FUTEBOL FEMININO

Time brasiliense se prepara para a estreia da Série A2 do Brasileirão

Meninas do Icesp recebem o Napoli-SC; entrada no Abadião é franca

postado em 24/04/2018 10:26 / atualizado em 24/04/2018 15:45

Barbara Cabral/Esp. CB/D.A Press
Apenas três dias após a Seleção Brasileira sagrar-se campeã da Copa América, no Chile, em que também garantiu vaga para o Mundial da França, em 2019, e para as Olimpíadas de Tóquio, em 2020, começa o Campeonato Brasileiro feminino de futebol. Fonte de inspiração melhor não poderia haver para o representante do DF na Série A2. Com três jogadoras com passagens pela base da Seleção, o Minas Icesp estreia na liga de acesso à elite nesta quarta-feira (25/4), às 14h30, contra o Napoli, de Santa Catarina, no Estádio Abadião, em Ceilândia.

Aos 20 anos, Victória Albuquerque foi a camisa 10 da Seleção sub-20 campeã sul-americana, no Equador, em fevereiro deste ano. Nascida em Ceilândia, a motivação dela veio de casa, já que pai, mãe e irmão também jogavam bola. “Aos sete anos, comecei a jogar com homens na rua, assim como todas as meninas. Gostei e até hoje estou aí”, lembra.

A primeira convocação para a Seleção foi aos 13 anos, após participar de uma peneira em Brasília para a categoria sub-15, que já não existe mais. Atualmente, a Seleção feminina conta apenas com as categorias de base sub-17 e sub-20. De atacante, ela virou meia. Em 2013, disputou o Sul-Americano sub-15, fez gols, destacou-se e seguiu sendo lembrada pela comissão técnica do Brasil.

Os convites de clubes para sair de Brasília surgiram. Desde pequena, porém, ela ouviu da mãe que valorizasse o lugar onde vive. “Eu conquistei muita coisa estando aqui.  Brasília tem melhorado bastante no futebol e no futsal feminino”, avalia Victória.

 Fernanda Coimbra/CBF

Apelido de craque brasiliense, Andressa Karoline já tem. Chamada de Kaká pelas colegas, a jogadora de 18 anos atua na zaga. A posição não foi bem ela quem definiu. Quando jogava pelo time da escola, improvisou como zagueira na falta de jogadoras para a posição. Mais tarde, no Minas, ocorreu a mesma situação. Certa vez, em uma competição escolar em Santa Catarina, Kaká chamou a atenção do preparador físico da Seleção Brasileira, que a indicou para sessões de treinamento da Seleção sub-17 e sub-20 como zagueira e volante. “O que importa é me colocar para jogar”, brinca.

Sobre as propostas que recebeu de atuar nos Estados Unidos, Kaká diz que não estava no momento certo. “É muito difícil ficar longe da família. Tenho bastante apoio em casa, minha avó fala para eu ir, mas tenho um pé atrás”, explica a moradora do Paranoá, que cursa o primeiro semestre de administração. A aposta dela é no crescimento do futebol em Brasília: “O Minas está em um processo de crescimento em que espero que atleta nenhuma precise sair da cidade para jogar em outro time para ter salário”.

Minas Icesp/Divulgação


Das três jogadoras do Minas Icesp que passaram pela base da Seleção Brasileira, a atacante Laíssa Nascimento, 18 anos, é a única que espera ganhar chance de ser vista por meio da competição nacional por outro time de maior visibilidade. "Pretendo sair de Brasília, mas se eu conseguir continuar no Minas recebendo um salário bom que eu consiga sustentar minha família, eu prefiro ficar", pondera. "Aqui fico perto da minha família e das meninas do time que já sou adaptada", completa.

Laíssa começou a jogar futebol em um time masculino de Ceilândia. O pai sempre a incentivou, mas ela não participava de campeonatos por ser a única menina. Certo dia, ela convenceu o técnico de que não tinha medo e passou a competir, até entrar em uma equipe feminina. Desde os 12 anos, os estudos foram bancados por meio de bolsa esportiva. Hoje, ocorre o mesmo na faculdade de fisioterapia. “Meus pais cobram bastante meu empenho no futebol, com medo de eu perder a bolsa na faculdade.”

Programe-se

Campeonato Brasileiro
Série A2
Minas Icesp x Napoli
Quando: quarta-feira (25/4), às 14h30
Onde: Estádio Abadião, em Ceilândia
Entrada franca

Tags: serie a2 futebol feminino napoli brasilia icesp