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ENTREVISTA

De volta ao Coelho, volante Júnior Lemos revela sonho de comprar casa para a mãe

Jovem jogador esteve emprestado ao Nacional de Muriaé na disputa do Campeonato Mineiro de 2014. Em entrevista ao Superesportes, ele falou sobre o início difícil de carreira, o falecimento do pai e os grandes objetivos na sequência pelo América

postado em 20/03/2014 15:46 / atualizado em 21/09/2015 18:59

Rafael Arruda /Superesportes

Reprodução/Arquivo pessoal

Júnior Lemos vai voltar para o América. Em reunião entre o empresário Fred Moraes e Alexandre Faria, superintendente geral do clube, ficou decidido que o meio-campista de 20 anos fará parte do grupo que disputará Série B do Brasileiro e Copa do Brasil. “Pelo que foi me passado, estou de volta. Recebi a informação de o Moacir Júnior quer contar comigo no elenco”, diz o atleta, em contato com a reportagem do Superesportes. Júnior esteve emprestado ao Nacional durante o Campeonato Mineiro. Embora a equipe tenha sido rebaixada – ficou em 11º lugar, com 10 pontos -, o jogador se destacou principalmente pela versatilidade em atuar na função de armador. Foram nove partidas (não jogou contra o Coelho por força de contrato e acabou poupado diante do Tupi) e muitos comentários positivos.

“Quando cheguei ao Nacional, o Marcelo Cabo, que é um técnico muito experiente, disse que eu tinha condições de fazer a função de articulador. Uma espécie de terceiro volante, aquele que tanto ataca quanto marca. Adaptei-me bem à função e recebi muitos elogios até mesmo pelo pessoal da imprensa”, destaca Júnior Lemos, lamentando a fraca campanha de sua equipe na competição. “O time começou bem, fez frente ao Atlético no Independência, porém pecou por ter perdido todos os jogos fora de casa. Acho que isso foi o fator determinante para a nossa queda ao Módulo II. Saio triste, com uma sensação de impotência, pois todos me acolheram muito bem em Muriaé. Espero que o Nacional um dia volte ao Módulo I do Campeonato Mineiro”, afirma.

De volta ao Lanna Drumond, Júnior Lemos pretende ter boa conversa com Moacir Júnior e mostrar que está disposto a se dedicar ao máximo nos treinamentos para, quem sabe, conquistar um lugar na equipe principal. “Sempre tive personalidade. Agora, não será diferente. Se o Moacir é uma pessoa que gosta de jogadores que conversam com ele e se coloquem à disposição para ajudar, eu sou um deles. Quero dialogar, mostrar a ele o meu modelo de jogo e perguntar o que preciso fazer para melhorar. Espero ter essa oportunidade na segunda-feira”, relata.

Até aqui, as informações que muitos americanos procuravam. Júnior Lemos volta ao clube e deve ser aproveitado por Moacir Júnior. O que talvez ninguém ou poucas pessoas saibam é da história de vida do garoto. Filho de Dona Sônia Maria e Seu José Eustáquio Lemos, o jogador enfrentou momentos difíceis ao lado dos irmãos Alan Rodrigo, Aline Aparecida, Leandro e Fabrício, todos mais velhos. Em 2004, aos 11 anos, perdeu o pai em decorrência de um derrame cerebral. A partir deste momento, os espinhos ficaram ainda mais afiados pelo caminho e o menino passou a carregar uma responsabilidade do tamanho do mundo nos ombros: tornar-se jogador de futebol e realizar o grande sonho de sua maior inspiração. “Queria que meu pai estivesse aqui para me ver em campo. É o meu maior ídolo, é em quem eu me espelho na vida. Graças a ele, e à minha mãe, que é uma heroína, segui firme em busca dos meus objetivos”, enaltece.

