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Bom, mas com decepções

postado em 31/10/2011 10:21 / atualizado em 31/10/2011 10:20

Rodrigo Gini /Superesportes

A segunda melhor campanha brasileira em 16 edições dos Jogos Pan-Americanos, com favoritismo confirmado na maior parte dos casos, algumas boas surpresas e várias decepções. Assim pode ser resumida a participação verde e amarela em Guadalajara. Se o número de ouros chegou a surpreender (48, contra os 52 do Rio’2007, em que modalidades como o futsal ajudaram a engordar a conta), um antigo mal do esporte no país acabou tendo peso maior diante do fracasso de modalidades coletivas, como o futebol e o basquete masculino, que voltaram para casa com as mãos abanando: a falta de investimento e tradição em esportes que distribuem maior quantidade de medalhas.

O ciclismo é uma das grandes decepções do Pan’2011. Desde Mar del Plata’1995 o Brasil conseguia ao menos uma medalha. No Rio, brilhou na prova de estrada, com Luciano Pagliarini, prata, e no BMX. No México, ficou distante do pódio e confirmou, nas competições de pista, o atraso mesmo em relação aos rivais continentais, ocupando as últimas posições na grande maioria das provas – realidade bem distante da que levou Cléber Anderson ao 10º lugar no quilômetro contra o relógio nos Jogos Olímpicos de Seul’1988.

Vela, natação, judô e hipismo seguem como principais fontes de medalhas, ajudadas pelo bom desempenho do atletismo, com 10 ouros, seis pratas e nove bronzes. Fabiana Murer é uma decepção relativa numa temporada em que se sagrou a melhor do mundo no salto com vara indoor e no absoluto. O bom desempenho nas provas de velocidade (100m, 200m e revezamentos) foi a boa surpresa. O taekwondo destoou nas lutas, rendendo apenas um bronze, enquanto o boxe confirmou o crescimento mostrado no Mundial do Azerbaidjão.

Em Londres Muitos esportes que esperavam carimbar no Pan o passaporte para Londres’2012 terão de encarar as seletivas mundais, caminho bem mais complicado para o sonho olímpico. Casos do handebol masculino, que viu sua hegemonia encerrada pela Argentina, e dos saltos ornamentais. O pentatlo moderno feminino (com a pernambucana Yane Marques), a equipe do concurso completo de equitação (CCE), o handebol feminino, o triatlo masculino (Reinaldo Colucci) e o C2 1.000m da canoagem aproveitaram a ocasião e se somaram ao time que competirá na Inglaterra. O tênis desta vez passou em branco (vinha de dois títulos consecutivos em simples, com Fernando Meligeni em Santo Domingo’2003 e Flávio Saretta no Rio’2007), enquanto o vôlei foi a única modalidade com aproveitamento total: ouro na quadra e na praia, no feminino e no masculino.