Copa do Mundo

COPA DO MUNDO

Geração belga encerra o sonho do hexa com exibição brilhante no 1º tempo

Os belgas enfrentam a França nas semifinais da Copa do Mundo, que só tem representantes da Europa

AFP
Kazan — A Europa é campeã da Copa do Mundo pela quarta vez. Última esperança da América do Sul, o Brasil está eliminada na Rússia pela temida geração belga. Quando se joga uma partida mal em um torneio curto, não adianta apelar para mantras de fora do campo. O canarinho pistola e o misterioso torcedor russo, que chegou a ser trazido às pressas para a Arena Kazan por um patrocinador da CBF, não têm varinha mágica. É óbvio, mas futebol (ainda) se resolve em campo. Tite tentou de tudo na volta para o segundo tempo, mas não conseguiu impedir a derrota por 2 x 1 nas quartas de final.

A Bélgica avança para enfrentar a França e o Brasil adia o sonho do hexa para o Catar. A maldição da Arena Kazan ceifou mais um. Depois da tetracampeã Alemanha e da bi Argentina, chegou a vez do Brasil diante de um adversário que se planejou desde 1998 para esse momento, como mostrou a matéria de anteontem do Correio Braziliense

Pelo menos dois personagens podem ser apontados como herói e vilão. Do lado da Bélgica, o goleiro Courtois. No Brasil, Fernandinho. Substituto de Casemiro, o volante remanescente do 7 x 1 teve uma exibição patética ao marcar gol contra e tomar um vario dos adversários. De Bruyne consolidou o fracasso. 

O primeiro lance de perigo foi do Brasil. Neymar cobrou escanteio, Miranda desviou e Thiago Silva usou a coxa para acertar a trave do goleiro Courtois. No contra-ataque, Lukaku passou em volocidade por Fágner e rolou para Hazard finalizar. A defesa do Brasil rebateu o perigo.

Quando o Brasil pressionava, inclusive com uma furada do volante Paulinho dentro da área, a Bélgica chegou ao primeiro gol. Após cobrança de escanteio, o zaguueiro Kompany desviou a bola na primeira trave. A "casquinha" desviou em Fernandinho e o volante marcou contra. Foi a terceira vez que o Brasil saiu atrás na era Tite. As anteriores aconteceram na derrota para a Argenina, por 1 x 0, e na virara por 4 x 1 sobre o Uruguai nas Eliminatórias, no Estádio Centenário, em Montevidéu. 

A falta de precisão do ataque do Brasil e a tranquilidade do goleiro Courtois a cada finalização do Brasil penalizavam a Seleção a cada contra-ataque da Bélgica. Aos 30 minutos, os "Diabos Vermelhos" desceram em altíssima velocidade. Lukaku ganhou disputa com Fernandinho no campo de defesa, o centroavante rolou para De Bruyne e o meia acertou o canto esquerdo de Alisson para fazer 2 x 0.  

O Brasil ensaiou a reação numa cabeçada fraca de Gabriel Jesus após cruzamento de Marcelo e num chute de fora da área de Philippe Coutinho. A envergadura do excelente goleiro Courtois impediu o primeiro gol do Brasil. 

Do outro lado, a Bélgica continuava colocando o goleiro Alisson para trabalhar. Se não fosse o camisa 1, De Bruyne teria feito o terceiro numa cobrança de falta. Na sequência, a defesa voltou a falhar numa cabeçada de Kompany e Alisson voltou a defender. 

Sob pressão após ter sofrido dois gols na mesma partida pela primeira vez, Tite voltou para o segundo tempo com Roberto Firmino no lugar de Willian na tentativa de partir para o abafa. O Brasil passou a rondar a área da Bélgica. Marcelo cruzou e Frimino chegou atrasado. Em um lance polêmico, Kompany derrubou Gabriel Jesus dentro da área, mas o árbitro sérvio Milorad Mazic ignou inclusive a necessida de consultar o Árbitro de Vídeo. 

O tempo foi passando e Tite continuou apostando nas mudanças. Sacou Gabriel Jesus para a entrada de Douglas Costa, mas a defesa da Bélgica rebatia todas, praticamente posicionada com seis jogadores dentro da grande área. 

A muralha belga só caiu por terra quando Renato Augusto entrou em campo no lugar de Paulinho. Philippe Coutinho cruzou a bola para a área e achou Renato Augusto. De cabeça, o meia, que quase foi cortado antes da Copa, renovou a esperança. O camisa 8 voltou a assustar aos 34. Apareceu sozinho na cara de Courtois, mas finalizou à esquerda do goleiro adversário. Houve novas tentativas na base do abafa, mas não havia mais tempo. Campeão pela última vez em 2002, o Brasil terá de esperar 2022. 

Ficha técnica

Brasil 1
Alisson
Fágner,  Thiago Silva, Miranda e Marcelo
Casemiro e Paulinho (Renato Augusto)
Willian (Roberto Firmino), Philippe Coutinho e Neymar
Gabriel Jesus (Douglas Costa)
Técnico: Tite

Bélgica 2
Courtois
Alderweireld, Kompany e Vertonghen
Meunier, Witsel, Fellaini, De Bruyne, Hazard e Chadli (Vermaelen)
Lukaku (Tielemans)
Técnico: Roberto Martínez

Gols: Fernandinho (contra), aos 13, e De Bruyne, aos 31 minutos do primeiro tempo; Renato Augusto, aos 31 minutos do segundo tempo. 
Cartões amarelos: Fágner, Fernandinho, Alderweireld e Meunier
Público: 42.873 pagantes
Renda: não divulgada
Árbitro: Milorad Mazic (Sérvia)