A conversa entre Júnior Lemos e a reportagem durou aproximadamente 40 minutos. Mesmo com apenas 20 anos, o volante se mostra maduro e um veterano nas palavras. Tranquilo, consciente e sereno. De muita personalidade. Diferentemente de grande parte dos atletas da sua idade. Se ele terá ou não uma oportunidade no América, somente o desempenho nos treinamentos e o próprio Moacir Júnior responderão. Mas a vontade de vencer é grande. Entre vários assuntos pautados, destacam-se a passagem pelo Nacional, a evolução como profissional, os objetivos no Coelho, o desejo de atuar um dia no futebol Europeu e, sem dúvidas, o grande sonho: presentear a mãe com uma casa própria. “Ela é uma heroína. Merece muito. Batalharei muito e farei o que tiver até mesmo fora do meu alcance para conseguir comprar a casa”, avisa o jogador.

Divulgação/América

Confira, abaixo, a entrevista exclusiva de Júnior Lemos ao Superesportes

Superesportes - Primeira fase do Campeonato Mineiro encerrada. O futuro do Júnior Lemos é no América?

Júnior Lemos – Pelo que meu empresário falou, volto sim. Ele teve uma reunião na segunda-feira com o Alexandre Faria. Me passaram que o Moacir Júnior quer contar comigo para a Copa do Brasil e a Série B do Campeonato Brasileiro. O Flávio Lopes também falou comigo. Estou de volta ao América. Espero poder treinar forte para jogar e apresentar as minhas qualidades com mais frequência.

Como você avalia sua passagem pelo Nacional?


Foi muito boa. Adquiri experiência que levarei comigo para a sequência da carreira. Pude disputar um campeonato profissional com regularidade. Ano passado cheguei a fazer alguns jogos pelo América, mas sempre entrando no segundo tempo. Neste ano foi diferente. Fui titular desde o começo e só deixei de jogar duas partidas. Fiquei mais maduro, mais rodado. Volto ao América com uma mentalidade bem mais desenvolvida. Hoje eles me conhecem como profissional.

Você jogou em uma função diferente em Muriaé. Deixou de ser volante para virar armador. Será assim no Coelho?

Cheguei lá a princípio para ser volante ou até mesmo lateral. Assim como fui durante toda a base do América. Mas o Marcelo Cabo, que é um técnico experiente, me enxergou como meia. Disse que eu jogaria como terceiro homem do meio-campo. Nos treinos, minha qualidade no passe o agradou muito. Destaquei-me na partida contra o Atlético, na qual jogamos bem, mas acabamos levando a virada, no Independência. A partir dali as pessoas do Nacional passaram a me elogiar muito. Quase fiz um gol no jogo, porém o Victor saiu muito bem para defender. Infelizmente a equipe acabou rebaixada. Fiquei muito chateado por isso.

E por que o Nacional, que tanto correu contra o Atlético, caiu de rendimento na sequência do campeonato? O que aconteceu?

Tivemos um início muito bom, principalmente no jogo contra o Atlético. Naquela partida, começamos vencendo, criamos chances para ampliar e depois mantivemos uma postura fechada. Achamos que daria para segurar ficando muito atrás. Mas não. Do outro lado tinha um time muito bom, o atual campeão da América. E o Jô, atacante da Seleção Brasileira, acabou marcando os dois gols. Depois fizemos partidas boas em casa, mas perdemos todas fora. Não somamos nenhum ponto como visitante. Acho que isso foi o fator decisivo para o rebaixamento do Nacional.

Mesmo você não continuando na equipe, ficou o sentimento de tristeza?

Ficou sim. Muita. Não era isso que buscávamos, sabíamos que poderia ser diferente. O pior é para quem continua no clube. Presidente, diretoria, comissão técnica, roupeiro, massagistas. Os primeiros têm responsabilidades com contas, despesas, etc. Nunca deixaram atrasar nada, sempre pagaram os salários em dia. Os últimos dependem exclusivamente dessas funções para sustentarem suas famílias. Muitos choraram após a partida contra o Villa Nova. E eu me senti mal por não ter ajudado da forma ideal, que era conquistar uma vitória e sair do rebaixamento. Os culpados fomos nós, os jogadores. Mas enfim. Eu torço muito para que o Nacional volte ao Módulo I o mais rápido possível.

