Mais Esportes

POLÍTICA

Saiba o que foi feito e o que ainda deve ser discutido de esporte no próximo governo

Veja em tópicos quais serão os temas do segundo mandato de Dilma Rousseff

postado em 28/10/2014 12:16

Amanda Martimon

Esporte em cinco pontos

Legislação

Nos últimos anos, alterações na Lei Pelé indicam mudanças no setor. Como, por exemplo, maior participação dos atletas em suas confederações e limitação do mandato de dirigentes. O desafio
do Ministério do Esporte no próximo mandato de Dilma é fiscalizar o cumprimento das novas regras. Outro ponto em discussão que deve se estender para 2015 é a Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte, que propõe a renegociação das dívidas com contrapartidas dos clubes. A presidente, que promoveu encontros com atletas e cartolas, diz que “é urgente modernizar a organização e as relações do futebol”.
Valter Campanato/Agência Brasil

Política nacional

O Brasil não conta, até hoje, com um documento que indique claramente quais são as políticas públicas para o setor na esfera nacional. Para o especialista em gestão do esporte Paulo Henrique Azevêdo, este é um ponto falho. “Nesse sentido, eu entendo que não avançou. As políticas deviam estar muito bem registradas para servir de referência”, avalia. O tema, de acordo com o programa de governo de Dilma, terá mais atenção nos próximos quatro anos. “Desenvolver um sistema nacional de esportes que integre as políticas públicas entre os entes federados é prioridade”, relata o texto.

Lazer

Com grande parte do investimento voltado para a política de alto rendimento, o esporte como lazer teria se dissolvido nos últimos anos, segundo especialistas. Lino Castellani Filho, especialista em política esportiva e ex-secretário de Desenvolvimento de Esporte Lazer do Ministério do Esporte, defende investimentos para essa finalidade. “Abandonou-se a linha do coletivo pela lógica de fazer do Brasil uma potência esportiva em 10 anos”, reprova. Azevêdo reforça a crítica: “É uma questão de saúde, mas muito frágil no Brasil”. O governo promete construir 285 unidades de Centros de Iniciação ao Esporte até 2018.

Grandes eventos


Além dos Jogos do Rio, em 2016, o país também será sede da Universíade (Jogos Universitários Mundiais), em 2019. Na opinião do professor da UnB Paulo Henrique Azevêdo, porém, problemas como atrasos em experiências anteriores podem não ter servido de aprendizado. “Aconteceu no Pan, em 2007, na Copa das Confederações, na Copa do Mundo”, lista. O governo tem visão diferente e sente-se preparado após o Mundial. Na campanha eleitoral para a reeleição, Dilma reassumiu o compromisso de finalizar as obras prometidas para as Olimpíadas e deixar um legado nas cidade sede.

Bolsas de incentivo


O incentivo direto no atleta deverá continuar entre os principais planos para o esporte. “Se o governo não investir, a iniciativa privada não vai assumir o papel dele. Só com os resultados é que, aos poucos, os empresários vão realmente se interessar por isso”, pondera Paulo Henrique Azevêdo, professor da Universidade de Brasília (UnB) especialista em gestão do esporte. Uma das promessas do governo reeleito para o quadriênio 2015-2018 é, por exemplo, “garantir a plena execução do Plano Brasil Medalhas”, que conta com investimentos na ordem de R$ 1 bilhão.