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OLIMPÍADAS 2016

De onde vem a esperança de 27 medalhas do Brasil nos Jogos do Rio

Em casa, comitê planeja ampliar os resultados obtidos em Londres, quando levou 17 atletas ao pódio

postado em 09/08/2014 19:20

Amanda Martimon

A delegação brasileira terá a missão de conquistar, ao menos, 27 medalhas nos Jogos do Rio, em 2016. A meta é parte do objetivo do Comitê Olímpico do Brasil (COB) de ficar entre os 10 maiores medalhistas da competição — pouco importa se faturando ouro, prata ou bronze. Diferentemente da contagem tradicional, o ranking do COB não coloca à frente quem sobe mais vezes no ponto mais alto do pódio: considera apenas quantas vezes cada nação conseguiu medalhas, qualquer que seja o metal.
AFP PHOTO / TOSHIFUMI KITAMURA

Entre os pontos a favor da meta ambiciosa, a disputa em casa é vista como uma maneira de impulsionar os atletas e conquistar o recorde de 27 medalhas. Em Londres, o Brasil foi ao pódio em nove modalidades diferentes e levou 17 medalhas. Entre os desafios para alcançar a meta proposta pelo COB, na próxima Olímpiada, está a necessidade de abrir o leque de esportes. Veja abaixo quais são as principais apostas do Brasil para 2016.

CHANCES ALTAS

Judô
5 medalhas

Sarah Menezes, Rafaela Silva, Erika Miranda, Mayra Aguiar, Rafael Silva, Charles Chibana, Victor Penalber, Tiago Camilo — esses são alguns dos nomes que devem contribuir com a meta de 27 medalhas. Em Londres, o judô trouxe quatro. No Mundial disputado no Rio, no ano passado, foram seis medalhas. A Confederação Brasileira de Judô é cautelosa ao apontar as chances reais de pódio, mas espera superar o ciclo anterior.

Vôlei
4 medalhas
Mauro De Sanctis/FIVB

Se mantiver o rendimento dos últimos Jogos Olímpicos, a modalidade deve dar ao Brasil quatro medalhas. Na quadra, tanto a equipe masculina quanta a feminina estão no topo do ranking mundial. Na praia, as duplas femininas vão melhor: Antonelli-Juliana e Ágatha-Bárbara Seixas ocupam, respectivamente, o primeiro e o segundo lugar da lista. Entre os homens, Alison-Bruno Schmidt estão em quarto lugar.

Natação
3 medalhas

Cesar Cielo e Thiago Pereira, medalhistas em Londres, ainda chegam ao Rio-2016 com expectativa de pódio. Bruno Fratus, que bateu na trave na última edição, tem se consolidado nos 50m livres e é o número 2 no ranking mundial, atrás apenas de Cielo, campeão olímpico na categoria. Apontado como a revelação da natação brasileira, Matheus Santana, de 18 anos, já integra a seleção adulta.

Vela
3 medalhas

A terceira modalidade que mais confere medalhas ao Brasil deverá chegar, nos Jogos do Rio 2016, com três favoritos. Robert Scheidt, figura carimbada e maior medalhista olímpico do país, é um deles. De volta à classe laser, é o atual campeão mundial da categoria. No ranking dos melhores, estão ainda a dupla Martine Grael-Kahena Kunze (classe 49er FX) e Ricardo Winicki (na classe RS:X)

Maratona aquática
2 medalhas

Na água, a melhor chance feminina está na prova de maratona aquática. Antes parte da natação, agora a modalidade é tratada à parte. Ana Marcela Cunha, que lidera o ranking mundial, e Poliana Okimoto — mesmo que lesionada desde o início do ano — são as apostas do Brasil. No masculino, o país também é o primeiro na classificação geral, com Allan do Carmo.

Ginástica artística
1 medalha
AFP PHOTO/JOHN THYS

Depois das boas fases de Daiane dos Santos e de Daniele Hypólito, a ginástica — assim como na edição de Londres — aposta na equipe masculina. A chance real de medalha está com Arthur Zanetti, campeão olímpico e ouro no último Mundial. A Confederação Brasileira de Ginástica também alimenta esperanças com Sérgio Sasaki, atualmente o quinto melhor no individual geral.



CHANCES MÉDIAS

Boxe
2 medalhas

Dois atletas brasileiros figuram no ranking mundial da modalidade. Na categoria peso leve, até 60 kg, Robson Conceição é destaque e número 2. Ele foi prata nos Jogos Pan-Americanos de 2011 e no Mundial de 2013. Já entre os meio-médio-ligeiro (até 64 kg), Everton Lopes figura no top 3.

Handebol
1 medalha
AFP PHOTO / ANDREJ ISAKOVIC

Em 2012, a equipe feminina do Brasil já despontava. O quinto lugar no Mundial da modalidade, no ano anterior, mostrava a evolução das meninas no handebol. Com isso, elas avançaram até as quartas de final, em Londres, o melhor resultado olímpico até então. Agora, a seleção surge como favorita em casa, depois de conquistar o primeiro título mundial, em 2013.

Canoagem
1 medalha

A modalidade deposita a esperança de uma medalha olímpica inédita no baiano Isaquias Queiroz. Atual campeão mundial da prova C1 500m, o canoísta disputou (na madruga deste sábado, após o fechamento desta edição) um novo Mundial, em Moscou, para defender o título atual, e ainda briga na C1 1000m — prova que visa aos Jogos do Rio-2016.

Pentatlo moderno
1 medalha

Bronze inédito em Londres e prata no Mundial da modalidade, Yane Marques tem evoluído. Antes, em Pequim-2008, ela ficara apenas na 18ª colocação. Se mantiver os resultados, pode levar o Brasil novamente ao pódio. Atualmente, a atleta pernambucana é terceira no ranking mundial.

Futebol masculino
1 medalha
REUTERS/Jorge Silva

O Brasil subiu ao pódio cinco vezes com a equipe de futebol masculino. Em tempos de 7 x 1, contudo, e um novo projeto da CBF para a "missão olímpica", é arriscado apontar a seleção canarinha desde já como favorita em 2016. Ainda que o sonhado ouro olímpico sofra desconfiança, as chances de pódio são reais.

CHANCES BAIXAS

Taekwondo
1 medalha
Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press

O brasiliense Guilherme Dias sonha com medalha nas Olimpíadas do Rio. Atualmente, o atleta está em oitavo no ranking mundial e na 10ª colocação ranking olímpico. Pode surpreender

Futebol feminino
1 medalha

Prata em Atenas-2004 e Pequim-2008, a equipe feminina caiu cedo em Londres-2012, logo nas quartas de final. A geração passa por uma fase delicada de renovação.

Hipismo
1 medalha

A melhor chance está na categoria de saltos por equipe. Em 2004, Rodrigo Pessoa conseguiu o ouro, em Atenas. Além dele, Doda Miranda é nome de peso na modalidade. Na busca pelo pódio, a Confederação Brasileira de Hipismo fechou convênios nos últimos anos e definiu uma seleção permanente.

Atletismo
Sem previsão
REUTERS/Phil Noble

É difícil prever medalhas para o atletismo brasileiro diante do histórico recente de derrotas. Tanto em Londres-2012 quanto no Mundial em Moscou, no ano passado, a delegação brasileira saiu sem nenhuma medalha. São nomes com expectativa: Duda (salto em distância), Fabiana Murer e Fábio Gomes (salto com vara), Chinin (decatlo) e a equipe feminina no revezamento 4x100.