A estrutura em Muriaé era boa?

Estádio novo, ótimos campos de treinamento e uma diretoria muito correta. Tenho que agradecer também ao Marcelo Cabo, que me deu boas oportunidades. Posso falar que sou profissional, que tive sequência. Graças à passagem por Muriaé. Foi boa demais, aprendi coisas que até então não conhecia. Profissional é bem diferente da base. Estou muito feliz.


Voltando a falar de América, o técnico Moacir Júnior gosta de jogadores com personalidade, que chegam e se colocam à disposição de ajudar em quaisquer situações. Você é assim?

Eu fiz isso com o Silas. Antes de um jogo, cheguei a ir até a casa dele para conversar. Disse que poderia até atuar improvisado como lateral, se precisasse. Não sei se ele absorveu isso. Mas de qualquer forma me ajudou bastante. Aprendi muito também com o Milagres, técnico do time júnior. Se o Moacir me der espaço, vou falar, perguntar, tirar dúvidas sobre o modelo de jogo que ele quer. Pretendo conversar muito na segunda-feira. Um companheiro de clube no Nacional, inclusive, teceu elogios ao Moacir e disse que eu me encaixaria bem sob os comandos dele.


Reprodução/Arquivo pessoal

O América se classificou às semifinais do Campeonato Mineiro. Muito se deve à chegada do Tchô, que comanda o meio-campo do time. Como você vê o atual momento da equipe e o que fazer para, quem sabe, conquistar seu espaço entre os titulares?


Fico muito feliz. Procurei acompanhar o América também. Um time com essa tradição não pode ficar de fora das finais do Campeonato Mineiro. Tem camisa, estrutura boa e torcedores apaixonados. O Tchô foi um dos grandes responsáveis por esta ascensão. Já vi as qualidades dele em outras oportunidades. O time está encaixado e pegou corpo. No meu caso, que sou mais novo, é até melhor entrar em um time com boa estrutura. Fico mais confiante, mais solto e consequentemente jogo melhor. Mas isso ficará a critério do Moacir nos treinamentos. Pretendo agarrar uma possível oportunidade e me dedicar bastante pela equipe.

Nas categorias de base, você se destacava em lances de bola parada. Contudo, ainda não marcou como profissional. Existe a preocupação com gols?

Sigo buscando. No Campeonato Mineiro eu cheguei a fazer um gol olímpico pelo Nacional contra o Tombense, mas a arbitragem não deu gol. Bati o escanteio e os próprios jogadores adversários reconheceram que a bola entrou. O goleiro tirou dentro do gol. Mas enfim, encaro com naturalidade. Sei que chegará na hora certa. Na base, por exemplo, eu era cobrador de falta e pênalti. Fiz muitos gols assim. Então, se tiver a oportunidade, não vejo problema algum em ficar no CT por mais tempo treinando esses lances. O América é a minha fonte de renda. Minha disponibilidade está voltada para o clube. Para mim, chegar mais cedo ou ir embora mais tarde dos treinos não é problema. Até porque moro perto do local. O único problema é em relação aos horários dos outros funcionários. Mas se puder, fico mais tempo sim.

Você se mostra consciente nas palavras. Típico de atletas dedicados e exemplares. É assim desde os tempos de categorias de base?

Sim. Sempre tive um perfil de liderança. Fui capitão de quase todos os times de base pelos quais passei desde 2007, quando cheguei ao América. Quando não era, mesmo assim chamava os companheiros para reunir em concentração, em hotel e conversar sobre o que poderia ser melhor para o time. Além disso, sempre me cuidei e nunca tive histórico de lesão mais grave.

Conseguiu conciliar o estudo com o futebol?

