Copa do Mundo

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Croata e francesa que moram em Brasília terão um dia especial na torcida

Com apenas 12 anos, Rivkah torceu para a França durante todo o Mundial. Lucy não considera a Croácia uma surpresa na decisão

postado em 15/07/2018 06:00 / atualizado em 14/07/2018 22:00

Minervino Junior/CB/D.A Press

A Croácia chega à final passando momentos de tensão: foram três prorrogações e mais  duas decisões nos pênaltis. O caminho francês não teve tanto desgaste, todos os jogos decididos nos 90 minutos normais. Será a primeira final entre esses dois países, que já se enfrentaram em 1998 na semifinal, quando os Bleus levaram a melhor. Os dois times entram em campo neste domingo (15), às 12h (de Brasília), em Moscou, no Estádio Luzhniki. 

No Distrito Federal, o embate começou antes. Lucy, filha de croatas, e a franco-brasileira Rivkah fizeram uma disputa de palpites antes dojogo. "Acho que vai ser 2 x 1 pra Croácia. Na semifinal, eu apostei o mesmo placar e acertei", apontou Lucy. Rivkah rebateu: "Vai falar assim na minha frente? Vou até dar um gol pra você: eu acho que vai ser 3 x 1 pra França. Ou quem sabe até um 7 x 1", alfinetou a garota de 12 anos. Conheça um pouco mais dessas duas torcedores fanáticas.
 

A FRANCESA 

O nome de verdade da menina é Rebecca Rangel, mas ela é mais conhecida como Rivkah. É a DJ mais jovem do país e produtora de música mais nova do planeta. Tamanha precocidade é justificada porque Rebecca é praticamente uma cidadã do mundo. "Ela nasceu na Noruega, mas é francesa por parte de avô. Na Europa, a lei é sangue, o que importa é o sangue que herdou da sua família. Então, ela é franco-brasileira", comentou a mãe, Valesca Rangel.

Popular nas redes sociais, com mais de 100 mil seguidores, Rivkah não hesitou em escolher para quem torcer nessa Copa do Mundo. "Eu não estava torcendo para o Brasil. Este ano, eu foquei na França, também porque o Brasil já ganhou muitas vezes a Copa, e a França só ganhou uma", explicou.

Rivkah costuma assistir aos jogos da França na Aliança Francesa de Brasília. "A comunidade francesa marcou presença lá em todas as partidas, mas nesta final de domingo, o jogo vai ser transmitido lá na embaixada francesa. Toda comunidade vai se reunir lá", adianta Valesca Rangel.

Com apenas 12 anos a garota sabe muito bem quem são as estrelas da companhia francesa. “O Mbappé, o Pogba, o Griezmann. Tem um monte, mas acho que o Mbappé é quem está melhor." Rivkah tinha certeza que a França faria uma boa campanha. "Já esperava, porque tinha visto os jogadores e eles estavam muito bem. Para mim, a França é o melhor time do Mundo” completou.
 

A CROATA 

Lucy Natalia Kanyo, 72, nasceu no Rio de Janeiro. É filha de iugoslavos, que fugiram do comunismo no pós-guerra e vieram para no Rio de Janeiro. A mãe de Lucy desembarcou grávida no Brasil.  Depois do nascimento de Lucy, ainda passaram muitos anos até mudarem para Brasília. "Vivemos no Rio de Janeiro até 1957, quando a firma onde meu pai trabalhava foi incumbida de construir o Congresso Nacional e ele se tornou o engenheiro responsável", contou.

Lucy não considera uma surpresa a seleção croata chegar até à final. "A seleção croata está ensaiando há muito tempo. Tanto que chegou em terceiro lugar em 1998. Ela tem grande jogadores pelos grandes times da Europa. Além do mais, a Croácia é um país que gosta muito do futebol. É um time que joga muito coletivo", analisou.

Ela destacou a coletividade da seleção: não acha que exista uma estrela. "Eu acho que não existe um destaque. É o coletivo que sobressai. Você vê pelos gols dessa Copa, ninguém fez muitos gols. Foram vários jogadores: Mandzukic, Perisic, Rakitic. Até o Vida acabou fazendo um gol. Não é como no Brasil que é tudo centralizado no Neymar", opinou.

Quando perguntada se acontecesse um confronto entre Brasil e Croácia, Lucy ficou indecisa. "Olha, um Brasil e Croácia ia ficar difícil. Mas é o que eu penso: que vença o melhor."
 
* Estagiário sob a supervisão de Leonardo Meireles