Esta não é a primeira vez que a capital federal sedia um mundial de futevôlei. O último foi em 2004, também no Parque da Cidade. “Naquela época, a modalidade estava ainda engatinhando”, conta Lana, que disputava competições na areia. Mas, naqueles tempos, ela lidava com a atividade com outros olhos. “Há 15 anos, eu encarava o futevôlei como uma brincadeira de que eu gostava”, lembra a brasiliense 10 vezes campeã mundial, que migrou do futebol para a areia.
Desde então, os atletas de futevôlei elevaram o nível técnico e físico. A rede ficou mais baixa para o jogo ganhar velocidade e dinamismo. Um dos destaques dessa evolução foi o aprimoramento da jogada shark attack, em que o atleta ataca a bola com a parte de baixo do pé. “O jogo ficou muito agressivo”, observa Paraná, 29 anos. O pessoal começou a subir muito e bater a bola bem para baixo. Assim, foi desenvolvido o bloqueio também com o pé. “As jogadas estão espetaculares, quem estiver presente no torneio vai adorar”, convida o jogador.
Para Lana, porém, a principal mudança ocorreu em termos de estrutura. “A modalidade está caminhando para a profissionalização, ter uma competição com televisão e marcas importantes, arena e área para os atletas é uma mostra disso”, avalia Lana. Os três dias de competição terão transmissão ao vivo pelo site do evento e, no domingo, também pelo SporTV. Além de duas duplas do Brasil, há atletas de Argentina, Alemanha, Itália, Israel, Paraguai e Estados Unidos.

O torneio ainda terá o desafio Rio contra São Paulo, com a participação dos ex-jogadores de futebol Djalminha e Elano ao lado de Felipe Nascimento e Bruno Barros, da nova geração do futevôlei. E o Desafio Internacional feminino colocará as duas melhores duplas brasileiras frente à frente: Lana Miranda e Josy Souza contra Natália Guitler e Bianca Hiemer.
A organização do World Footvolley segue um modelo de gestão privado similar ao padrão norte-americano, como WSL, ATP World Tour e UFC. Cada sede se responsabiliza pelas etapas por se beneficiar comercialmente disso. Em Brasília, o evento é promovido em parceria com uma produtora local e conta com apoio do GDF.
Profissionalização ainda distante
Formada em direito, Lana Miranda se desdobra para se dedicar exclusivamente ao esporte. “É complicado se sustentar do futevôlei, corremos atrás de patrocínio e lutamos para que as competições tenham premiações para ser possível realmente viver do esporte”, diz a jogadora. Ao total, o Mundial de Brasília distribuirá R$ 30 mil em premiações.
Paraná divide a rotina de treinos e competições com aulas como professor de educação física em um colégio particular de Brasília. “Sustentar-se com a modalidade, infelizmente, ainda não é possível”, diz o jogador, que faz dupla com Vinícius. “O futevôlei é um ótimo complemento para ficar realizado como atleta, ter reconhecimento”, completa.
Programe-se
World Footvolley Brasília
Sexta-feira (12) e sábado (13): 14h às 22h
Domingo (14): 9h às 13h
Local: Parque da Cidade