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Pan, Pan, Pan, Pan...

Desafio do Brasil é se firmar como segunda potência esportiva das Américas, brigando com Cuba. Crescimento aponta para superação do rival em Toronto

postado em 01/11/2011 09:12

Renan Damasceno / Estado de Minas

O próximo Pan-Americano, em Toronto’2015, reserva aos brasileiros um duplo desafio: se tornar a segunda potência esportiva do continente – objetivo que ficou mais palpável com a distância de apenas 10 medalhas de ouro para Cuba (58 a 48), em Guadalajara – e medir as possibilidades de pódio na Olimpíada seguinte, a primeira da história a ser realizada no país, no Rio’2016.

Em 20 anos, o Brasil subiu de quarto para terceiro no quadro de medalhas do Pan, deixando para trás o Canadá, que ocupava o posto com mais frequência. A distância para Cuba, que chegou a ser primeiro na classificação geral nos Jogos realizados em seu país, em Havana’1991, diminuiu drasticamente em duas décadas: de 119 (140 a 21), em 1991, para apenas 10 na cidade mexicana.

O desempenho em Guadalajara foi bastante comemorado pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB), apesar de não ter superado o retrospecto do Rio’2007, quando os anfitriões conquistaram 52 ouros, 40 prata e 65 bronze, ainda que superados pelos 59 ouros cubanos. “O Pan do Rio foi fora de série porque foi em casa. E agora conseguimos manter o patamar. No total de medalhas, o Brasil é segundo e com muito mais modalidades, muito mais abrangência do que Cuba. Quando a gente fala em potência olímpica, a gente fala em quantidade de esportes medalhando. Tivemos medalhas em 35 esportes, contra 23 de Cuba”, comemorou o superintendente executivo do COB, Marcus Vinícius Freire. No México, o nadador Thiago Pereira se transformou no maior medalhista brasileiro em Pans, com 12 douradas desde o Rio’2007.

Apesar de o Pan não servir de parâmetro para a Olimpíada – o nível técnico é bastante inferior e o sucesso na competição continental, nos últimos anos, não tem se refletido necessariamente em bom desempenho olímpico –, o objetivo do COB é aproveitar o momento do esporte brasileiro e ficar entre os 10 primeiros da classificação geral no Rio’2016. Em Pequim’2008, o Brasil foi 23º, com três ouros, quatro pratas e oito bronzes. Cuba saiu da cidade chinesa ainda mais abaixo, na 28ª colocação, com dois ouros, 11 pratas e 11 bronzes. Para terminar entre os 10 primeiros, levando em conta os números da última Olimpíada, o Brasil precisa conquistar pelo menos sete ouros.

No total de medalhas o Brasil ficou à frente de Cuba pelo segundo Pan seguido: 157 a 135 há quatro anos e 141 a 136 agora. Apesar de ver seu país perdendo rendimento, o ex-líder Fidel Castro elogiou os resultados e disse que o retrospecto só não foi melhor por causa dos “vendedores ambulantes” que fizeram do esporte um negócio rentável e “deixam de lado os ideais e propósitos dos Jogos Olímpicos”.

FUTSAL VOLTA Os organizadores de Toronto’2015 confirmaram o futsal entre os esportes que estarão no evento. O programa de Toronto seguirá o adotado no Rio 2007, com a inclusão de alguns esportes que fizeram parte do evento no México, como raquetebol e rúgbi, além de outras modalidades que não estiveram nas últimas duas edições, entre elas o golfe. A inclusão do futsal é benéfica para o Brasil, já que o time nacional é favorito no continente. Em 2007, na única edição em que o futebol de salão esteve presente, a equipe de Falcão e companhia ganhou com facilidade a medalha de ouro.

DAQUI PARA O FUTURO

A terceira no Canadá

A 17ª edição dos Jogos Pan-Americanos será em Toronto (Canadá), de 10 a 26 de julho de 2015. Pela terceira vez o país vai receber a competição – as duas primeiras foram em Winnipeg, em 1967 e 1999. Maior cidade canadense, com população superior a 2,5 milhões, Toronto foi eleita com 33 votos dos 51 possíveis para sediar a disputa, vencendo Lima (Peru) e Bogotá (Colômbia). A cerimônia de abertura e as principais competições vão ocorrer no Roger Centre, moderno estádio com teto retrátil com capacidade para 53 mil espectadores. A arena, comprada em 2004 pela Rogers Communications, principal empresa de telecomunicações do país, é a casa do Toronto Blue Jays, time de baseball, e do Toronto Argonauts, de futebol. Toronto ainda tem equipe na NBA, liga norte-americana de basquete (Toronto Raptors), na NFL, liga de futebol americano (Buffalo Bills), e sedia um dos torneios da série Masters 1.000 da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP).