Em 2018, o Brasil testemunhará a primeira temporada sem um representante nacional na Fórmula 1 desde 1969. Nos últimos 49 anos, o país teve ao menos um representante no circuito e oito títulos conquistados. Atualmente, o torcedor brasileiro está órfão de um representante naquele campeonato considerado a elite, mas pode torcer por pilotos do país em outras categorias do automobilismo.
Na verdade, a força verde-amarela vem brilhando nas principais categorias internacionais, inclusive com conquistas de títulos recentemente. Na Fórmula E, por exemplo, Lucas Di Grassi foi campeão da última temporada (2016/2017). A competição de carros de monopostos movidos exclusivamente a energia elétrica é organizada pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA) e existe desde 2014. Duas das três temporadas da modalidade foram vencidas por brasileiros.
Nelsinho Piquet foi o primeiro campeão da categoria, ainda em 2014. Este ano, o representante da Jaguar é o brasileiro mais próximo do pódio, já que, após quatro corridas, é o quinto colocado na tabela. Lucas, no entanto, ocupa o 20º posto e se vê distante da briga, após abandonar as últimas duas corridas. O brasileiro é piloto da Audi.
Outra competição bastante conhecida por brasileiros é a Fórmula Indy. Entre as categorias analisadas pelo Correio é a que mais tem pilotos brasileiros na disputa. Tony Kanaan, Matheus Leist, Helio Castroneves e Pietro Fittipaldi competirão na temporada de 2018, que tem início em março. A idade e a experiência dos pilotos são variadas. Tony, 43 anos, e Helio, 42, por exemplo, são veteranos. Enquanto isso, os jovens Mateus, 19, e Pietro, 21, fazem a estreia este ano.
Matheus será o piloto mais jovem do grid. Ao lado do compatriota brasileiro Tony Kanaan, ele representará a equipe A.J. Foyt. “Ter Tony como meu companheiro de time é incrível, porque ele é meu ídolo desde que eu sou criança. Nós somos de gerações diferentes, mas eu mal posso esperar para estar com ele na pista e aprender o máximo possível”, declarou o gaúcho Matheus, campeão da Fórmula 3 Inglesa em 2016.
Pietro está empolgado para repetir o sucesso da família Fittipaldi na Indy — principalmente quando o assunto é as 500 Milhas de Indianápolis. Mas deixa claro qual o objetivo maior. “Não escondo de ninguém que meu outro grande objetivo é chegar na F-1 e, com certeza, esta temporada na Indy será um passo muito importante em meu desenvolvimento”, afirmou à Agência Estado.
Fila para a F1
O brasileiro que mais se aproxima da principal categoria do automobilismo é Sérgio Sette Câmara Filho. O mineiro de 19 anos estreou na Fórmula 2 — principal categoria de acesso à Fórmula 1 — na temporada passada, pela equipe MP Motorsport. Em 2018, ele defende uma nova escuderia e correrá a temporada pela Carlin, tradicional equipe inglesa.
No ano passado, Sérgio — filho do presidente do Atlético-MG — fez a estreia com desempenho mediano: ficou na 12ª colocação, entre 29 competidores. O piloto subiu ao pódio duas vezes no ano. Foi campeão da segunda corrida da 8ª etapa, na Bélgica, e ficou em segundo lugar na segunda corrida da etapa seguinte, na Itália.