Uma verdadeira brincadeira de criança. Um parque de diversões localizado em frente ao Estádio do Bezerrão, no Gama, pode impedir a realização do clássico entre Gama e Brasiliense. Em reunião na noite desta quinta (14/3) a Polícia Militar, representantes dos times e da Secretária de Segurança decidiram manter o jogo no Bezerrão com presença das duas torcidas desde que a atração saia de lá. O Parque de Diversões está sem alvará de funcionamento desde a última segunda-feira (11). Existia um acordo de retirada dos brinquedos para o último domingo (10). O parque iria para o gramado em frente à rodoviária do Gama. Mas os propietários 'bateram o pé' e não retiraram as máquinas. Cabo de guerra à parte, os dois clubes lutam em campo pela liderança do campeonato. A partida está mantida para o Bezerrão neste domingo (17), às 17h.
A tabela do Candangão foi divulgado em 5 de novembro, mas o impasse ficou para ser decidida em cima da hora, ou seja, três dias antes do clássico verde-amarelo. A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) determinou a saída do Parque de Diversões para que o jogo aconteça. A PM teme que, no caso de briga entre torcidas, o parque seja depredado e até utilizado como arma para ataques.
Inicialmente, a direção do Brasiliense fez o pedido formal para que o duelo fosse transferido para o Mané Garrincha tendoem vista a segurança dos clubes e dos torcedores. Considerando os casos de violência entre as organizadas Ira Jovem (Gama) e Facção Brasiliense, os mandatários do Jacaré sugeriram que o mando de campo do Periquito fosse alterado do Bezerrão para o Mané Garrincha. No entanto, a diretoria alviverde “não arreda o pé” de jogar o clássico no próprio estádio.
Por causa do pedido, o comando da Polícia Militar do Distrito Federal considerava duas possibilidades. A partida seria disputada no Mané Garrincha, com torcida mista, ou ocorreria no Bezerrão, com torcida única dos donos da casa. No fim, foi decretado torcida mista no Bezerrão. A decisão foi tomada em reunião com os clubes, torcidas e forças de segurança.
“Desde o início, o jogo está marcado para o Bezerrão e será mantido. O estádio tem todos os laudos, o plano de segurança foi elaborado. A arena preenche todos os requisitos. Há histórico de confusão no Mané Garrincha também”, argumenta o diretor jurídico do Gama, Wendel Fernandes.
Torcidas Organizadas
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) recomendou à Polícia Militar, ao Gama e ao Brasiliense que as torcidas organizadas não fossem aos estádios do Distrito Federal até que cumpram o artigo 2A do Estatuto do Torcedor. A legislação prevê que os grupos de torcedores tenham atualizado o banco de dados dos integrantes. Segundo o texto, cada membro precisa de uma carteirinha de identificação.
No entanto, as torcidas organizadas não cumprem a norma. Dessa forma, a Ira Jovem e a Facção Brasiliense ficaram impedidas e, desde o início do campeonato, não entraram caracterizadas nos estádios. Para evitar o esvaziamento das arquibancadas, os grupos foram às redes sociais pedir aos torcedores a inscrição do cadastro para a produção dos documentos de identificação. Os dados coletados são nome completo, filiação, RG, CPF, data de nascimento, estado civil, profissão, endereço e escolaridade. Além disso, é preciso uma foto 3x4.
O objetivo das organizadas é atualizar o cadastro até o domingo, para acompanhar o clássico e os mata-matas, que começarão no fim do mês. O Ministério Público acredita que a atualização do banco de dados das agremiações facilitaria a identificação e a sanção a torcedores que cometerem crimes nos estádios ou arredores.
*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima