A reconstrução do Mané Garrincha custou R$ 1,9 bilhão, a reforma do Bezerrão saiu por R$ 51 milhões, mas todo o investimento não foi suficiente para permitir que duas das arenas mais caras do Centro-Oeste pudesse sediar jogos do Brasileirão, que começa hoje. O lobby do GDF, ao menos por enquanto, fracassou.
Desde 22 de fevereiro, o governo tenta reverter a decisão do conselho técnico na CBF, no qual 14 times votaram pela proibição de venda de mandos de campo para outros estados. O grupo majoritário argumenta que, em busca de maior renda, há clubes que aceitam “inverter” o mando, buscando faturar com a torcida do rival. Foi citado o caso do América-MG, que em 2016 levou para Londrina duelo com o Palmeiras.
GDF se aliou aos clubes vencidos — Flamengo, Fluminense, Corinthians, Ponte Preta, Atlético-PR e Atlético-GO —, teve o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), mas não conseguiu a autorização. O grupo ainda cogita acionar a Justiça.
Caso o veto se mantenha, este Brasileirão passará longe de Brasília, algo não visto desde 2011. De lá para cá, a cidade virou palco habitual do campeonato, com 28 partidas em cinco anos.
As negociações de mando de campo permitiram aos torcedores do DF assistirem a momentos marcantes, como a despedida de Neymar do Santos, a primeira partida de Gabriel Jesus pelo Palmeiras após o ouro olímpico e a estreia de Diego pelo Flamengo.
As visitas dos clubes grandes também minimizaram o prejuízo do Mané, cuja manutenção mensal custa R$ 600 mil. Mas que os times que foram contra a determinação não queiram reclamar em voz alta — quem tentar “macular a imagem da competição ou da CBF” poderá ser punido até com a exclusão do Brasileiro.