Alberto era lateral-direito. Desembarcou na Gávea no início de 1998. Vice-campeão do Mundial de Clubes pelo Cruzeiro, em 1997, ao perder a final para o Borussia Dortmund, o mineiro de Oliveira chegou ao clube carioca por empréstimo. Superou concorrentes, como o improvisado Fábio Baiano, e conseguiu ser titular da posição por três partidas consecutivas nas vitórias sobre o Americano e o Friburguense, pelo Campeonato Carioca, e contra o Vitória, no Maracanã, pela Copa do Brasil.
O duelo seguinte seria contra o Vasco, na decisão da Taça Guanabara. Em vez de escalar Alberto, o técnico Joel Santana preferiu apostar no experiente Pimentel. Deixado de lado, Alberto viu o clássico terminar empatado por 0 x 0. O resultado brindou o time cruz-maltino com o primeiro título no ano do centenário. Mais à frente, o Gigante da Colina conquistaria a Copa Libertadores da América. Enquanto isso, Alberto retornava ao Atlético-PR.
Questionado pela reportagem sobre o motivo da barração naquele Clássico dos Milhões, Alberto Valentim se esquivou. Para evitar polêmica, disse que não gostaria de falar sobre o passado rubro-negro. No entanto, em entrevista à revista Placar de dezembro de 1999, o então jogador deixou claro o motivo da passagem relâmpago pelo Flamengo. “Fui vítima da desorganização do clube e do futebol carioca. Assim fica difícil deslanchar”, desabafou.
O lateral defendeu o Flamengo em 11 jogos, 10 deles como titular — oito partidas oficiais e dois amistosos. Fez um gol sobre o Americano. A estreia com a camisa do Flamengo foi no mesmo endereço do clássico de amanhã. No velho Mané Garrincha, participou do empate por 2 x 2 com o Fluminense, em 14 de fevereiro de 1998, pelo extinto Torneio Rio-São Paulo. Promotor do duelo, o agora empresário Roni marcou para o time tricolor.
De volta ao DF, Alberto Valentim comandou o penúltimo treino do Vasco ontem, no Bezerrão. O elenco retornará hoje ao Gama para a última atividade.