A seleção chilena se classificou como uma das melhores terceiras colocadas na fase de grupos, com apenas uma vitória e cinco gols marcados. Mas guardou sua melhor atuação para o duelo contra o Brasil. O carrasco da noite poderia ter sido o camisa 10, Joan Cruz, que marcou duas vezes e quase estragou a festa brasileira no Bezerrão. Mas o ápice da noite estava guardado para o volante brasileiro Diego Rosa, que acertou um pombo sem asa e deu números finais ao jogo. Antes disso, Kaio Jorge já havia marcado duas vezes.
O jogo entre o Brasil, 100% na campanha, e Chile, classificado no sufoco, não foi nada simples. O gol no início do jogo de Kaio Jorge fez parecer que o Brasil teria vida tranquila. O segundo gol do jogador do Santos, que resultaria em um 2 x 0, inflamou a torcida brasileira. Mas o VAR entrou em ação e pegou impedimento do atacante. Depois disso, em três finalizações chilenas, dois gols. No final do primeiro tempo, Kaio Jorge, de pênalti, deixou tudo igual. No momento da cobrança, porém, Peglow havia pedido para bater e pareceu irritado em não ter seu pedido acatado. Apesar das aparências, o camisa 10 desmentiu qualquer insatisfação. “A gente treina antes dos jogos. O Kaio e o Henry são os batedores, mas eu pedi pro Kaio pra bater e ele deixou. Mas a comissão pediu pra ele bater porque ele é um dos batedores. Foi tranquilo, não teve clima.”
A segunda etapa foi de pouca criatividade para a equipe brasileira. O Chile voltou melhor e criou várias oportunidades de gol, até que, aos 20 minutos, Diego Rosa acertou um chute de rara felicidade e fechou a conta em 3 a 2 para a canarinho.
Artilheiro do jogo e do Brasil, com quatro gols no Mundial, Kaio Jorge não escondeu a alegria em representar a seleção no próprio país. “É uma honra pra gente estar jogando em nosso país e indo bem na competição. Esperamos que a torcida compareça nos próximos jogos porque isso ajuda muito”, convocou.
Já no fim da partida, a estrela da companhia brasileira, Talles Magno, sentiu uma fisgada na parte posterior da coxa e preocupa para a sequência do Mundial. O atacante até tentou seguir no jogo, mas não aguentou a dor. Na saída de campo, estava em lágrimas e foi carregado no colo pelos colegas de seleção.
Com a classificação, o Brasil espera o vencedor de Equador e Itália para enfrentar nas quartas de final. O adversário do Brasil será definido amanhã, às 16h30, no Estádio Kleber Andrade, no Espírito Santo.
O jogo
Com 12.534 presentes, o Brasil foi empurrado do início ao fim pelos torcedores presentes do Bezerrão. Logo aos 6 minutos o camisa 10 canarinho, João Peglow, tentou jogada individual e o zagueiro Gonzalez botou a mão na bola na meia lua da grande área. Na cobrança da falta, Kaio Jorge bateu no canto do goleiro Julio Fierro, que tentou antecipar a cobrança e não conseguiu voltar a tempo. Brasil abria o placar cedo.
E o camisa 9 não parou por aí. Aos 14 minutos, ele recebeu boa bola enfiada pelo lateral Garcia e entrou na área chilena sem pressão. Carregou e bateu cruzado sem chances para Fierro. Após toda comemoração, o VAR anulou por impedimento. Seguia Brasil 1 x 0 Chile.
A anulação do gol deu uma diminuída no ímpeto brasileiro e os chilenos se aproveitaram disso. Após a perda da posse de bola na entrada da área brasileira, o 10 chileno, Joan Cruz, tirou Diego Rosa com facilidade e bateu forte no canto de Matheus Donelli. O arqueiro brasileiro encostou na bola, mas não conseguiu evitar o empate chileno.
O gol inflou os jogadores e os poucos apoiadores nas arquibancadas. Em nova investida, o meia Rojas recebeu sem marcação na entrada da área e bateu colocado. Donelli se redimiu e foi buscar. Mas aos 40 minutos da primeira etapa, o Chile chegou a virada. O zagueiro Gonzalez fez um belíssimo lançamento nos pés de Joan Cruz. O candidato a carrasco avançou nas costas do lateral Garcia e bateu sem chances para Donelli.
A emoção dos primeiros 45 minutos não tinha acabado. O lateral Patryck deu um lindo passe para Veron, que saiu cara a cara com o goleiro, mas bateu mal. No rebote, o arqueiro chileno chegou atrasado e derrubou Kaio Jorge na área. Pênalti para o Brasil.
“É uma honra pra gente estar jogando em nosso país e indo bem na competição. Esperamos que a torcida compareça nos próximos jogos porque isso ajuda muito”
Kaio Jorge, centroavante do Brasil
O camisa 10, João Peglow, pegou a bola, mas uma ordem vindo do banco de reservas ordenou que Kaio Jorge bateria. O camisa 9 não sentiu a pressão e empatou o duelo. Na saída para os vestiários, João Peglow desceu com cara de poucos amigos. Brasil 2 x 2 Chile.
A volta do intervalo não foi tão quente. No entanto, o Chile voltou melhor. O Brasil não conseguia levar perigo ao gol dos chilenos. Aos 57 minutos, um lançamento vindo da esquerda deixou Aravena dentro da área, o atacante dominou e bateu no canto, tirando tinta da trave de Donelli.
A pressão dos chilenos continuou e, aos 63 min, Oroz tentou o cruzamento para a área e quase encontrou o gol. A bola passou por cima da meta brasileira. Quem não faz, leva. Dois minutos depois da chegada de perigo dos chilenos, o Brasil virou o jogo. Diego Rosa, que ganhou a posição de Talles Costa durante o torneio, experimentou de fora da área e acertou um chute de rara felicidade, no ângulo de Julio Fierro.
No minuto seguinte, Kaio Jorge perdeu uma chance de ouro de sacramentar o resultado. Em cruzamento de Patryck pela esquerda, o camisa 9 subiu sozinho e testou para fora. Depois de um choque de cabeça, o lateral Patryck teve que sair de campo e foi substituído pelo zagueiro Renan. Talles Magno sentiu a parte posterior da coxa já nos acréscimos e deixou o gramado chorando. O Chile ensaiou uma reação, mas nada além de bolas alçadas na área sem perigo ao gol de Donelli. Brasil avança.