Parei no segundo ano do ensino médio. Ficou difícil conciliar. São muitas viagens. Por exemplo, você disputa uma competição em outros estados ou até mesmo países. Um jogo em casa, o outro fora. Então complicou bastante. Até quando deu, me saí bem na escola. Quando subi de categoria, ficou mais difícil. Mas pretendo voltar um dia, quando estiver estabilizado no profissional. De início, fazer um supletivo. Depois a gente vê se continua em outra etapa.

Já chegou a pegar no pé de algum colega “baladeiro”?

Sim. Acho que tudo tem limite. Se o jogador quer curtir e sair, precisa colocar a mão na consciência e compreender a necessidade de estar bem fisicamente. O corpo é o nosso instrumento de trabalho, precisamos cuidar bem dele. Eu sou mais caseiro e não me iludo somente com boas atuações. Sempre faço amizade com os preparadores físicos e tento cuidar da melhor forma. Acho que todos deveriam ser assim.

Esse perfil vem de berço? Como é a relação com a família?


Sou o filho caçula e tenho quatro irmãos, sendo três homens e uma mulher. Passei a minha infância na Região de Venda Nova, em Belo Horizonte. Passei por algumas dificuldades na infância. Meu pai teve que parar de trabalhar por conta de derrames cerebrais e minha mãe batalhava recebendo pouco mais de um salário mínimo. Meus irmãos mais velhos se casaram e foram morar fora. Mas sempre ajudavam. Na minha infância, meu irmão Fabrício e eu jogávamos futebol na rua. Apostávamos pacotinhos de Ki-Suco para bebermos durante o almoço. Ele era melhor do que eu e dava caneta em todo mundo. Sempre vencíamos.

Divulgação/América

E a convivência com o pai?


Meu pai queria muito que eu fosse jogador de futebol. Me incentivava, dava força e acompanhava desde pequeno. Joguei por escolinhas de bairro e disputei várias competições. Ele assistia a tudo. No entanto, meu pai sofria muito com problemas de saúde. Teve pelo menos cinco derrames cerebrais. Tinha dia que minha mãe não estava em casa, ele passava mal e meu irmão e eu não sabíamos o que fazer. Corríamos para o orelhão e ligávamos para chamar ambulância. Achávamos que ele tinha morrido. Nas quatro primeiras vezes, meu pai se recuperou e ficou bem. Na quinta, não resistiu e acabou falecendo (pausa)... É difícil não ter ele aqui.

Como foi a caminhada para amenizar tal situação?

Difícil demais. Minha mãe teve de desdobrar muito. E quando ele ainda era vivo, mas não podia trabalhar, passamos um momento muito difícil. Fomos despejados da casa onde morávamos. Meu pai, que tinha personalidade forte, queria brigar com o dono, pois não achava justo. Nossa vizinha era dona de um açougue. Ela nos acolheu e passamos a noite lá até que tudo fosse novamente resolvido. Depois que meu pai morreu, meu irmão mais velho passou a fazer papel de segundo pai. E minha mãe, como sempre, batalhando muito. Uma heroína.

O fato de ser o grande sonho do teu pai te motiva ainda mais a crescer na carreira?


Se eu continuei firme, pode ter certeza que ele é um dos grandes motivos. Minha inspiração. Eu queria que meu pai estivesse aqui ainda. Sabe... é difícil. Às vezes no estádio a gente vê os pais de outros colegas comparecendo, dando força, incentivando. Eu não tenho o meu comigo aqui mais. Enfim, Deus sabe de todas as coisas. Se ele não está me vendo aqui, tenho certeza que está feliz em outro lugar. Era especial, apaixonado por futebol e sempre me ensinou a caminhar pelos trilhos certos da vida.

Outros fatores também já te deram motivação?

Como sou baixinho (1,66m de altura), muitas pessoas desconfiavam e falavam que eu não ia conseguir jogar futebol profissionalmente. Duvidavam, riam de mim. Mas eu sempre mantive a confiança e a esperança. Hoje estou aqui, com a condição de crescer. Calei a boca de muitos e me orgulho disso.

