Gama x Brasiliense

Clássico só será disputado se Parque de Diversões sair do caminho

Reunião define torcida mista no jogo deste domingo, mas parquinho instalado em frente ao Bezerrão vira novo perrengue

postado em 14/03/2019 18:40 / atualizado em 14/03/2019 19:23

<i>(Foto: Matheus Fernandes)</i>
Uma verdadeira brincadeira de criança. Um parque de diversões localizado em frente ao Estádio do Bezerrão, no Gama, pode impedir a realização do clássico entre Gama e Brasiliense.  Em reunião na noite desta quinta (14/3) a Polícia Militar, representantes dos times e da Secretária de Segurança decidiram manter o jogo no Bezerrão com presença das duas torcidas desde que a atração saia de lá. O Parque de Diversões está sem alvará de funcionamento desde a última segunda-feira (11). Existia um acordo de retirada dos brinquedos para o último domingo (10). O parque iria para o gramado em frente à rodoviária do Gama. Mas os propietários 'bateram o pé' e não retiraram as máquinas. Cabo de guerra à parte,  os dois clubes lutam em campo pela liderança do campeonato. A partida está mantida para o Bezerrão neste domingo (17), às 17h.
 
A tabela do Candangão foi divulgado em 5 de novembro, mas o impasse ficou para ser decidida em cima da hora, ou seja, três dias antes do clássico verde-amarelo. A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) determinou a saída do Parque de Diversões para que o jogo aconteça. A PM teme que, no caso de briga entre torcidas, o parque seja depredado e até utilizado como arma para ataques.
 
Inicialmente, a direção do Brasiliense fez o pedido formal para que o duelo fosse transferido para o Mané Garrincha tendoem vista a segurança dos clubes e dos torcedores. Considerando os casos de violência entre as organizadas Ira Jovem (Gama) e Facção Brasiliense, os mandatários do Jacaré sugeriram que o mando de campo do Periquito fosse alterado do Bezerrão para o Mané Garrincha. No entanto, a diretoria alviverde “não arreda o pé” de jogar o clássico no próprio estádio.
 
Por causa do pedido, o comando da Polícia Militar do Distrito Federal considerava duas possibilidades. A partida seria disputada no Mané Garrincha, com torcida mista, ou ocorreria no Bezerrão, com torcida única dos donos da casa. No fim, foi decretado torcida mista no Bezerrão. A decisão foi tomada em reunião com os clubes, torcidas e forças de segurança.

“Desde o início, o jogo está marcado para o Bezerrão e será mantido. O estádio tem todos os laudos, o plano de segurança foi elaborado. A arena preenche todos os requisitos. Há histórico de confusão no Mané Garrincha também”, argumenta o diretor jurídico do Gama, Wendel Fernandes.

Torcidas Organizadas

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) recomendou à Polícia Militar, ao Gama e ao Brasiliense que as torcidas organizadas não fossem aos estádios do Distrito Federal até que cumpram o artigo 2A do Estatuto do Torcedor. A legislação prevê que os grupos de torcedores tenham atualizado o banco de dados dos integrantes. Segundo o texto, cada membro precisa de uma carteirinha de identificação.

No entanto, as torcidas organizadas não cumprem a norma. Dessa forma, a Ira Jovem e a Facção Brasiliense ficaram impedidas e, desde o início do campeonato, não entraram caracterizadas nos estádios. Para evitar o esvaziamento das arquibancadas, os grupos foram às redes sociais pedir aos torcedores a inscrição do cadastro para a produção dos documentos de identificação. Os dados coletados são nome completo, filiação, RG, CPF, data de nascimento, estado civil, profissão, endereço e escolaridade. Além disso, é preciso uma foto 3x4.

O objetivo das organizadas é atualizar o cadastro até o domingo, para acompanhar o clássico e os mata-matas, que começarão no fim do mês. O Ministério Público acredita que a atualização do banco de dados das agremiações facilitaria a identificação e a sanção a torcedores que cometerem crimes nos estádios ou arredores.
 
*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima 

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