A Chapecoense fez de tudo para tentar não ser punida pela Conmebol e seguir viva na disputa da Copa Libertadores da América. O clube catarinense reforçou o departamento jurídico do clube com Mário Bittencourt, advogado que atuou no "caso Héverton", que livrou o Fluminense do rebaixamento em 2013. Porém, mesmo com todos os esforços, o time foi considerado culpado pela escalação irregular do zagueiro Luiz Otávio, diante do Lanús, e está fora da disputa continental. Com mais uma derrota no tribunal, o homem que se consagrou como “advogado do Fluminense”, amarga uma série de reveses jurídicos.
Antes de ganhar fama nacional, em 2010, Mário Bittencourt defendeu o Grêmio Prudente, acusado de escalar o zagueiro Paulão de forma irregular diante do Flamengo. Ao fim do julgamento, o clube paulista acabou perdendo três pontos na tabela de classificação do Campeonato Brasileiro daquele ano. O time cairia na última colocação do torneio.
Já conhecido por ter atuado no “caso Héverton”, o advogado foi contratado pelo Comercial de Ribeirão Preto para tentar reverter o rebaixamento no Campeonato Paulista da Série A2, em 2015. Na ocasião, o clube acusava o Atlético Sorocaba de escalar jogadores de forma irregular. Porém, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) decidiu a favor da equipe sorocabana, mantendo a decisão do Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo (TJD-SP), o que rendeu mais uma derrota para o currículo de Bittencourt.
Mesmo com algumas decisões contrárias na carreira, o advogado confia no seu trabalho no campo desportivo. “O advogado do Fluminense está aqui, claro que a internet não vai cair”, chegou a brincar após uma entrevista na sede do Correio, em outubro do ano passado.
A briga judicial pela Chapecoense, no entanto, ainda pode ganhar novos capítulos, pois o clube catarinense tem até sete dias para entrar com recurso da decisão, estratégia que deve ser adotada pelo departamento jurídico, principalmente após a vitória de ontem, de virada, sobre o Zulia. Vale lembrar que Mário Bittencourt não trabalha mais no clube das Laranjeiras, onde ganhou notoriedade nacional.
Derrota nas urnas
Fora dos tribunais, Mário Bittencourt também amargou uma derrota marcante. O advogado tentou se candidatar à presidência do clube das Laranjeiras em 2016, mas acabou derrotado pelo candidato Pedro Abad.
Na oportunidade, Bittencourt era da oposição do candidato vencedor, que concorria como sucessor de Peter Siemsen. O advogado conseguiu pouco mais de 34% dos votos dos tricolores, número insuficiente para alcançar o cargo máximo da entidade.
*Estagiário sob a supervisão de Braitner Moreira