Quem foi seu “paizão” no profissional?


Quem me deu mais força foi o Paulo Comelli (ex-técnico do América). Agradeço muito a ele. Quando subimos da base para o profissional, sabemos que existe desconfiança por parte de várias pessoas. Mas o Paulo conversou comigo, me deu força, conselhos e principalmente me ajudou a assinar um contrato (vence em dezembro de 2015). Então eu devo bastante a ele. Agradeço muito.

Qual o seu grande objetivo dentro do futebol? Jogar na Europa está nos planos?

Todo jogador tem o pensamento de atuar na Europa um dia. Eu não sou diferente. Quando mais novo, gostava muito de acompanhar os jogos do Chelsea. Mas hoje não restam dúvidas de que Barcelona e Real Madrid são dois dos grandes vencedores. E acho que pelo meu estilo de jogo de toque de bola, de dar bons passes, me encaixaria bem no futebol espanhol. Mas deixa isso mais à frente. Primeiro tenho que crescer aqui no América e, quem sabe, trilhar os mesmos caminhos de Gilberto Silva, Fred e Danilo.

Divulgação/América


E fora do futebol?

Dar uma casa própria para minha mãe. Sempre moramos de aluguel. Estou batalhando para mudar isso. É trabalhar, conseguir evoluir no América, fazer por merecer receber um salário maior e, por fim, comprar uma casa para ela. Por tudo que a gente passou, por todas as dificuldades, acho que merecemos isso. Sei que já sou um privilegiado por ter alcançado o profissional no futebol. Mas é claro que eu quero ir mais além. Deus vai abençoar.

Tem algum ídolo? Pode ser fora e dentro dos gramados

Meu pai é meu grande ídolo. Meu herói. Foi ele quem me ensinou a ser correto, me ensinou os valores da vida e a não fazer coisas erradas. Mesmo convivendo pouco, ele é a minha referência para tudo. Dentro do futebol, gosto muito do Ramires e acho que até tenho um estilo de jogo parecido com o dele. Defendo bem, chego com facilidade ao ataque, corro e marco. Mas o grande cara mesmo é o Neymar. Ele é somente um ano mais velho do que eu e já conquistou tudo. Só falta ser melhor do mundo. Mas, se não me engano, tem mais de 200 gols na carreira. Isso com apenas 22 anos. O que ele faz com a bola é brincadeira.

Falando em ídolo, você é candidato a conquistar tal posto no América. Claro, se depender dos torcedores. Como é a relação com eles?

Tenho contato com os torcedores sim. Alguns passam na rua, me reconhecem e elogiam. Um grande exemplo é o Marco Antônio, da Avacoelhada. Ele tem uma coluna em um jornal e sempre me citava como opção no time principal. Outros americanos me mandam mensagens pelo Facebook dando força, apoio e tudo mais. Além disso, o papel da imprensa em divulgar o trabalho é importante. Minha mãe guarda todos os jornais que contenham matérias comigo.


Você está ficando craque em dar entrevistas, hein?


Pois é (risos)... no início eu tremia um pouco e ficava nervoso. Mas a minha irmã começou a pegar no meu pé e exigiu que eu ficasse tranquilo. Falar direito, usar concordância correta, sem erros. Aos poucos a gente vai se soltando e ficando mais confiante até mesmo para conversar com vocês jornalistas.

Júnior Lemos

Nome: José Eustáquio Lemos Alves Filho
Data de Nascimento: 30 de julho de 1993
Naturalidade: Belo Horizonte
Posição: volante e meia
Altura e peso: 1,66m e 68 kg
Clubes: América (2007 a 2013 e 2014) e Nacional de Muriaé (2014)
Principais títulos: Campeão Mineiro Sub-15 (2008) e Campeão Brasileiro Sub-20 (2011)

Tags: Junior Lemos base américa entrevista volante