, Nunes criticou a carência rubro-negra, mas ampliou o debate para o contexto nacional. “Os nossos camisas 9 estão desaparecendo. É uma preocupação que devemos ter. O fazedor de gols não pode sumir assim, é ele que faz a alegria da torcida”, lamentou o campeão da Libertadores e do Mundial pelo Fla.

No Atlético-MG, Ricardo Oliveira foi contratado após a saída de Fred para o rival Cruzeiro. O veterano centroavante não deixou a torcida alvinegra sentir saudades do ex-centroavante. Ele é o vice-artilheiro do Brasileirão com 10 gols, foi artilheiro do Campeonato Mineiro com seis e balançou a rede três vezes na Copa do Brasil.

Nunes é fã dos dois camisas 9 de Minas Gerais. “Hoje, no Brasil, só Ricardo Oliveira e Fred. São os dois que sabem fazer com maestria a função”, assumiu ele, campeão mineiro em 1986 pelo Atlético-MG.

No jogo do turno em Belo Horizonte, o Fla venceu por 1 x 0 com grande atuação de Diego Alves e gol de Vinícius Júnior. Naquela oportunidade, Ricardo Oliveira não atuou por conta de uma virose. No Fla, o atacante foi Henrique Dourado. Em busca de um fazedor de gols, o técnico Maurício Barbieri experimentou até falsos nove como Vitinho e Lucas Paquetá, mas desistiu. Logo, segue o revezamento entre Dourado, Uribe e o jovem Lincoln.

Nove do Galo tem mais que os três rubro-negros na temporada

Ricardo Oliveira (Atlético-MG): 19
Henrique Dourado (Flamengo): 10
Lincoln (Flamengo): 2
Uribe (Flamengo): 1

FLAMENGO

Diego Alves, Pará, Léo Duarte, Réver e Renê; Cuellar; Éverton Ribeiro, W. Arão, Lucas Paquetá e Vitinho; Henrique Dourado
Técnico: Maurício Barbiéri

ATLÉTICO-MG

Victor, Émerson, Leonardo Silva, Maidana e Fábio Santos; Adílson; Chará, Galdezani, Cazares e Tomas Andrade; Ricardo Oliveira
Técnico: Thiago Larghi

Árbitro: Rodolpho Toski Marques (PR)



* Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima