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Estrangeiros trazem esportes do país de origem para Brasília

postado em 05/05/2014 12:39

O filipino Dadá Inocalla, 63 anos, chegou a Brasília na década de 1970 sem saber uma palavra de português ou chutar uma bola de futebol. O francês Bruno Guerard, 43, veio para a capital há 10 anos, também sem intimidade alguma com a paixão nacional brasileira. Em comum, a vontade de seguir praticando o esporte predileto, típico de seus países, e a iniciativa de inserir na cidade a prática deles.

A saída encontrada por Inocalla foi ensinar a luta filipina aos brasilienses, esporte nacional no país asiático, que ele aprendeu na capital, Manila, desde criança. Melhor ainda para ele que a prática virou um meio de sustento no Brasil.

Já para Guerard, o rúgbi, esporte com muitos adeptos na França, ainda é “apenas” diversão, mas acabou se transformando numa forma de unir dezenas de estrangeiros na capital federal. Ele criou o time Rugby sem Fronteiras, que começou com quatro franceses e hoje tem mais de 70 adeptos.

Os casos de Inocalla e Guerard se repetem na vida de vários estrangeiros que se mudam para Brasília e trazem na bagagem a paixão por um esporte pouco conhecido aqui. Alguns acabam influenciando até os próprios brasileiros e os times formados inicialmente apenas por emigrantes hoje têm bastante presença candanga. Conheça algumas dessas histórias que, muitas vezes desapercebidas, ocorrem em quadras, campos e tatames do Distrito Federal.

Rugby sem fronteiras
Foi o mesmo motivo que trouxe o francês Bruno Guerard, 43 anos, e o irlandês David McManus, 30, a Brasília. Ambos são casados com brasileiras. Os dois têm a mesma profissão — dão aula, respectivamente, de francês e inglês — e, quanto a esporte predileto, também não há diferença: definitivamente eles preferem o rúgbi.

Quando Bruno mudou-se para Brasília, há 10 anos, não havia nenhum time na capital para que pudesse treinar o esporte que joga desde os 8 anos de idade na cidade onde nasceu na França, Clermond Ferrand. Incomodado com a total ignorância dos brasileiros com relação ao rúgbi, ele decidiu criar uma equipe local com mais 3 franceses.

“A nossa ideia foi criar uma equipe que tivesse a cara de Brasília, onde existisse pessoas de vários lugares do mundo. Por isso, o batizamos de Rugby sem fronteiras”, explica Bruno. Fundado há 9 anos, o time tem hoje 70 integrantes. Já passaram pelo “elenco” chilenos, argentinos, australianos e ingleses.

Um dos alunos estrangeiros que entrou recentemente é o irlandês David, que vive há cerca de dois anos em Brasília. Mesmo não sabendo mais que dizer “oi” e “tchau” em português, o professor de inglês já se sente em família no time, e mais próximo de casa — Dublin abriga o templo do rúgbi mundial, o estádio Aviva. “Brasília tem seus pontos positivos e negativos e, com certeza, o clima mais quente e o Rugby sem fronteiras são os pontos mais fortes da cidade”, brinca o irlandês.